segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Yoshihide Shinzato

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
ATENÇÃO: Este artigo ou secção não cita as suas fontes ou referências, em desacordo com a política de verificabilidade. Ajude a melhorar este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto ou em notas de rodapé.


Yoshihide Shinzato (Haebaru, Shuri, 15 de março de 1927 ? Santos, 13 de janeiro de 2008) foi um mestre de caratê nipo-brasileiro.

Começou a praticar caratê aos doze anos de idade, na escola (curso ginasial) com Anbun Tokuda (1886-1945), contemporâneo de Choshin Chibana e, como este, discípulo do Grão-Mestre Anko Itosu.

Após completar os estudos, Shinzato entrou para a academia do renomado mestre Choshin Chibana. Durante a Segunda Guerra Mundial, Shinzato serviu no exército japonês como rádio-telegrafista, em Tóquio, retornando ao fim da guerra a Okinawa, onde retomou os treinamentos com Chibana.Índice [esconder]
1 A chegada a Santos
2 A fundação da Associação Okinawa
3 Mudanças na Shorin em Okinawa
4 Visitas do Mestre Miyahira ao Mestre Shinzato
5 A ligação de Mestre Shinzato ao caratê
6 O livro Kihon
7 Mestre Shinzato e sua família
8 Shin Shu Kan no exterior
9 Homenagens
10 Ligações externas


[editar]
A chegada a Santos

Devido às grandes dificuldades decorrentes do período pós-guerra, Shinzato resolveu aceitar o convite de um tio que havia emigrado para o Brasil e tomou um navio, desembarcando em Santos em 15 de janeiro de 1954, onde viria a fixar residência no município de Praia Grande. Assim que chegou, imbuído do espírito de aventura, Shinzato passou a trabalhar na lavoura onde plantava principalmente agrião, tornando-se, em seguida, feirante em Santos. Neste período, Shinzato começou a praticar o caratê nos fundos de sua casa, onde ensinava ao filho mais velho e aos filhos de alguns membros da colônia okinawana local.

[editar]
A fundação da Associação Okinawa

Em 1962 Shinzato fundou a sua primeira academia em Santos, a Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, que viria mais tarde a se tornar uma forte associação. 5 anos depois, fundou uma organização nacional, a União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, com centenas de academias e clubes filiados.

Apesar de muito ligado ao espírito marcial do caratê, Shinzato tem dado muita importância ao aspecto esportivo da luta, incentivando a prática do caratê de competição, sem o qual, nos dias de hoje, uma arte marcial não sobrevive, principalmente com o advento do caratê olímpico, após o reconhecimento da modalidade pelo Comitê Olímpico Internacional.

Apesar de dar aulas nos fundos de sua casa na Praia Grande algum tempo após sua chegada ao Brasil, somente em 3 de junho de 1962 Yoshihide Shinzato fundou a sua primeira escola, a Academia Santista de Karate-Do, na rua Brás Cubas em Santos. Em 15 de dezembro de 1962 a academia foi transferida para a Rua 15 de Novembro, no. 198. Três anos mais tarde, em 10 de junho, passou a se chamar Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, sendo transferida mais uma vez para a rua General Câmara e depois para Avenida Senador Feijó, 219, 2o. andar em 15 de maio de 1976 . Hoje sua academia, (também conhecida como Shin shu kan - nome derivado dos ideogramas que compõem o seu próprio nome, Shin de Shinzato e Shu ou Yoshi de Yoshihide, e Kan que significa academia) fica situada na avenida Senador Feijó, sempre em Santos, para onde foi transferida em janeiro de 2000. Seu dojo é frequentemente visitado por caratecas (de todas as faixas e graus), não só do Brasil como também do exterior. Nele são realizados os mais importantes cursos, dos quais participam praticantes, inclusive de outros estilos, sendo considerado a sede da União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, e reuniöes e assembléias onde são tomadas as principais decisões da entidade. Bastante espaçosa e bem equipada com makiwara (tábua de madeira para calejamento de mãos e pés), sunatawara (sacos de areia para treinamento de socos, cuteladas e chutes), e equipamento de musculação (apesar de utilizar ainda os antigos implementos inventados pelos professores de Okinawa, tais como os feixes de bambu e os jarros de cerâmica cheios com areia), a academia recebe mais de 200 alunos por dia.

Pelos registros já passaram pela escola mais de 7000 alunos do sexo masculino e mais de 300 do sexo feminino. Na academia são ministradas aulas pela manhã e à tarde nas segundas, quartas, sextas-feiras e sábados, e à tarde nas terças e quintas-feiras. Em quase todas as aulas o Mestre Shinzato participa com seus ensinamentos preciosos, onde fazem sucesso as técnicas de yakusoku-kumite - treinamento de defesa pessoal. O seu método de aula incorpora uma ginástica completa (com quase uma hora de duração), bases de ataque e defesa, katas, técnicas de defesa pessoal, luta de competição, prática com armas antigas e treinamento em aparelhos de fortalecimento físico e teoria de caratê, onde estão incluídos o embasamento biofísico e bioquímico e filosofia zen-budista. O principal objetivo é atingir o fortalecimento físico e mental do praticante através de uma equilibrada harmonia de interação e a construção de uma perfeita ética de conduta moral.

Dentre os alunos de Yoshihide Shinzato destacam-se caratecas famosos, alguns campeões nacionais e internacionais do cenário brasileiro, sul-americano e pan-americano, outros eminentes políticos da Baixada Santista. Pelo seu grande trabalho de divulgação nacional e internacional do caratê em prol, não apenas da modalidade, mas também de formação do caráter da juventude que pratica este esporte maravilhoso, Shinzato tem recebido muitos prêmios, sendo o mais famoso deles o título de Cidadão Santista, dado pela Câmara Municipal de Santos, em 1983. Em Okinawa seu trabalho foi reconhecido também e de Miyahira recebeu, em 1986, o título de nono Dan Hanshi. Na Confederação Brasileira de Karate Shinzato é considerado 8o. Dan.

Todo último domingo de cada mês são realizados treinamentos especiais para faixas-pretas (os quais são obrigatórios para aqueles que almejam os graus mais altos). Cursos de arbitragem são ministrados pela União com a anuência da Confederação Brasileira de Karate e da Federação de Karate do Estado de São Paulo. Nos outros estados também é grande a participação das filiadas nos cursos organizados pelas Federações locais. Diversos torneios são realizados a nível estadual e municipal, mas uma vez por ano é realizado um campeonato do estilo Shorin Ryu do qual todas as academias e clubes filiados costumam participar. No fim de cada ano a União, sob a égide de Yoshihide Shinzato, faz realizar o Shorin-ryu Karate-Do Bonenkai, uma grande festa de confraternização onde são realizadas demonstrações e cursos de atualização de kata.

[editar]
Mudanças na Shorin em Okinawa

De tempos em tempos, Shinzato viajava a Okinawa para reciclar o seu caratê com Choshin Chibana, sempre trazendo as novidades da ilha para o Brasil, procurando evitar a degeneração do estilo devido à distância em relação aos centros onde o Shorin-ryu é praticado em Okinawa.

Após a morte de Chibana em 1969, Shinzato passou a manter relações mais estreitas com Katsuya Miyahira, o sucessor de Chibana no estilo Shorin da linha Kobayashi em Okinawa. Paralelamente, Yoshihide Shinzato associou-se com o Mestre Katsuyoshi Kanei (falecido em 1993), então presidente da International Okinawa Kobudo Association, procurando complementar o curriculum do Shorin-ryu com as técnicas de lutas com as armas tradicionais de Okinawa...

[editar]
Visitas do Mestre Miyahira ao Mestre Shinzato

Miyahira visitou o Brasil em 1977, participando dos festejos do 15º aniversário de fundação da Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil e do 10º aniversário da União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, e em 1991, na comemoração do 20o. aniversário da Associação, ocasião em que fez demonstrações e ministrou cursos de kata para os caratecas brasileiros. Em 1992, Shinzato reuniu uma equipe com os melhores atletas do estilo e participou, em Okinawa, do Uchinanchu Festival, onde fez demonstrações e visitou mestres e academias famosos da ilha.

[editar]
A ligação de Mestre Shinzato ao caratê

Quando indagado, Yoshihide Shinzato costuma responder que, para ele, o caratê se resume em: disciplina, responsabilidade, harmonia, humildade e dignidade.

Além disso, informa que, quando chegou ao Brasil, foi muito difícil se estabelecer, mas, segundo uma velha frase de seus antepassados que diz ?três anos sobre a pedra?, atingiu seus objetivos graças ao esforço e à participação de seus alunos, bem como à compreensão do povo brasileiro que o recebeu com muito carinho e entusiasmo.

Com relação à técnica do caratê, Shinzato explica que a prática do kata é a essência da arte. No entanto, a prática dos kihons também deve ser enfatizada para que o aprendizado seja completo, tanto que tem elaborado e sistematizado kihons ao longo de sua vida, tornando o estilo Shorin um dos mais bem fundados neste tópico.

[editar]
O livro Kihon

Em 2006, Mestre Shinzato publica um livro onde mostra a sua grande visão sobre o caratê, apresentando o estilo Shorin e registrando para a posteridade os kihons e os katas do estilo que são os seguintes: Naihanchi Shodan, Naihanchi Nidan, Naihanchi Sandan, Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Yondan, Pinan Godan, Itossu no Passai, Matsumura no Passai, Kusanku Sho, Kusanku Dai, Chinto, Jion, Gojushiho, Unshu, Teisho, Koryu Passai (estes dois últimos incorporados recentemente pelo Mestre Katsuya Miyahira) e Ryuko (este incorporado recentemente pelo próprio Mestre Shinzato), dos quais destaca como mais importantes os Naihanchi, os Kusanku e os Passai.

Quando perguntado a Shinzato qual o professor de caratê mais importante para o Brasil, ele responde que foi o pioneiro o mestre Harada (do estilo Shotokan), praticamente o primeiro a introduzir a luta no nosso país. Indagando, então, sobre os que ainda estão vivos e atuantes, disse Koji Takamatsu, pelo Wado-ryu, e Juichi Sagara, pelo Shotokan.

[editar]
Mestre Shinzato e sua família

Yoshihide Shinzato tem três filhos que também praticam o caratê assiduamente. O mais velho é o único nascido em Okinawa: Masahiro Shinzato, atualmente graduado como 9º Dan e que, até 1999, era o presidente da Federação de Paulista de Karate-do. O seu filho do meio, formado em engenharia aeronáutica pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica, Nelson Mitsuhide Shinzato, é 4º Dan. O caçula, Eraldo Kazuo Shinzato, é engenheiro formado pela Universidade Federal de São Carlos e é 1º Dan.

[editar]
Shin Shu Kan no exterior

Com o crescente aumento do número de praticantes do Shorin-ryu Karate-Do nos países vizinhos ao Brasil, tais como Uruguai, Argentina e Bolívia, sempre sob a tutela do Mestre Shinzato, os representantes desses países resolveram fundar, em 1991, a International Union Shorin-ryu Karate-Do Federation. Embora na Argentina o Shorin-ryu já estivesse representado pelo Mestre Shoei Miyazato (oitavo Dan), um discípulo direto de Katsuya Miyahira, esse okinawano deixou suas atividades relativas ao caratê por motivos de saúde, fazendo com que Miyahira delegasse ao Mestre Shinzato a coordenação do estilo naquele país. Com a fundação da International Union, Shinzato passou a ter um controle mais organizado das atividades, agora não apenas na Argentina, mas também nos outros países da América do Sul onde se verifica a presença do Shorin-ryu. Existem representantes ainda nos Estados Unidos e na Austrália.

Yoshihide Shinzato espera que este organismo internacional cresça ainda mais nos próximos anos, principalmente agora que o caratê foi oficialmente reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional. Por outro lado, Shinzato já deu os primeiros passos no sentido de registrar o estilo na WKF - World Karate-do Federation (substituta da primeira WUKO - World Union of Karate-do Organizations -, hoje extinta), que é a entidade internacional representante do esporte perante o Comitê Olímpico Internacional. Tal feito, se realizado, deverá trazer um enorme prestígio para o estilo Shorin da linhagem Kobayashi, em nível mundial.

[editar]
Homenagens
Cidadão Santista - Câmara Municipal de Santos (23 de junho de 1972)
Medalha Primavera - Sociedade Geográfica Brasileira - São Paulo (1978)
Grã-Cruz - Ordem ao Mérito Municipalista - Sociedade dos Estados Municipalistas - São Paulo (1994)
Defensor de Bens Culturais - Câmara Municipal de São Paulo (31 de março de 2001)
Medalha de Honra ao Mérito - Brás Cubas - Câmara Municipal de Santos (16 de junho de 2001)
8° Dan, pela World Karate Federation (WKF)
9° Dan - Kobu-do Shin Shu Kan
9° Dan, pela Federação Paulista de Karate-do (FPK)
9° Dan, pela Confederação Brasileira de Karate-do (CBK)
10° Dan - Okinawa Shorin-Ryu Karate-do
Comendador do Outono do Governo do Japão

[editar]
Ligações externas
Biografia do Mestre Shinzato na Revista Eletrônica Karatedo on-line
Categorias: Mestres de Karatê | Nipo-brasileiros
Artigo Discussão Editar História
Entrar / criar conta
Busca

Navegação
Página principal
Conteúdo destacado
Eventos atuais
Esplanada
Página aleatória
Portais
colaboração
Portal comunitário
Mudanças recentes
Estaleiro
Páginas novas
Ajuda
Donativos
Ferramentas
Artigos afluentes
Novidades relacionadas
Carregar arquivo
Páginas especiais
Versão para impressão
Enlace permanente
Citar este artigo


Esta página foi modificada pela última vez às 05h35min de 2 de agosto de 2008. O texto desta página está sob a GNU Free Documentation License.
Os direitos autorais de todas as contribuições para a Wikipédia pertencem aos seus respectivos autores (mais informações em direitos autorais). Política de privacidade Sobre a Wikipédia Avisos gerais











Kazunori Yonamine Hanshi (9º Dan)
Nascido em 24 de dezembro de 1947 em Okinawa - Japão, construtor civil e professor de Karate-do.

Chegou como imigrante ao Brasil em 17 de julho de 1960. Teve sua iniciação no Karate-do em junho de 1962 na Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-do Brasil, com o Mestre Yoshihide Shinzato.

Realizou seus exames de graduação com o Mestre Shinzato até a faixa preta 5º Grau.


As demais graduações foram entregures pelo Mestre Katsuya Miyahira,como se segue:
Graduado 6º Grau em 1988 Okinawa - Japão.
Graduado 7º Grau em 1994 Okinawa - Japão.
Graduado 8º Grau em 2001 Eua enviada em nome do Mestre Katsuya Miyahira.
Graduado 9º Grau em 2007 Okinawa - Japão.

Em 1990, com a permissão do Mestre Katsuya Miyahira, fundou a Okinawa Shorin-ryu Karate-do Shidokan Brasil, da qual é o atual presidente.



Mestre Rogério Eng Wong

Master Rogério Eng Wong

Rogério Eng Wong, nasceu em 18/01/1966 na cidade de Santos/SP. É jornalista e Mestre de Karate-Do e Kobu-Do, iniciou suas atividades em 19 de outubro de 1975 (33 anos de prática), em 2004 recebeu a outorga do Grão-Mestre Yoshihide Shinzato, o título de 7° Dan de Karate-Do e em 2006 o título de 5° Dan de KoBu-Do. É um Kodansha (Ko= Alto; Dan= Grau; Sha= personalidade). Foi discípulo direto e homem de confiança do Mestre Shinzato, atualmente ocupa cargo de destaque na diretoria da International Union Shorin-Ryu Karate-Do Federation.

É considerado pelos professores e alunos da escola Shin Shu Kan como o mais completo e habilidoso em técnicas de Karate-Do, principalmente nas aplicações e versatilidade (Bunkai) dos Katas Shorin-Ryu e no KoBu-Do, pela sua performance (concentração, força, ritmo e harmonia) nos Katas com armas. Desde 1998, Sensei Wong é o técnico da Seleção Brasileira de KoBu-Do Shin Shu Kan. Dos oito mundiais realizados pela IUSKF, Wong obteve seis títulos (Hexacampeão IUSKF) à frente da seleção. Vale lembrar que no 8° Mundialito/ Brasil - 2007 foi campeão da categoria Master (40 a 54 anos) em KoBu-Do, nos manuseios de Bo (bastão) e Tunquá (cassetete com cabo).

Atualmente, Mestre Rogério Wong é o coordenador-geral das escolinhas de Karate na Prefeitura Municipal de São Vicente, desenvolvendo um projeto social e educativo para mais de 350 crianças nos diversos bairros da cidade, promovendo a cidadania, o civismo, a qualidade de vida, a melhora no rendimento escolar, o fortalecimento dos laços familiares e, principalmente, o resgate dos valores morais.





Qualificações:
Faixa Preta 7º Dan (Internacional Union Shorin-Ryu Karate-Do Federation);
Faixa Preta 7º Dan (Okinawa Shorin-Ryu Karate-Do Japan Association);
Faixa Preta 7º Dan (União Shorin-Ryu Karate-Do do Brasil);
Faixa Preta 5º Dan (Federação Européia de Karate ? Milão/Itália em 1998);
Faixa Preta 5º Dan de KoBu-Do ? Manejo de Armas de origem Nipônica.
Instrutor Habilitado pelo Conselho Federal e Regional de Educação Física- CREF - SP
Técnico Hexa-Campeão Mundial de Karate e KoBu-Do, São Paulo/ Brasil - 2007
4º colocado no Mundial de Karate e KoBu-Do, Atlanta/EUA ? 2001;
Técnico Penta-Campeão Mundial de KoBu-Do e Karate, Argentina-2004;
Técnico Tetra-Campeão Mundial de KoBu-Do e Karate, Bolívia ? 2002;
Técnico Tri-Campeão Mundial de KoBu-Do e Karate, Atlanta/EUA ? 2001;
Técnico Bi-Campeão Mundial de KoBu-Do e Karate, Girona/Espanha ? 2000;
Técnico Campeão Mundial de Karate e KoBu-Do, Punta Del Leste, Uruguai.
Membro Examinador de Graduação Superior ? I.U.S.K.F;
Diretor de Arbitragem da U.S.K.B. / I.U.S.K.F;
Member of Kodansha Kai ? I.U.S.K.F;
Ex-Instrutor de Técnica Op. e Seg. Física de Instalações ? EMFORVIGIL/SP.
Ex-Instrutor de Téc. Operacional e Seg.Fís de Instalações ? SASPE ? Guarujá/SP;
Ex-Instrutor de Defesa Pessoal ? FALCÃO ? CFTS ? Santos/SP;
Professor Specialist Self Defense Advanced Training ? Título pela IUSKF.
Instrutor de Tiro, Habilitado pela Confederação Brasileira de Tiro ? CBT.


Formação Acadêmica

? Bacharel em Comunicação Social ? Jornalismo ? Unimonte/Santos - SP

Participou dos Cursos de Especialização de Karate:

? Seminário Internacional de Karate & Kobu-Do Shin Shu Kan
Alta Gracia ? Argentina ? Junho/2006 - Ministrante
? Seminário Internacional de Karate & Kobu-Do Shin Shu Kan
Carlos Paz ? Argentina ? Outubro/2004 ? Professor Assistente;
? Seminário Nacional de Karate & Kobu-Do Shin Shu Kan
Rio de janeiro ? Janeiro/2003 ? Professor Assistente;
? Seminário Internacional Shorin-Ryu com o Mestre Yoshihide Shinzato
Santa Cruz de La Sierra ? Bolívia ? Outubro/2002 ? Professor Assistente;
? Seminário Internacional Shorin-Ryu com Mestre Katsuya Miyahira
Okinawa ? Japão ? Agosto/2002
? Clinica Internacional de Karate com o Mestre Hideo Yamamoto ? JKA
São Paulo ? Centro de Pratica Esportivas da Universidade de São Paulo
CEPEUSP ? Setembro/2001;
? Gashuku Nacional Kokushikan com o Mestre Yasuyuki Sasaki ? JKA
Ibiúna ? SP ? Kokushikan ? Junho/2001;
? Curso Internacional de Karate com o Mestre Masahiko Tanaka ? JKA
São Paulo ? Abril/2001;
? Seminário Nacional de Karate & KoBu-Do com Mestre Yoshihide Shinzato
Rio de Janeiro/RJ ? Dezembro/2000 ? Professor Assistente;
? IV Seminário Internacional de Karate & Kobu-Do
Barcelona/Espanha ? Outubro/2000 ? Professor Assistente;
? III Seminário Internacional de Karate & Kobu-Do
Madri/Espanha Outubro/199 ? Professor Assistente;
? III Seminário Internacional de Karate & Kobu-Do
Barcelona/Espanha ? Outubro/1999 ? Professor Assistente;
? Seminário Internacional de Karate & Kobu-Do
Lugano/Suíça ? Outubro/1998 ? Professor Assistente
? II Seminário Internacional de Karate pela Federação Européia-F.E.K.
Milão/Itália ? Outubro/1998 ? Professor Assistente;
? Seminário Internacional de Karate & Kobu-Do
Barcelona/Espanha ? Outubro/1998 ? Professor Assistente;
? Seminário Internacional ? Mestre Katsuya Miyahira ? Shorin-Ryu
Okinawa ? Japão ? Agosto/1997;
? Curso Internacional de Kobu-Do com o Mestre Teruo Hayashi ? Shito-Ryu
São Paulo ? Maio/1997;
? Curso Internacional de Karate com o Mestre Seikichi Higa ? Shorin-Ryu
Santos/SP ? Abril/1996;
? Seminário Internacional de Karate & Kobu-Do
Córdoba/Argentina ? Abril/1992 ? Professor Assistente;
? Curso Internacional com o Mestre Kiomi Sassaki ? Wado-Ryu
Santos/SP ? Fevereiro/1989.

Habilidades Especificas

KOBU-DO (TÉCNICAS DE MANUSEIO DE ARMAS ORIENTAIS)
Bôo ? Bastão
Sai- Adaga
Eku Bôo ? Remo
Kama ? Foice
Tunquá / Tonfa ? Cassetete com cabo
Nunti ? Arpão

Participou de Cursos de Especialização em Técnicas de Karate nos seguintes países:

? Argentina (92, 2004 e 2006),
? Uruguai (1998),
? Bolívia (2002),
? EUA (2001),
? Espanha (1998,1999 e 2000),
? Itália (1998),
? Suíça (1998),
? França (2000), e
? Japão (97 e 2002).

Experiência profissional

** Prefeitura Municipal de São Vicente / SP
Professor dos Nucleos Esportivos da SESPOR/ SV.
Tecnico da Seleção Vicentina.
Período: Janeiro/2005 até a presente data

** Emforvigil ? Formação e Treinamento de Segurança ? São Paulo.
Instrutor de Técnicas e Praticas Operacionais e Segurança Física das Instalações
Período: Janeiro/2004 até fevereiro de 2005

** Saspe ? Centro de Fomaçao de Vigilantes ? Guarujá/SP.
Instrutor de Técnicas operacionais, Segurança Física de Instalações e Defesa Pessoal.
Período: Maio/2004 até março de 2005

** Falcão ? Centro de Formação e Treinamento de Segurança ? Santos/SP.
Instrutor de Defesa Pessoal, Técnica Operacionais e Segurança Física das Instalações.
Período: Março/199 até março de 2005

** Projeto Karate Social Comunitário
Unidade I ? Igreja de Santo Antonio do Valongo ? Santos/SP
Período: Setembro/1999 até Dezembro/2003

** Colégio Pio XII ? Morumbi/SP.
Período: agosto/2001 até Dezembro de 2001

** Escola ?Jean Peaget? ? Santos/SP.
Periodo: Todo anos de 1998

** Academia Evolução ? Kyoshin-Kan ? São Miguel de Iguaçu ? Paraná.
Período: Junho à Dezembro/1993

** Associação Wong de Karate-Do ? Santos/SP.
Período: Novembro/1991 à Dezembro/1992


Cursos Extracurriculares/Segurança Patrimonial


? 2004 ? Segurança em Aeroportos ? EMFORVIGIL/ São Paulo-SP.
? 2004 ? Segurança Eletrônica ? EMFORVIGIL/São Paulo ? SP
? 2004 ? Segurança Bancária ? EMFORVIGIL/São Paulo- SP.
? 2004 ? Introd. A Educ. Física e Caract. Profissional ? UNISANTA ? Santos-SP.
? 1999 ? Supervisão de Segurança Patrimonial ? FALCÃO ? C.F.T.S / Santos-SP.
? 1999 ? Formação de vigilante ? FALCÃO ? C.F.T.S / Santos-SP.

História do Karate

Na luta pela sobrevivência o Ser Humano procura um meio de defesa para vencer as adversidades. Em todos os recantos da terra o homem tem desenvolvido instrumentos e técnicas para se defender, vencer ou dominar o ambiente que o cerca. Como meio de autodefesa, em Okinawa se desenvolveu o Karate-Do, inicialmente chamado "TE" (Mão) ou ?TI? que é o mesmo que ?TE? só que em Okinawa-go (a língua de Okinawa). Esta luta ensinava o praticante a enfrentar sem armas o seu adversário.

A Ilha de Okinawa, conhecida como uma "Corda no Oceano", está situada no Oceano Pacifico; cerca de 600 km ao sul da região continental do Japão; 600 km ao norte de Formosa e 700 km à leste da China.
Em 1371, Okinawa iniciou um intenso comércio com a China, Coréia e países do sudeste asiático como: Tailândia, Java, Filipinas, Indonésia, Sumatra, Malásia, etc. Em conseqüência, houve também um intercâmbio cultural que trouxe a Okinawa uma outra forma de luta procedente da China, semelhante ao ?TE?, o ?Kenpo? (ou Boxe Chinês). Com a presença dessa luta chinesa em Okinawa, aperfeiçoou-se uma nova modalidade de luta, o ?Karate-Do?.
Por duas vezes houve proibição do uso de armas em Okinawa. Nessa época a Ilha de Okinawa estava dividida em três Estados: Nazan, Chuzan e Hokuzan. Em 1427 o rei de Chuzan, Shohashi conquistou toda a Ilha após muitos conflitos e pela primeira vez ocorreu a proibição.

Quando o governador do Estado de Satsuma atacou Okinawa e dominou-a em 1670, ordenou-se novamente a proibição do uso de armas. Assim o KARATE-DO assumiu maior valor. Aqueles que não podiam usar armas, aperfeiçoaram e usaram o KARATE-DO como meio de enfrentar os adversários armados.
O KARATE-DO se desenvolveu em três locais diferentes de Okinawa: Na capital Shuri, denominando-se "Shuri-Te"; na cidade comercial e Naha, denominando-se "Naha-Te" e na cidade portuária de Tomari, "Tomari-Te".
Shuri-Te e Tomari-Te deram origem ao estilo "Shorin" e Naha-Te ao estilo "Goju". Atualmente existem vários estilos que surgiram como derivação do Shorin-Ryu e do Goju-Ryu, ou como conseqüência da integração dessas duas raízes.
Foi Mestre Funakoshi que levou o Karate-Do de Okinawa para Tókio pela primeira vez em 1917 e depois vieram os seguintes Mestres: Kenwa Mabuni (Shito-Ryu); Kanken Toyama, Chojun Miyagui (Goju-Ryu), Choki Motobu e outros levaram o Karate-Do para várias cidades do Japão. Após a Segunda Guerra Mundial o Karate-Do se popularizou pelo Mundo.

Não há registros antigos dos Karatedokas, pois a proibição da prática durante muitos anos fez com que esta arte fosse ensinada secretamente para os alunos selecionados.
Maiores informações no site da IUSKF (http://www.geocities.com/iuskf/)



Progressão Marcial Clássica



Shogo
?Avançado?. Literalmente, ?tecnicamente forte?. Corresponde mais ou menos ao 1° Kyu e ao 2° Dan. É o bom Deshi que deve ajudar tecnicamente os alunos inferiores.

Tashi
?Expert?. Corresponde ao 3° ou 4° Dan. Ensina sem título de professor e assiste ao Renshi.

Renshi
?Expert aprimorado em técnica?. Corresponde ao 4°, 5°, 6° ou 7° Dan. Geralmente, Professor para os inferiores; é assistente de um Kyoshi, já que são os Shogo e Tashi que devem ajudar os inferiores.

Kyoshi
?Expert instrutor com domínio interno e mental avançado? (kokoro). Corresponde ao 4°, 5°, 6° ou 7° Dan. No Japão, costuma ser o nível clássico dos Sensei (Professor). Depois de três a cinco anos o Kyoshi torna-se habitualmente Chefe Instrutor ou assistente do Hanshi.

Hanshi
?Mestre Respeitado?. Corresponde geralmente ao 8°, 9° ou 10° Dan. Domínios interior e exterior avançado, com estado de consciência espiritual (Ikonokokoro).

Shihan
?Mestre modelo?. Literalmente, ?Homem a Imitar?. Geralmente, ?fora das graduações?. Pode corresponder a um nível técnico entre o 6° e o 10° dan, na condição de ter formado seu próprio estilo ou movimento. Título frequentemente póstumo.

O-Sensei
Título muito honorífico e respeitoso, proferido a Shihan quando este último é vivo. Mestre Goguen Yamagushi era assim chamado.

Soke
Título do fundador de um Ryu ou de seus ?herdeiros?. Diz-se também Sokei ou Shosei. O estilo próprio do Soke chamava-se Ryugi.

Shike
Título especial dado, às vezes, ao Grão Mestre de uma família marcial, às gerações herdeiras do Soke.



O kiai

Kiai é o grito de ataque usado no Karate-Do e em outras artes marciais orientais. Dentro do Karate-Do, O kiai tem duas finalidades básicas.

1- Concentrar o Maximo de energia no momento do ataque;
2- Atemorizar o adversário, podendo até mesmo o levar ao impedimento da defesa.

Os Chineses criaram uma teoria na qual o homem é um micro-universo semelhante, porém em miniatura ao universo como um todo. Dentro desta visão chinesa, existe uma energia vital denominada chi, que para os japoneses é "Ki". Centrada nesta concepção oriental, encontramos a essência de vários princípios filosóficos de cunhos espirituais existente inicialmente na China, depois no Japão e na atualidade espalhados por todo o mundo. A essência do Kiai é exatamente dar a quem o emite uma junção da energia, Ki em japonês, levando o emissor deste grito a ter mais força e potencialidade e condicionando-o para a coragem e maiores potencialidades em seus ataques.



Kimono

Na verdade, quimono é o terno para denominar '' roupa de casa'' no Japão; porém é conhecido como uniforme do Karate-Do e das demais artes marciais japonesas. O certo para a denominação do uniforme marcial é '' Dogi''. Normalmente, o quimono de Karate-Do é de cor branca feito de um tecido muito mais leve do que o usado para a prática do Judô. O quimono tradicional tem duas partes: um casaco e uma calça, que devem estar sempre limpos e bem cuidados.





Shorin - Ryu / Kobayashi - Ryu

A escola Shorin é o estilo marcial que se desenvolveu no intercambio cultural entre dinastia de Ryukyu e as dinastia da China.
É um Kata básico da escola Shorin "Naihanchi" que se conserva nitidamente as características de Hokuha Shorin (Shaolin do Norte), arte chinesa que objetivava, principalmente, a ofensiva montado a cavalo.
A escola Shorin-Ryu Karate-Do de Okinawa é Karate-Do tradicional e descendente do Shuri-te, que era uma arte marcial permitida somente para oficiais militares e samurais da dinastia Ryukyu centralizada ao redor do castelo de Ryukyu e foi transmitida como segue abaixo.

1º Sokon Matsumura Sensei (Orientador de artes marciais e diretamente ligados ao Rei)

2º Anko Itosu Sensei (Secretário da Família Real)

3º Chosin Chibana Sensei - Nasceu 1855, em tottori-cho na cidade de Shuri, Okinawa.

Chosin Chibana começou seu treino de Karate-Do com Yasutsune "Ankoh" Itosu em 1900, com o qual estudou ate sua morte em 1915. Em 1920 Chibana abriu seu primeiro Dojo em Tottori-Bori e depois um segundo em Kumo-Cho Naha, onde instruiu até a suspensão das classes na Segunda Guerra Mundial. Depois da guerra, resumiu-se a treinos formais em Giho-cho, que é uma parte da cidade de Shuri. Durante os 50 anos, manteve seu Dojo e sua posição como diretor instrutor de Karate-Do no departamento de polícia de Shuri.
Em maio de 1956, passou a primeiro presidente da Associação Okinawa de Karate-Do.
A reputação Chibana como mestre de Karate-Do continuou a se espalhar, não somente em Okinawa, mas por todo território japonês, durante sua vida e após seu falecimento, por causa de um câncer, em 1969.
Na época do mestre Chibana, o Shuri-te foi denominado para Okinawa Shorin-Ryu Karate-Do e, atualmente o presidente da Okinawa Shorin-Ryu em Okinawa, é o Grão Mestre Katsuya Miyahira, 10º Dan.
No Brasil, o grande expoente do Shorin-Ryu é o Mestre "Yoshihide Shinzato". Mestre Shinzato nasceu em 1927, em Okinawa, Japão.
Foi discípulo do mestre Ambun Tokuda e, com a morte deste, durante a Segunda Guerra Mundial, tornou-se aluno do Mestre Choshin Chibana. Após a morte, continuou treinando com o Mestre Miyahira. Treinou KoBu-Do com os Mestres Shikan Akamine, Masahiro Nakamoto e Katsuyoshi Kanei, recebendo a categoria de Hanshi pelo mestre Katsuyoshi Kanei em 1993.
Ainda treinou Judô com o Profº Itokazu. No Brasil, treinou Goju-ryu Karate-Do com o Mestre Shikan Akamine.
O Mestre Yoshihide Shinzato chegou ao Brasil em 1954 e ministrou aulas de Karate-Do em sua casa, para jovens da colônia japonesa. Neste mesmo ano, fez uma demonstração de Karate-Do no Parque Ibirapuera, juntamente com os grupos de folclore de Okinawa e com seu Irmão Yuzo, em comemoração aos 400 anos de aniversário da cidade de São Paulo.
Em 1962, fundou a Academia Santista de Karate-Do, em Santos-SP e, em 1970, mudou o nome para Associação Okinawa Shorin-Ryu Karate-Do do Brasil. Em 1976, criou a União Shorin-Ryu Karate-Do do Brasil, e em 1992, fundou a International Union Shorin Ryu Karate-Do Federation.
Seu método de aula baseia-se na filosofia do Budo, desenvolvimento esportivo e do convívio social, tendo como objetivo criar um homem útil tanto à sociedade como à família- um "Karate-Dodoka" com o corpo forte e a mente equilibrada. Sensei Shinzato possui mais de 200 academias filiadas no Brasil e exterior.



Característica do estilo Shorin-ryu

Respiração

O método de respiração deve ser com outra postura natural sem mostrar "suki" (momento instantâneo de desatenção, descuido, imprudência, precipitação) e/ou "iro? (cor, fisionomia do rosto) ao adversário. É importante executar um movimento rápido com inteligência. Portanto, não pode alterar a cor do rosto, respiração e inspiração não podem ser percebidas pelo oponente.



Força

A aplicação da força é de dentro pra fora e é importante concentrá-la instantaneamente; portanto, embora a linha de "enbu? (movimento das partes do corpo durante o exercício de arte marcial) seja reta, para o ataque e a defesa é exigida agilidade, aproveitando o movimento circular e eles devem ser reunidos em um só movimento com rapidez e inteligência.



Longevidade

No estilo Shorin-Ryu, devido às suas características há muito mais pessoas de longa vida. Diziam que o homem vivia bem até os 50 anos, mas os Mestres terminavam a vida com mais de 80 anos. Este fato dá convicção de que este estilo é muito apropriado para a saúde também.

Fonte: Coleção de Artes Marciais, nº 1 Editora Online



Sistema de Graduação Shorin-Ryu / SHIN SHU KAN (clique)



Associação Barreirense de KARATE-DO
Home
Data de criação : 08/01/24 Última atualização : 08/05/13 23:28 / 9 Artigos publicados
As categorias:
KARATE-DO (6)
Imagens (2)
Videos (1)
Todos os artigos
Home
O último artigo
2007.11.16
FILOSOFIA MARCIAL
Filosofia
1ª PARTE - TÉCNICA
Origem do Estilo Shorin-Ryu
SHORIN-RYU no BRASIL
A História do SHORIN-RYU


Busca


Ads by Google
Servidores dedicados

TeHospedo.com.br/servidor-dedicado

4 Mbps, Xeon Dual Core no Brasil HD 250GB, KVM, apenas R$ 314,00
O Melhor do Karatê é Aqui

www.Netshoes.com.br/Karate

Compre seu Kimono na Netshoes e Pague Em Até 12X Sem Juros!
< Anterior | Para visualizar todos os artigos | Seguinte >
SHORIN-RYU no BRASIL (KARATE-DO)
escrito em terça 04 março 2008 23:10

shorin-ryu no brasil

Mestre Yoshihide Shinzato, nasceu no Japão na ilha de Okinawa, dia 15 de março de 1927. Após concluir os seus estudos no Colégio Estadual de Okinawa, onde se iniciou na arte do Karatê-Dô com o mestre Anbun Tokuda e Judô com o Prof. Soko Itokazu, ingressou no colégio militar, que era o sonho de todos os jovens da época, pois era a forma de defender a sua pátria. Depois de formado participou da 2º Guerra Mundial como Rádio-Telegrafista. Ao término da guerra, trabalhou como funcionário público no Estado de Okinawa e praticou Karatê com o mestre Choshin Chibana, onde conheceu o Mestre Katsuya Miyahira, auxiliar do Mestre Chosin Chibana. Almejando abrir novos horizontes, interessou-se em imigrar para o Brasil, e em janeiro de 1954, Mestre Shinzato sua família chegaram ao Brasil, onde foram recebidos pelo seu tio Sigui Shinzato, já radicado no país. Chegando ao Brasil, ministrou aulas de Karatê-Dô em sua própria casa para jovens da colônia japonesa, ao mesmo tempo em que exercia a sua ocupação principal trabalhando na lavoura, transporte com caminhões e comércio em feiras-livres. Passado 8 anos de sua chegada ao Brasil, fundou oficialmente a sua primeira academia de Karatê-Dô, no dia 3 de junho de 1962, na cidade de Santos-SP, realizando um de seus sonhos. Ministrou Karatê-Dô para os seus alunos com dedicação total e também mantendo o contato com o mestre Chibana, mas após o falecimento do Mestre, continuou ligado as raízes de Okinawa com o Mestre Miyahira, treinou Goju-Ryu e Kobu-Dô com o mestre Shikan Akamine, Kobu-Dô com o Mestre Katsuyoshi Kanei e Masahiro Nakamoto. Conquistou a categoria máxima de Karatê-Dô Hanshi 10º Grau no dia 25/03/2001 pelo Mestre Katsuya Miyahira e no Kobu-dô, o título de Hanshi com o Mestre Katsuyoshi Kanei, no dia 01/11/1993. Ao longo do tempo o Mestre Shinzato já teve cerca de 12.000 alunos, na academia matriz. Academias ligadas ao mestre Shinzato, seguindo da linha SHINSHUKAN, 480 em 15 Estados brasileiros e 15 países.
< Anterior | Para visualizar todos os artigos | Seguinte >
Faça um comentário!

Seu nome:


texto webcam

Seu texto:


Para conhecer você melhor (Opcional) :

Seu email:


Seu blog:




Copiar o texto abaixo



Importante: comentários racistas, insultas, etc. são proibidos nesse site.
Caso um usuário preste queixa, usaremos o seu endereço IP (200.144.26.22) para se identificar
Todos os comentários desse artigo:
SHORIN-RYU no BRASIL
Herta Karate

Sáb 10 Jan 2009 01:28
Parabéns, o karate é a arte da reflexão harmonia e caminho, sou a professora herta Associação Semente do futsuro um abraço orkut hertakarate@yahoo.com.br veja nosso trabalho
fanuel

Ter 02 Set 2008 14:24
tambem sou karateca do estilo shorin ryo,quero dizer que é preciso mais uniao entre os caratecas,mais intercanbios para q aja mais divigação do esportes!um abraço a todos fui!
Descrição
Promovendo a educação, a conscientização, e o desenvolvimento técnico de seus associados.
Ler a continuação
Links Favoritos:
JUDO ADRIANO FREITAS
Palavras chave

1ª parte - tEcnica atletas brasileiros em geogia-atlanta eua english open 2003 filosofia filosofia marcial origem do estilo shorin-ryu shorin-ryu no brasil
Comentários
Herta Karate : Parabéns, o karate é a arte da reflexão harmonia e caminho, sou a professora her...
paulo sergio : massa teria como vcs mostrar mais bases do karate ai os atletas que ...
paulo sergio : o karate shorin-ryu e o melhor karate do mundo
fanuel : tambem sou karateca do estilo shorin ryo,quero dizer que é preciso mais uniao en...
bruce jhonathan rumao dos sant : sou um karateca

Ads by Google
Aviação Brasil

AltoVoo.com

O Mercado Premium da Aviação Geral e Diretório de aviação do Brasil
Okinawa travel info

www.jumbotours.co.jp

we book local hotels, tours, ticket & domestic flights. arigato!
ARRAIS Amador - Capitão

www.nautilusnav.com

Cursos e exames de Arrais, Mestre e Capitão Amador em São Paulo.
Lapp Brasil - Grupo Lapp

www.lappbrasil.com.br

Nota: Somos a Única Empresa Brasileira do Grupo Lapp
Faça seu telão para copa

www.projectvision.com.br

Por R$50,00 transforme sua TV Veja seus filmes em 150 polegadas
Artigos para Luta

www.CorpoPerfeito.com.br

Compre Artigos para Luta em até 10x + Frete Grátis c/ Segurança.


Este blog contém algum conteúdo censurável? / Divulgar este blog

rede Blogorama
Você também pode criar o seu blog. Clique aqui!



Annonces Google
O Melhor do Karatê é Aqui
Compre seu Kimono na Netshoes e
Pague Em Até 12X Sem Juros!
www.Netshoes.com.br/Karate Toques Para Celular
Baixe Sons de Seu Artista Favorito
Para o Celular. Veja Como!
Toques-Melhores.com/Toques Mestre
Visitez-vous Mestre?
Comparez prix & critiques d'hôtels
www.TripAdvisor.fr Okinawa travel info
we book local hotels, tours, ticket
& domestic flights. arigato!
www.jumbotours.co.jp
1 Go d'espace gratuit tout de suite. Votre propre site internet pour 0? + un domaine GRATUIT. Pas de publicit. ! Gagnez de l'argent avec votre page Multimania Web: Tripod:
Revoir la pub

::Pagina Inicial:: ::Katas:: ::Kobu-Do:: ::Faixas:: ::Mestres::


Quarta, 28 de Janeiro de 109


::Menu::
- Pagina Inicial
- Academias AKKO
- Estilo Shorin-Ryu
- Exames De Faixas
- Faixas
- Hístoria Do Karatê
- Hidari Gomon
- Katas
- Karatê e as Crianças
- Kobu-Do
- Lema Do Karatê
- Cursos
- Mestres
- Princípios do Karatê

::Multimídia ::
- Downloads
- Chaves Para Campeonato
- Fotos
- Vídeos

::Contato::
- Deixe Seu Recado
- Escreva Um Artigo
- Contato
- Autores Do Site

- Área Restrita

::Publicidade::









Nesta sessão você, encontrara dados sobre os principais mestres do estilo Shorin-Ryu.


Mestre Yoshihide Shinzato foi discípulo do Mestre Choshin Chibana, e depois do falecimento deste, continuou treinando com o Mestre Katsuya Miyahira.
Mestre Shinzato 10º Dan é o mestre brasileiro, sendo que a sede da Shorin-Ryu no Brasil fica localizada em Santos, na Avenida Senador Feijó, 616 - A
Mestre Katsuya Miyahira também foi discípulo de Choshin Chibana. É o atual mestre mundial da Shorin-Ryu 10º Dan como Shinzato.

Mestre Choshin Chibana teve como alunos Miyahira e Shinzato. Foi discípulo de Anko Itosu
Mestre Anko Itosu considerado como um dos precursores do karate moderno, seus alunos se tornaram fundadores de grande parte dos estilos atuais de karate.
Mestre Sokon Matsumura considerado o fundador do Shorin-Ryu (estilo de Shaolin) e o introdutor dos três Kata Naihanchi.
Mestre Tode Sakugawa foi o primeiro Mestre na linhagem Shorin, iniciando seus estudos com o Mestre Takahara. Teve como discípulo o Mestre Sokon Matsumura.















Copyright 2005 ® A.K.K.O Karatê Shorin-Ryu



















BIOGRAFIAS

KATSUYA MIYAHIRA

Mestre Katsuya Miyahira nasceu em 16 de Agosto de 1918 na cidade de Nishihara localizada em Okinawa.

Com 15 anos de idade começou a treinar Karate com os mestres Anbun Tokuda e Choshin Chibana, isso quando estudava na hoje conhecida Escola Superior de Shuri.

Teve a oportunidade de treinar também com o Mestre Choki Motobu, cujo Dojo se localizava em Makishi, Naha.

Foi professor no Colégio Japonês da Mandchuria, durante a Segunda Guerra Mundial , tornando-se posteriormente funcionário público em Naha, Okinawa.

Fundou em 1948 a sua primeira academia na cidade de Nishihara, na vila de Kaneku e a segunda academia em 1956 na cidade de Naha. Foi também professor de Karate na Universidade de Ryu Kyu.

Em 1958 recebeu o diploma Kyoshigo (aquele que sabe ensinar), devido a seus trabalhos de ensino nas escolas.

Preside a Shorin Ryu Karate - Do Internacional e a Federação Okinawense de Karate-Do, também é membro da Mesa Examinadora de Faixas Pretas da ¨All Japan Karate-Do Organization¨.




Mestre Miyahira ao lado do monumento em homenagem ao mestre Itosu, erigido em 1964
por Mestre Chibana.

Voltar ao topo



Copyright © Site Marcial Home Page 2002 - 2004



















BIOGRAFIAS

CHOSHIN CHIBANA

O Grão Mestre Choshin Chibana, criador do Okinawa Shorin-Ryu Karate-Do, nasceu em 5 de junho de 1885, em Tottori-cho da Cidade de Shuri em Okinawa. Ele começou a treinar aos 13 anos com Yasutsune "Anko" Itosu em 1898, quando estava no final do curso do Okinawa Kenritsu Dai-Ichi Chu-gakko (escola secundária).

Estudou com Mestre Itosu até este falecer com a idade de 85 anos em 26 de janeiro de 1915. Cinco anos após a morte do Mestre, ele começou a ensinar. Começou a lecionar em Tottori-bori e como a sua boa reputação se espalhou ele abriu um segundo Dojo em Kumo-cho, Naha. Mas em 1929 muda-se para o Paço do Barão Nakijin na vila de Gibo (Shuri), chamando o Dojo de Tode Kenkyu Sho (Clube de Pesquisas do To-de). Em 1935 adota o nome Shorin-Ryu, que tem os mesmos caracteres chineses para ¨ Pequeno Bosque ¨ (Shaolin), e sendo também a mesma pronuncia para a palavra Kobayashi.

Mestre Chibana permaneceu em Okinawa, durante a Segunda Guerra Mundial e quando Shuri foi destruída pelos americanos em 1945, milagrosamente escapou da morte, ficando até 1948 na Península Chinen e retornando para Giho-cho (Shuri) para reabrir sua academia.

Depois da guerra, fica até 1948 na Península Chinen e parte para reiniciar suas aulas do Shorin-Ryu em Giho-cho que é uma parte de Cidade de Shuri. Inicia um itinerário em Naha abrindo academias em Asato, Jiku, Sakayamachi, Mihara e depois em Yamagawa em Shuri. Durante o mês de fevereiro de 1954 até dezembro de 1958, ele era também o Instrutor Chefe de Karate-Do do Departamento de Policia da Cidade de Shuri . Em 5 de maio de 1956, a Federação Okinawa de Karate foi formada e ele foi designado seu primeiro presidente, cargo que ocupou por dois anos. Funda e torna-se presidente da Associação Okinawa Shorin-Ryu Karate-Do.

A reputação de Mestre Chibana como um mestre de Karatê continuou aumentando, não só em Okinawa mas também em todo o Japão. Em 1957 ele recebe o título de Hanshi (Grão - Mestre : 10º Dan) do Dai Nippon Butokukai (A Maior Associação de Arte Marcial do Japão) e em 1960, ele recebeu o Primeiro Prêmio de Distintos Serviços ao Esporte do Okinawa Taimussu Shinbum, por todas as suas realizações no estudo e prática do Tradicional Karatê-Do de Okinawa.

Em 29 de abril de 1968, Mestre Chibana trouxe uma honra adicional para o Karatê-Do de Okinawa, sendo premiado com a 4ª Ordem do Tesouro Sagrado (Kunyonto) pelo Imperador Hirohito do Japão.

Em 1964, foi constatado que o Mestre Chibana tinha um câncer terminal da garganta. Mas devido a sua dedicação para com a arte do Okinawa Shorin-Ryu, ele continuou ensinando, embora o seu corpo começasse a debilitar com a expansão do câncer. Em 1966 ele foi admitido no Centro de Pesquisa de Câncer de Tóquio para tratamento com radiação em uma tentativa para deter a expansão da doença.

Depois de alguma melhoria, Mestre Chibana retomou o ensino do Okinawa Shorin-Ryu com o seu neto Akira Nakazato. Mestre Chibana teve mais de 5000 alunos e entre eles o Mestre Katsuya Miyahira que foi seu auxiliar e Mestre Yoshihide Shinzato (10º Dan), este considerado o mais importante Mestre fora de Okinawa, fundador da União Shorin-Ryu Karate-Do do Brasil e da International Union Shorin-Ryu Karate-Do Federation, entidade que é formada pelas mais importantes federações do estilo Shorin-Ryu do mundo todo.

Afirmava sempre que o karate deveria ser praticado como uma arte marcial e não como um esporte, uma ginástica. Dizia: ¨ Eu penso que nós temos que evitar tratar o Karatê como um esporte, deve sempre ser uma arte marcial ¨. Essa filosofia manteve a verdade e a pureza do Karate de Okinawa.

No final do ano de 1968 a condição do Mestre Chibana piorou e ele retornou ao Hospital de Ohama. Apesar dos esforços dos médicos falece às 6 horas e 40 minutos da manhã de 26 de fevereiro de 1969, com a idade de 83 anos.

Foto comemorativa do Estabelecimento de Kata-básico de Karatê (ano de 1937).
Na fila dianteira da esquerda para direita: Chotoku Kyan. Kentsu Yabe, Chomo Hanashiro, Chojun Miyagi.
Na fila de trás da esquerda para direita: Shinpan Shiroma , Choryo Maeshiro, Choshin Chibana, e Genwa Nakasone.

Voltar ao topo



Copyright © Site Marcial Home Page 2002 - 2004



















BIOGRAFIAS

ANKO ITOSU

Anko Itosu nasceu em 1832 no vilarejo de Yamagawa em Shuri de Okinawa, e com 16 anos de idade iniciou-se nas artes marciais com o mestre Sokon Matsumura. Com muita cultura, era um estudioso literário e conhecedor dos clássicos chineses e japoneses, tornando-se secretário do rei Sho Tai de Okinawa até a queda da monarquia em 1879.

Após esse período Itosu estudou karate em Tomari com Shinpan Gusukuma Shiroma , Yasuri e com o mestre chinês Chiang Nan.

Em abril de 1901 Itosu introduz o ensino do karate na Escola Primária Jinjo de Shuri, e faz uma série de adaptações técnicas tornando-o mais simples e com isso inclui o Karate no currículo de treinamento físico.

Em 1905 torna-se professor de karate do Colégio Municipal Dai Ichi e do Colégio Municipal de Treinamento de Professores. Já em 1908 escreve para o Departamento Municipal de Educação uma histórica carta pedindo a introdução do karate como matéria em todas as escolas de Okinawa, o que ocorre não só em Okinawa como também no Japão, contribuindo para isso o momento de militarização porque passava o Império Japonês.

Mestre Itosu era possuidor de grande força física e famoso por seu soco potente, mas também com um caráter admirado por todos e muito paternalista com seus discípulos, mas sempre com uma rígida disciplina em seu Dojo em Kubagawa. Foi grande amigo do Mestre Anko Azato, apesar de terem opiniões divergentes na maneira de treinar, onde Azato defendia evitar o máximo o contato com o adversário, e Itosu não achava necessário muita mobilidade, mas o corpo deveria ser capaz de absorver os golpes .

É responsável por simplificar o Kata Naihanchi do seu mestre Matsumura, e por criar os cinco Katas Pinan para os quais cuja origem há versões de que vêem de uma forma simplificada do Kata Kusanku, ou do Kata aprendido com mestre Chiang Nan. Com Mestre Nakahara aprende o Kata Chinto.

Mestre Anko Itosu faleceu com 85 anos de idade em 1916 .

Muitos dos seus discípulos tornaram-se famosos mestres fundadores de estilos e contribuidores na evolução do Karate : Kentsu Yabu (1866 - 1937); Gishin Funakoshi (1868 - 1957) e Chomo Hanashiro (1869 - 1945), entre outros.

Voltar ao topo



Copyright © Site Marcial Home Page 2002 - 2004


Karateca.net
Karate => Geral => Tópico iniciado por: Macedo em Junho 06, 2008, 11:32:56
Título: Shorin-Ryu
Enviado por: Macedo em Junho 06, 2008, 11:32:56
Fala pessoal,

Nao sei se voces lembram de mim mas eu jah estive por aqui com esse topico:

http://www.karateca.net/component/option,com_smf/Itemid,27/topic,2512.0/

Desde abril eu estou treinando o goju-ryu e estou gostando bastante...
Porém ano que vem eu provavelmente vou ter q me mudar para comecar o mestrado... Na cidade em q eu vou morar e aparentemente todas as cidades proximas eles só treinam um estilo chamado Shorin-Ryu...

O que voces podem me dizer sobre o estilo? Pelo q eu li eh um estilo sério como o Shotokan e o goju-ryu mas eu tenho medo de comecar a treinar e acabar sendo algum estilo tipo o Kata Shobu-Do Ryu... Nao quero jogar anos de treino no lixo...

Obrigado pessoal
Oss!
Felipe

PS: Estou vendo alguns videos de karate shorin-ryu no youtube e me parece ser cheio de firulas e saltos... Perdi um pouco da vontade... Shotokan só tem em uma cidade q fica a 50 min de distancia da cidade em q vou morar...

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: Pablo Vinícius Smanioto em Junho 06, 2008, 14:10:01
Macedo, o estilo Shorin ryu é um estilo de Karate seríssimo e muito tradicional, não te preocupes com isso.

O sensei Troyman é praticante de Shorin ryu, aluno direto do Sensei Shinzato, ele poderá falar muito mais sobre o estilo.

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: Macedo em Junho 06, 2008, 16:02:46
Muito obrigado Pablo!

Aguardo entao anciosamente uma resposta do sensei Tryoman!

OSS!

PS: Sensei troyman, se o sr. tiver conhecimento de goju-ryu que eh o estilo que eu pratico no momento e voce puder comparar o goju com o shorin eu ficaria mto grato!
posicoes como Heiko dachi, Sanchin dachi, Han zenkutsu dachi sao usadas no shorin?

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: yama em Junho 06, 2008, 19:29:31
Oss Macedo


Vou me antecipar a Troyman Sensei para dar pitacos na pergunta.

O Shorin-ryu é o nome novo quase 100 anos dado por Chibana Sensei ao Shuri-te,que é o pai do Shotokan e do Wado e irmão do Goju se fossemos fazer uma árvore familiar.

As mesmas firulas feitas no Shorin-ryu é feita no Shotokan, no Wado e no Goju também com enfases de visões diferentes.

as principais diferenças em relação a postura:

são que no Shorin e no Wado as posições a maioria é mais alta, no Goju é bem baixa e no Shotokan é intermediaria entre um e outro.

Todos são excelentes nós é que nos moldamos a elas (escolas) e tentamos nos apronfudar nas suas essências.

Vamos deixar que Troyman Sensei pela Shorin-ryu e Lezon Sensei pela Wado-ryu as apresentem a voce com mais propriedade já que sou apenas um burrão me metendo na conversa.

Seja qual for a sua escolha será bem feita e não vai desaprender em nada o que voce já conseguiu na Goju,vai sim é acrescentar mais conhecimento aos que voce já tem.

Oss
alberto.

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: Macedo em Junho 06, 2008, 20:13:10
Oss Alberto

Muito obrigado pela sua resposta.

É muito importante pra mim saber que o que eu estou aprendendo na Goju não irá "para lixeira" se eu começar a praticar shorin-ryu ano que vem.

Infelizmente na noruega onde eu moro as opções são muito limitadas... Quando eu morava no rio, só na zona sul existem dezenas de academias com estilos diferentes.. É só escolher sua favorita...

Aqui ou você pratica um estilo ou dirige 40 min em cada direção pra achar um outro estilo.

Oss
Felipe

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: Troyman em Junho 07, 2008, 00:25:47
Macedo

Como vai? O Yama já fez uma boa antecipação de resposta, mas como você pediu diretamente a minha opinião, vamos lá.

O Karate-Do surgiu em Okinawa, derivado de modalidades do Wusu chinês, em especial o Kung-Fu praticado no mosteiro Shao-Lin de Fukien, na península de Fuchow, uma região da China muito próxima do arquipélago Ryu Kyu, ao qual pertence a ilha de Okinawa. Nesta ilha, onde mestres chineses ensinaram a sua arte e de onde praticantes e mestres okinawanos sairam para a China para aprender a luta, formou-se o To-De (Mão Chinesa) que se mesclou com técnicas locais de luta. Esse To-De foi sendo moldado nas diversas vilas de Okinawa, principalmente na cidade de Shuri (antiga capital), onde se originou o Shuri-Te, na cidade portuária de Naha (atual capital), onde se originou o Naha-Te. Havia ainda a cidade de Tomari onde também surgiu o Tomari-Te. O Naha-Te deu origem ao estilo Goju-Ryu (nome dado pelo Mestre Chojun Miyagi). O Shuri-Te deu origem ao estilo Shorin-Ryu (nome também lido como Shao-Lin em chinês e como Kobayashi-Ryu em japonês, dado pelo Grão-Mestre Choshin Chibana). Da mescla do Shuri-Te com o Tomari-Te surgiu o estilo Matsubayashi-Ryu (também conhecido como Shorin-Ryu, só que com ideogramas diferentes, dado pelo Grão-Mestre Shoshin Nagamine), e o Shotokan, levado para a terra principal do Japão pelo Mestre Gichin Funakoshi. O Kobayashi-Ryu é o único puramente Shuri-Te e foi trazido para o Brasil pelo Grão-Mestre Yoshihide Shinzato que o aprendeu diretamente do Grão-Mestre Chibana. No Brasil, o Mestre Shinzato praticou com o Mestre Shikan Akamine, outro imigrante okinawano que praticava o estilo Goju-Ryu, tanto que quando fundou a sua academia em Santos, o Mestre Shinzato ensinava katas dos dois estilos. Só bem posteriormente o Mestre Shinzato deixou de ensinar os katas do Goju-Ryu, por imposição da sede do Kobayashi-Ryu de Okinawa, dirigido pelo Grão-Mestre Katsuya Miyahira, herdeiro do Mestre Chibana.

O Shorin-Ryu do Mestre Shinzato, que faleceu no início deste ano e agora é liderado pelo seu filho Masahiro Shinzato, Hanshi 9o. Dan, é um estilo forte e bem tradicional. Os katas são iguaizinhos aos praticados na sede de Okinawa e a forma é de posturas altas, seguindo a tendência de bases as mais naturais possíveis, e bastante focado na velocidade. Não existem firulas nos katas, como você provavelmente deve ter visto no estilo Matsubayashi-Ryu. Os katas são antigos e deram origem à maioria dos katas praticados no Shotokan e no Wado-Ryu, estilos criados na terra principal do Japão.

Quando eu comecei a praticar, o Sensei Shinzato ainda ensinava os katas do estilo Goju-Ryu e muitas técnicas de kihon compiladas pelo Sensei incluem muito da essência deste estilo. A respiração kokyu, muito característica do Goju-Ryu, é um elemento único, embora considere que, quando praticado em excesso, possa prejudicar um pouco a saúde do praticante. As bases mais baixas são boas para se desenvolver uma defesa bastante sólida. As bases mais altas do Shorin-Ryu, proporcionam arrancadas de ataque e contra-ataque mais eficazes, além de facilitar mais as técnicas de esquiva (tai-sabaki). No Shorin-Ryu praticamos todas as bases tradicionais do Karate-Do (heisoku-dachi, musubi-dachi, heiko-dachi, shizen-dachi, shiko-dachi, fudo-dachi, zenkutsu-dachi, kokutsu-dachi, te-ji-dachi, neko-ashi-dachi, tsuru-ashi-dachi, gicho-dachi, kosa-dachi, han-kosa-dachi, kake-ashi-dachi e moto-dachi). O grande diferencial do Shorin-Ryu do Mestre Shinzato está mesmo no grande número de kihons que ele organizou e publicou em um livro que é hoje a bíblia do Shorin-Ryu Shin Shu-Kan, como é conhecido hoje no Brasil e no mundo através da International Union Shorin-Ryu Karate-Do Federation. Como todos os estilos de Okinawa, na Shin Shu-Kan também praticamos o Kobu-Do, a modalidade com armas antigas das ilhas Ryu Kyu (Bo, Nunchaku, Tonfa, Sai, Kama e Eku).

Felipe, qual a cidade em que você vai fazer o seu Mestrado? Fica na Noruega? Talvez eu possa te dar uma indicação da qualidade da escola Shorin que você vai praticar, mas de antemão já posso assegurar que, se for da linha Kobayashi do Sensei Katsuya Miyahira, você estará em boas mãos. E é bem provável que eles também pratiquem o Kobu-Do, que, acredito, você vai se encantar em praticá-lo.

Saudações :) ;)

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: Macedo em Junho 07, 2008, 08:45:42
Oss

Sensei Troyman obrigado por essa aula online e gratis que o sr. acabou de me dar!

Eu vou fazer meu mestrado na Universidade de Agder, que possui campus em 3 cidades diferentes se eu nao me engano. A parte de informatica fica em uma cidade chamada Grimstad e é lá que eu vou fazer meu mestrado.

Esse é o site do "dojo"
http://www.grimstadkarate.com/

um paragrafo na descricao do clube diz isso:
"Den versjonen av Shorin-ryu som vi underviser i er Shobayashi, Japansk Shorinryu Kenshinkai med utspring i havnebyen Fukuoka." que traduzido pro portugues diz: A versao do Shorin-ryu que nós ensinamos é Shobayashi, Shorin-Ryu Kenshinkai japones que "nasceu" na cidade de Fukoka. Eles falam tambem que quem trouxe o shorin-ryu pra noruega foi o sensei Tsutom Watanabe (7. dan) do japao, que hoje mora no canada, mas visita a academia todo ano para dar um "curso" para todos os alunos de shorin ryu da regiao.

Existe uma outra cidade chamada Arendal que fica a 20 min daqui que tambem ensina
o estilo que o Watanabe trouxe...

Depois dessa cidade soh Kristiansand que fica a 50 min em cada direcao, mas eu nao tenho condicoes pra viajar duas vezes por semana pra treinar karate... a gasolina aqui custa 4 reais por litro...

Voce já ouviu falar nesse Watanabe e o estilo shobayashi troyman?

Obrigado novamente pelo seu ótimo post.
Oss
Felipe

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: Troyman em Junho 07, 2008, 13:40:36
Felipe

A linha Shobayashi (que também se lê Shorin, onde o Sho significa "pouco" - o Ko de Kobayashi significa "pequeno" e o Matsu de Matsubayashi significa "pinheiro") é advinda de outro grande mestre de Okinawa, Chotoku Kyan, um discípulo de Sokon Matsumura, o precursor do Shuri-Te em Okinawa, que foi professor de Anko Itosu que foi mestre de Choshin Chibana, o fundador do Kobayashi-Ryu. É um estilo irmão do Matsubayashi-Ryu de Shoshin Nagamine, que também foi aluno de Chotoku Kyan. Não conheço muito o estilo, mas pelo que já vi pelos vídeos do YouTube, tem realmente muitas "firulas" nos katas, que têm as mesmas origens do Kobayashi e do Matsubayashi. O Shobayashi-Ryu foi fundado pelo Grão-mestre Eizo Shimabukuro, outro famoso professor okinawano, que acredito deve ser professor desse Sensei Watanabe, que, pelo nome, deve ser oriundo da terra principal do Japão, não de Okinawa. Estou ouvindo sobre ele pela primeira vez e não me sinto muito à vontade para opinar. Mas se você quer um bom conselho, vale a pena experimentar e ver qual é a deles. Por ser um estilo originado do Shuri-Te, deve ser calcado em posturas mais altas e na velocidade como a maioria dos estilos Shorin. É uma boa oportunidade de se obter conhecimento. Do meu ponto de vista, toda experiência vale a pena. Se você não se adaptar, procure outro estilo. Se você já fez Shotokan, corra atrás para não marcar passo. Se a sua for buscar conhecimento, uma ótima opção é fazer Wado-Ryu, um estilo consagrado no cenário mundial, principalmente na Europa. O importante é você se sentir realizado após cada aula, sentir que está valendo a pena gastar o seu tempo e o dinheiro da gasolina.

Saudações :) ;)

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: Macedo em Junho 07, 2008, 19:43:48
Caro Sensei Troyman

Se for do seu interesse, aqui está um texto sobre o tal do sensei Watanabe...
http://mkcshorin.tripod.com/maine.htm quando o site carregar clique em "Our Sensei"
Esse site é o site da academia dele em montreal.

Oss
Felipe

PS: mas o importante é viver no momento. O que eu treino agora (e gosto muito) é o Goju-Ryu e é nisso que eu tenho q me consentrar.

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: Macedo em Junho 14, 2008, 08:38:29
Sensei Troyman,

Os katas que eu estaria aprendendo no Shorin Ryu Shobayashi são os seguintes (escreverei o nome dos katas que o aluno deve saber nas respectivas faixas):

Faixa amarela:
E-Kata Ippon-me
E-Kata Nibon-me
E-Kata Sanbon-me

Faixa laranja:
Pinan Shodan
Pinan Nidan

Faixa verde:
Pinan Nidan
Pinan Sandan

Roxa:
Pinan Sandan
Pinan Yondan
Pinan Godan

Azul:
Pinan Yondan
Pinan Godan
Bassai Dai

Marrom:
Pinan Godan
Bassai Dai
Bassai Sho

São esses os mesmos que o senhor pratica? Se não forem, o senhor sabe se são katas com muitas firulas ou se são katas sérios e com boas tecnicas?

Grato!
Felipe

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: gustavo.antao em Junho 16, 2008, 14:18:13
Katas shorin linha Kobayashi

Branca: Naihanchi-shodan e Fukyo-Gata Dai-ichi

Amarela: Naihanchi-nidan

Laranja: Naihanchi-sandan

Azul: Fukyo-Gata Dai-ni e Pinan-Shodan

Verde: Pinan-nidan e Pinan-sandan

Roxa: Pinan-yondan e Pinan-Godan

Marron: Itosu no Passai

Até onde eu sei é isso, depois disso o sensei Troyman explica. Eu ainda to no Pinan-shodan hehehehehe...

Abraços

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: Ricardo S em Junho 16, 2008, 14:34:16
Gustavo, aprendi como sendo os katas kobayashi (da escola Shinshukan) estes mesmos, entretanto com uma relação por faixa um pouco diferente:

Branca: Naihanti Shodan e Fukyu-Gata Dai Ichi

Amarela: Naihanti Nidan

Laranja: Naihanti Sandan e Fukyu-Gata Dai Ni

Azul: Pinan Shodan

Verde: Pinan Nidan e Pinan Sandan

Roxa: Pinan Yondan e Pinan Godan

Marrom: Itosu No Passai (antigo Passai Sho) e Kussanku Sho

1o Dan: Matsumura No Passai (antigo Passai Dai), Kussanku Dai e Chinto

2o Dan: Jion, Gojushiho e Teesho

3o Dan: Koryu Passai e Unchu

4o Dan: Ryu Ko

Sds

Título: Re: Shorin-Ryu
Enviado por: gustavo.antao em Junho 16, 2008, 14:49:26
Ricardo... acredito que seja isso que você falou mesmo.
É que quando eu comecei a treinar karate (há uns 15 anos atrás) não tinha os 2 Fukyo-Gatas e eu fui até a azul apenas com os 3 Naihanchi e o Pinan.
Voltei a treinar há uns 4 meses, e tive que aprender os 2 Fukyo agora. Eu imaginei que o Dai-ni fosse kata de 4º kyu.

Abraços

Ah... também sou da escola Shinshukan, meu sensei foi aluno do Mestre Shinzato.


Powered by SMF 1.1.5 | SMF © 2006, Simple Machines LLC
Joomla Bridge by JoomlaHacks.com

Princípios Filosóficos do Karaté

Quarta-feira, Novembro 30, 2005
História do Karaté

O Karaté é, essencialmente, uma relação directa entre tempo e distância, pois indica precisamente a plástica que deslumbra com os seus movimentos de precisão e beleza.

A origem do Karaté esconde-se nos segredos do passado. Embora exista uma grande quantidade de estilos ?Ryu? do Karaté, a sua história é única, pois parte de um ponto comum, divergindo muito pouco de estilo para estilo, tendo sido transmitida de Mestre para aluno, ao longo do decorrer dos séculos.

Há aproximadamente 5.000 anos, viveu na Índia um rico príncipe, que desenvolveu uma das primeiras versões de autodefesa sem armas. Observou os movimentos dos animais nas florestas e estudou cuidadosamente os seus métodos de defesa. Notou as acções usadas pelo tigre para matar a sua presa com sucesso, observou os movimentos das asas e pés dos pássaros.

O príncipe aplicou então as técnicas de ataque dos animais ao corpo humano e descobriu, assim, que muitas delas podiam ser empregues com sucesso. Experimentou-as nos seus escravos, para assim descobrir os pontos vulneráveis do corpo humano. A história conta que sacrificou mais de 100 escravos. Enfiava agulhas compridas nos seus corpos até que as picadas resultassem na morte dos mesmos. Com esta experiência cruel, obteve o tão procurado sucesso.

Depois de ter estudado, sistematizado e padronizado algumas outras técnicas, esse método de autodefesa foi ensinado aos monges que peregrinavam pela Índia e pela China.

Esses monges, praticantes do Budismo Zen, chamados de I-Chin-Sutra, acreditavam que, a prática de exercícios físicos ajudaria na salvação da alma e contribuiria para alcançarem a Iluminação. Entre outros, destaca-se em particular o monge Bodhidharma (também conhecido por Daruma no Japão), considerado o 28º patriarca do Budismo Zen. Considerações essa que provêm de duas fontes: uma é o Tao Hsuan, compilado no começo da dinastia T?ang em 654 d.C., e a outra é o registro da Transmissão da Lâmpada em 1004 também d.C..

Quando chegou à China, através das suas peregrinações, esteve vários anos no Mosteiro de Shaolin, ensinando a teologia budista. Também lhes transmitiu os dezoito movimentos básicos, que mais tarde deram origem ao Boxe Chinês; juntamente com estes ensinamentos, ensinou-lhes ainda o seu ?Varjeramushi?, que em sânscrito significa ?Soco Real?.

O Mosteiro de Shaolin situa-se na China, na província de Honan. Como nessa época o país vivia um período de conflitos internos, o mosteiro foi invadido por Manchus, logo após a retirada desse monge.

Com isso, o mosteiro foi praticamente destruído e muito dos monges morreram nos combates. Os que conseguiram fugir, desapareceram temporariamente nas montanhas ou continuaram a fugir para longe dos conflitos.

Dos ensinamentos de Bodhidharma contidos no Ekkin-Kyu, surgiu, após o fim dos conflitos, o Shaolin-Su-Kempo (Shorin-Ji-Kempo).

Por volta de 1371, o intenso comércio entre a China, Coreia e os países do sudeste asiático, como a Tailândia, Java, Filipinas, Sumatra e Malásia, dava à ilha de Okinawa uma supremacia no arquipélago de Ryu-Kyu.

Essa ilha, situada no lado ocidental do Pacífico, conhecida como a ?Corda no Oceano?, fica a cerca de 600 km ao Sul do Japão, 600 km a Norte da Formosa e 700 km a Leste da China. Era, sem dúvida nenhuma, um ponto estratégico.

Como consequência desse comércio, houve também, inevitavelmente, um intercâmbio cultural.

Ao longo da sua história, Okinawa foi palco de diversos conflitos e inúmeras invasões; consequentemente, o assolamento do seu povo foi estarrecedor. Quando a ilha foi dominada pelo Japão, já existia então o Okinawa-Té, que havia sido desenvolvido pelos aldeãos, e que era originário do Kempo (Shaolin-Su-Kempo) vindo da China, assim como do Pa-Kua e Tai-Chi.

Em 1427, a ilha de Okinawa era dominada pelo Rei de Chuzan ? Sho Hashi, tendo em seguida, por volta de 1670, ficado sob o domínio do estado de Satsuma.

O Karaté assumiu então o seu papel em três localidades distintas: na capital, Shuri, com o nome de ?Shuri-Té?; na cidade portuária de Tomari, com o nome de ?Tomari-Té?; e na cidade comercial de Naha, com o nome de ?Naha-Té?.

As regiões de Shuri-Té e Tomari-Té deram origem aos seguintes estilos de Karaté: Shorin-Ryu, Shoto-Kan e Wado-Ryu. O Naha-Té, ao estilo Goju-Ryu, etc.

Essa foi uma época de ouro, na qual surgiram nomes como: Sokon Matsumura, Anko Itossu, Ioshimine, Tawata, Kiyuna, Kawas; mais tarde apareceram ainda: Gichin Funakoshi, Chibana, Yabu, Hanashiro, Tokuda, Mabuni, Gussukuma, Yamakawa, Miyagi, Otsuka, Kenywa, Siwa, entre outros.
Em 1902, o Mestre Gichin Funakoshi e alguns dos seus alunos deram a primeira exibição pública e formal para o Comissário das Escolas da Prefecture Kagoshima do Japão, Ozawa Ahintaro, que ficou bastante impressionado pela bela arte.

Entre 1916 e 1917, Gichin Funakoshi foi convidado, como representante da Prefecture Okinawa, para demonstrar a sua arte no Butokuden ? centro de actividades marciais.

Devido à guerra com a China, o povo Japonês não aceitava nada que fosse representativo da cultura chinesa. Ora, esta arte, que ainda não possuía um nome definido, era conhecida como ?Tode? , ou seja ?Mãos Chinesas?. Os seus praticantes treinavam-na às escondidas, para que não fossem descobertos e, consequentemente, torturados para que delatassem os nomes dos seus companheiros.

Por isso, para se ser admitido num desses grupos, teria de se ser apresentado por um dos membros integrantes dos ?karatecas?; mesmo assim, eram ainda submetidos a rigorosas provas, para assim mostrarem coragem, resistência física e espiritual e a suportarem flagelos, caso fossem apanhados pelos soldados.

No início da Primavera de 1922, foi então ao Japão, a pedido do Ministro da Educação, para demonstrar a sua arte na 1ª Exibição Nacional Atlética de Tóquio.

Gichin Funakoshi, fora escolhido pelos seus companheiros por ser um dos mais antigos praticantes do Okinawa-Té e, para sua felicidade, os seus primeiros mestres ainda se encontravam vivos, Azato e Itossu.

Para além de tudo isto, Funakoshi era também o mais culto, instruído e tinha a palavra fluente, falava correctamente o idioma japonês e estava familiarizado com os seus costumes, condições que os outros Mestres de Okinawa não possuíam. Era aberto e devotado ao conceito de que o Karaté deveria ser desenvolvido como método de autodisciplina, melhoria da saúde e desenvolvimento do carácter.

Com esta abertura, o Karaté surge no Japão definitivamente, e os restantes Mestres tiveram a oportunidade de mostrar o seu trabalho e assim legar-nos o Karaté-Do, que hoje praticámos.

Como o Okinawa-Té (Mãos de Okinawa) tinha uma influência acentuada da cultura chinesa, tanto até que o seu nome anterior era Tode (Mãos Chinasa) que tinha fundamento na dinastia Tang da China, o Mestre Gichin Funakoshi idealizou então, o nome ?Karaté?. Mesmo assim, teve de modificar o kanji ?Kara?, que significa ?vazio?, fundamentando-se na filosofia Zen. Por volta de 1935, escreveu o livro ?Karaté-Do Kyohan?.

O estilo Shotakan apareceu, em virtude de alguns alunos do grande Mestre Funakoshi terem fundado o primeiro ?dojo? independente. Em 1945, esse dojo foi destruído na Segunda Grande Guerra e muitos dos seus alunos foram mortos. Após o final da guerra, com o que restou, fundou-se em 1949 o Nihon Karaté Kyokai. O comando geral fica então nas mãos do aluno mais velho, Masatoshi Nakayama e o Mestre Hidetaka Nishiyama fica como chefe do Comité de Instrução e Graduação.

O estilo Shorin-Ryu deve homenagem ao grande Mestre Itossu Anku, que foi mais tarde dirigido pelo Mestre Chibana e actualmente o seu dirigente internacional é o Mestre Katsuya Miyahira.

O estilo Goju-Ryu reverencia, por sua vez, o Mestre Chojun Miyagi. O representante oficial internacionalmente é o grande Mestre Gogen Yamaguchi, também conhecido com ?o gato?.

Do estilo Shito-Ryu, dá-se como fundador o Mestre Mabuni.

O estilo Wado-Ryu, criado por H. Otsuka, teve a sua solidez na abertura da sua primeira escola em 1911, com o nome de Wado-Ryu Karaté Jitsu, e uma escola com o nome de Wado-Ryu Jitsu Kempo.

Uma outra contribuição dada por Gichin Funakoshi, foi a criação e agregação da partícula ?Do? (caminho espiritual, da sinceridade, da harmonia, etc.), concretizando assim os objectivos do Karaté-Do.

Dentre estes grandes adventos, o Karaté-Do teve algumas transformações, dando assim aos praticantes a oportunidade de o ter como desporto competitivo. Os ?kata? seriam executados sem armas, instituir-se-iam regulamentos para o ?Shiai-kumité? (luta de competição). O primeiro campeonato realizado pela All Japan Karaté-Do, foi em 1957, aproximadamente dois meses depois da morte de Gichin Funakoshi.



Fontes de Pesquisa:
SOARES, JOSÉ GRÁCIO GOMES (1998). Teoria e Prática do Karatê-Dô Wado-Ryu, São Paulo: Ícone

posted by Karaté Infantil Alex-Ryu-Jitsu at 5:01 PM
0 Comments:

Enviar um comentário

<< Home Acerca de mim Instrutora Elsa Cunha Ver o meu perfil completo Previous Posts Bodhidharma Virtudes essenciais a qualquer praticante de Artes... Graduações Cinturão e Equipamento Arbitragem Rivalidade entre Estilos Bushido - O suporte mental dos Samurais Bushido - O suporte mental dos Samurais Budo O Espírito de um Budoka HOME HISTÓRIA CALENDÁRIO SHIDOKAN GALERIA DE FOTOS LIVRO VISITAS CONTATO Shidokan História da Shidokan do Brasil A história da Shidokan do Brasil confunde-se com a trajetória de seu fundador no lugar que ele escolheu para viver. Não há como falar da vida do Sensei Kazunori Yonamine em terras brasileiras sem mencionar o seu amor ao Karate-do, afinal ele começou a treinar justamente por aqui. A Shidokan do Brasil nasceu em agosto de 1990, quando o Sensei Kazunori trouxe do Japão sua filiação junto ao Grão-Mestre Katsuya Miyahira, presidente do Okinawa Karate-do Shorin-ryu Shidokan, sendo assim autorizado a representar esta escola por aqui. Inicialmente, o grupo foi criado com os Senseis Osmar Vieira, Mauri Pimentel, Ricardo Higa, Ney Mauricio Chaves Farias, Carlos Magno Duarte Baptista, Nilson Marcos Chaves Faria e Luis Fernado Antunes. A partir daí, outros professores e academias se integraram à escola, que acabou escolhendo o município de São Vicente como seu lar, coincidência ou não, é considerada cidade-irmã de Naha (Okinawa)! No correr dos anos, a Shidokan do Brasil expandiu-se para Piracicaba, São Paulo (Capital), Itajubá (Minas Gerais) e Córdoba (Argentina), sempre promovendo atividades nas áreas esportivas, cultural, social e desporto de alto rendimento. Pode-se dizer que o primeiro grande momento da Shidokan no brasil ocorreu em 1994, com a realização do evento internacional Katana de Ouro, torneio que teve a participação de atletas internacionais em São Vicente. Dois anos depois, a escola promoveu um seminário sobre Karate-do com a participação do Sensei Kazunori Yonamine, faixa preta 9° dan do estilo Goju-ryu e importantes profissionais de uma renomada universidade da região. Ao longo dos anos, a Shidokan do Brasil também realizou viagens internacionais, com o objetivo de promover o intercâmbio e o aprimoramento entre seus atletas e membros. Nos anos de 1995, 1997 e 2002, delegações visitaram Okinawa e treinaram com o Sensei Miyahira e outros mestres de destaque, além de terem participado de seminários e torneios internacionais. Em 1996 e 2001, o sensei Seikichi lha foi visitado pela Shidokan do Brasil nos Estados Unidos. Já a Argentina recebeu delegações brasileiras em 1994, 2003 e 2004, sempre com maravilhosa acolhida dos Senseis Miyazato e Daniel Alberto Diaz. Mas, como ocorre em todos os setores da vida, a shidokan também atravessou momentos de tristeza e perda. Talvez, a maior deles tenha acontecido em 2002, com a prematura morte do Sensei Mauri Pimentel. Ele, que sempre esteve presente em todos os grandes momentos da escola, sempre foi um exemplo e até hoje deixa saudade entre seus colegas, alunos e amigos. Representando no Brasil o Karate do Sensei Miyahira, a Shidokan do Brasil sempre se preocupou com a difusão e sedimentação dos fundamentos da modalidade no País, por isso, a comemoração também tem como estratégia continuar desenvolvendo a arte marcial de forma positiva para alunos e comunidades envolvidas. PROJETO SHIDOKAN 15 ANOS Vínculo com a Cultura da Paz O projeto da Shidokan do Brasil está intimamente relacionado com a "Cultura da Paz". Dois aspectos principais merecem destaque e reflexão: a) as bases histórico-filosóficas em que se assentam a prática do Karate-do Shidokan; b) o paradigma adotado pelos responsáveis pelos praticantes desta escola (Shido): o paradigma Pós-moderno da complexidade, do pensamento sistêmico, da corporeidade, da Ecologia Profunda. Com relação aos aspectos históricos-filosóficos do Karate-do Shidokan é de fundamental importância certas compreensões. Foi no Oriente, que possui, sob muitos aspectos, tradições e processos culturais diferentes do Ocidente, que nasceu o que hoje chamamos de Karate-do. No Japão, mais precisamente na ilha de Okinawa, surgiu esta arte marcial que entrelaçou métodos de combate local com outros métodos oriundos da Índia e da China. A palavra Karate-do significa "Caminho das mãos vazias" . Isto quer dizer que o seu praticante deve buscar sua auto-superação por si só, sem armas ou artifícios externos. Esta auto-superação se dará através de um caminho de fortalecimento de seu espírito. O sufixo "do" , que significa caminho, está fundamentado em raízes filosófico-religiosas, as quais possuem suas origens na Índia e na China. Aspectos do Budismo, do Zem, do Confucionismo, do Taoísmo e, posteriormente do Shintoísmo, alicerçaram sua formação - o Karate como caminho (do). Em seus movimentos busca-se o agir em consonância com o Universo, proporcionando a melhor e total manifestação do "Ki": energia vital do Universo contida e fluente em nós e em tudo o que existe. É no fluir desta energia que nos fazemos unos e em consonância com o meio ambiente (Universo, Entorno). Busca-se então um estado de harmonia, de paz e união com a natureza (humana, animal, vegetal, espiritual...). Através dos movimentos e das técnicas do Karate (sua prática) seus adeptos tornam-se mais soltos, sensíveis, perceptivos e abertos para encarar os fatos da vida, suas relações com os outros seres humanos e com o meio que o cerca. O nome da escola Shido tem um significado. O ideograma Shi é uma união de dois ideogramas: shi de coração e shi de BUSHIDO (código de conduta dos samurais). Sua tradução é: "Caminho do coração do Guerreiro". Os samurais eram uma classe nobre que agia a partir dos preceitos de virtudes humanas: honra, verdade, lealdade, o bem, a paz, a harmonia, etc. Eram ideais vivenciados por eles. Estes ideais estão presentes nas práticas atuais do Karate da escola Shido - SHIDOKAN. Quer dentro das academias ou fora delas os praticantes desta escola são pessoas e cidadãos diferenciados e que buscam uma sociedade melhor, mais justa e mais harmoniosa. A ESCOLA SHIDO E SEUS PRATICANTES VIVENCIAM A CULTURA DA PAZ! Como colocado anteriormente, dois grandes aspectos merecem destaque e reflexão. O segundo aspecto é o paradigma adotado pelos responsáveis e pelos praticantes da escola Shido Atualmente a humanidade vive uma crise de percepção. O paradigma da modernidade, "Cartesiano Mecanicista" (mecânico, fragmentador e individualista), trouxe sérios problemas para a sociedade atual, quer de ordem social e de vida humana, quer de ordem da biosfera. O planeta está se transformando, e uma grande parte desta transformação está relacionada às agressões e ações humanas sobre este: Efeito Estufa e Aquecimento Global; Epidemias e Doenças; Degradação dos Mananciais e Poluição do Ar; etc. Também nossa ordem social está extremamente perversa: miséria e fome; guerras; violência urbana; valores sociais e de comportamento; etc. Urgem soluções para estes problemas. A humanidade deve mudar seu modo de existir, com o risco de sofrer sérias consequências se não o fizer. Precisamos modificar nosso comportamento! Porém, ninguém muda suas atitudes se não mudar suas convicções. É neste sentido que nossa crise é uma crise de percepção! E qual devem ser as novas percepções? Segundo Fritjof Capra: "Há soluções para os principais problemas de nosso tempo, algumas delas até mesmo simples. Mas requerem uma mudança radical em nossas percepções, no nosso pensamento e nos nossos valores ... Quanto mais estudamos os principais problemas de nossa época, mais somos levados à perceber que eles não podem ser entendidos isoladamente". (Capra, 1997:23) A nossa mudança de percepção significa mudarmos nosso paradigma. Significa deixarmos de pensar a vida, os problemas, a sociedade isoladamente e buscarmos uma compreensão do todo, global. O Universo e a vida se constituem de um todo indivisível, onde tudo está relacionado e faz parte do mesmo processo. Cada evento, cada ação trará repercussão de uma forma ou de outra para todos. Devemos abandonar a visão individualista e entender que o todo/todos devem melhorar. O ser humano é um ser eminentemente social. Não podemos melhorar individualmente sem melhorar coletivamente. As sociedades existem em um planeta, o qual é povoado por inúmeros outros seres. Sendo assim, as soluções para, melhorar nossas condições humanas devem ser soluções que visem a coletividade, a sociedade (humana e planetária). O respeito aos direitos humanos devem estar presentes em nosso cotidiano. Os seres humanos devem ser capazes de, "viver juntos, de compartilhar, ouvir e zelar uns pelos outros nos âmbitos familiar, grupal, comunitário e social". Também devem ser capazes de viver em harmonia com os outros seres de nosso planeta, deixando a possibilidade de futuro para as próximas gerações. Lester Brown assim define sustentabilidade: "Uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz suas necessidades sem diminuir as perspectivas das gerações futuras" (Brown apud Capra, 1997:24) A humanidade deve basear, portanto, suas ações em um modelo holístico e ecológico: a Ecologia Profunda, a qual reconhece o valor intrínseco de todos os seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular na teia da vida . (Capra, 1997:28) Vivenciar a "Cultura da Paz" significa promover condições dignas às todos os seres humanos. E isto depende de cada um de nós. Devemos buscar o convívio em sociedade, com outros seres humanos, sabendo "compartilhar, ouvir e zelar uns pelos outros, nos âmbitos familiar, grupal, comunitário e social" . Como nos diz Leonardo Boff: Saber Cuidar! (Boff, 1999) A escola Shido promove estes valores em sua prática, estendendo-os na vida geral de seus praticantes. A ESCOLA SHIDO E SEUS PRARTICATES VIVENCIAM A CULTURA DA PAZ! Metodologia Empregada As atividades serão oferecidas segundo o modelo organizacional postulado pelas teorias do Lazer, segundo Bramante, 1997: o PAIE ? Permanente: atividades de caráter permanente, que ocorrem no dia-a-dia - projetos e programas. Normalmente possui predominância clara em um dos interesses culturais à realizados segundo as características do contexto sociocultural. Como ações permanentes teremos: de duas à três aulas semanais, com duração de 1:30h cada ? Apoio: ações que dão sustentação para as programações permanentes, visando dar sustentação à motivação - pequena atração. Também visa ampliar os interesses culturais a partir do tema principal. Como ações de apoio teremos: treinos especiais, mensalmente na cidade de São Vicente (dojo central), bimestralmente nas cidades de São Paulo, Itajubá e Piracicaba, e semestralmente em Córdoba (Argentina). ? Impacto: ações de caráter grandioso, com conotação de festa e periodicidade limitada (por volta de duas vezes por ano). Abrange de maneira temática os diversos interesses culturais. Ações de complexidade - exigem alto grau de organização. Como ações de Impacto teremos: torneios anuais (Torneios sensei Osmar T, Vieira; sensei Mauri Pimentel e sensei Kazunori Yonamine); festivais de integração (dois por ano) * podem ter associados os eventos do tipo ações ? Especiais: possui as mesmas características do eventos de impacto, porém sua periodicidade é esporádica - relacionada com algum grande acontecimento. Promove grande impacto na economia, envolvendo relações de poder, produção de vídeos e fotografias, concursos monográficos e artísticos/musicais, etc. Como ações especiais teremos: encontros de datas significativas: em 2005, 15 anos da Shidokan do Brasil - vinda de mestres de: Jápão, EUA, Argentina e Alemanha A metodologia de aulas e encontros será aplicada de forma a conjugar modelos baseados nas seguintes correntes pedagógicas em Educação Física: Crítico-superadora (Teoria Crítica em Educação); Motricidade Humana (Complexidade e Fenomenologia); Abordagem Desenvolvimentista. As nossas práticas estarão sempre fundamentadas em uma concepção de ensino/aprendizagem do processo dialético Hegeliano: "Método do materialismo histórico e processo do movimento histórico que considera a natureza: a) como um todo coerente em que os fenômenos se condicionam reciprocamente; b) como um estado de mudança e de movimento; c) como o lugar onde o processo de crescimento das mudanças quantitativas gera, por acumulação e por saltos, mutações de ordem qualitativas . (Jupiassú in Rezende, 1998) Para tal, nossa proposta possui três grandes pilares no aprendizado da Educação Física: a Educação Do Movimento, a Educação Pelo Movimento e a Educação Para o Movimento. Respeitaremos os interesses e as diversas condições que envolvem a motricidade humana, tendo para tal, grupos de treinamento que podem ser divididos, conforme as particularidades de cada um deles, da seguinte maneira: O Sistema Shido-kan - estrutura ? Sistema de progressão: o conhecimento Shido-kan ? Faixas ? Dangai à de branca à marron ? Yudanshas à preta ? Exames ? A técnica Shido-kan ? Golpes e posturas ? Kihon ? Kata ? Kumite ? Metodologia de treinamento ? Quanto ao aprendizado ? Iniciantes ? Avançado ? Professores ? Quanto à idade ? Crianças ? Jovens ? Adultos ? 3ª idade ? Quanto ao sexo ? Masculino ? Feminino Novos adeptos da escola Shido serão estimulados por exibições e divulgações de nossas ações junto às comunidades envolvidas. As ações Impacto e Especiais devem promover uma grande repercussão junto às comunidades. Nossa abordagem será baseada nos princípios do Karate-do Shidokan: respeito, humildade, paz, harmonia e esforço. Se queremos mais e melhores indivíduos, devemos demonstrar isto a partir de nossas atitudes. Tanto nossos praticantes quanto nossos dirigentes são agentes multiplicadores em potencial. Todos devemos, através de nossas vivências estimular, abordar e ajudar outros seres humanos a se integrarem aos nossos ideais, de forma democrática e respeitosa. © 2008 - karatedocristovao.com.br - Av. Alberto Vollet Sachs, 60 - 13400-000 – Piracicaba-SP < Página principal Wiki: Choshin Chibana Ad: Made for Mobile - New Search Engine Mestre Choshin Chibana (Okinawa, 5 de julho de 1885 ? Ohama, 26 de fevereiro de 1969) foi um mestre japonês de artes marciais. Entre os grandes mestres contemporâneos do Karatê-do, destaca-se o Grão Mestre Choshin Chibana. Natural de Okinawa, Japão, desde os treze anos até aos 85 anos, viveu intensamente para o Karatê-do, tendo ministrado ensinamentos durante 50 anos. Em 1960 foi homenageado pelo Jornal Okinawa Taimussu, como um exemplo a ser seguido por todos, pois, muito fez pelo engrandecimento do Karatê-do. Em 1968 foi condecorado pelo Imperador Hirohito com o título de comendador. Sempre modesto e dedicado, juntamente com seu Grão Mestre Anko Itotsu, introduziu uma série de inovações ao Karatê-do. Chibana teve mais de cinco mil alunos. Em 1957 recebeu o título mais cobiçado por todos os caratecas: 10ª grau. Atualmente existe dois de seus principais seguidores: Mestre Katsuya Miyahira - Presidente da Shorin Ryu Internacional, Presidente da Federação Okinawense de Karate-Do e Presidente da Escola Shidokan. Mestre Yoshihide Shinzato - Hanshi (10° DAN) - a graduação mais alta da modalidade. Falecido em janeiro de 2008. Categoria: Mestres de Karatê Outras línguas: de en ja pl O artigo "Choshin Chibana" faz parte da enciclopédia Wikipédia. Encontra-se licensiado sob os termos GNU FDL. "Choshin Chibana" na Wikipédia Histórico Discussão Editar esta página Modificado: 2008-06-25 17:19:48 Página principal Wapédia: A Wikipédia para telemóvel < Página principal Wiki: Okinawa (1/2) Ad: New Music Search - Made for Mobile Nota: Para outros significados de Okinawa, ver Okinawa (desambiguação). Okinawa (Japonês ???; Uchinaguchi: Uchin?) é a província mais a sul do Japão. Consiste em 169 ilhas que formam o arquipélago Ryukyu, numa cadeia de ilhas de 1000 km de comprimento, que se estende de sudoeste, de Ky?sh? até Taiwan, ainda que as ilhas mais a norte façam parte da província de Kagoshima. A capital de Okinawa, Naha, está localizada na parte meridional da maior e mais povoada ilha do arquipélago: Okinawa Honto. As disputadas ilhas Senkaku são, em teoria, administradas como parte da província. Algo interessante é que Okinawa fazia parte de um reino independente, o reino Ryukyu. Por isso Okinawa desenvolveu uma cultura própria, e parte de sua história significativamente diferenciada do resto do Japão. Índice: 1. História 2. Geografia 3. Economia 4. Demografia 5. Arquitetura 6. Turismo 7. Símbolos provinciais 8. Ver também 9. Ligações externas Província de Okinawa (???; Okinawa-ken)Mapa Informação Capital Naha Região Ky?sh? Ilha Okinawa Área 2 271,30 km² (44.º) - % água 0,5% População (1 de Outubro de 2000) - Total 1 318 218 (32.º) - Densidade populacional 580 hab/km² Distritos 5 Municípios 53 ISO 3166-2 JP-47 Website www.pref.okinawa.jp/ english/ Símbolos Flor Mulungu (Deigo) (Erythrina variegata) Árvore Ryukyumatsu Ave Pica-pau de Okinawa (Sapheopipo noguchii) 1. História Devido à sua posição estratégica - entre a Indonésia, Polinésia, China, Coréia e Japão - se tornou um entreposto comercial. Relatos antigos apontam comerciantes e representantes Okinawanos nas cortes imperiais da China e do Japão. Historicamente , Okinawa recebeu mais influências culturais da China do que do Japão. Antes dividida em feudos, foi unificada por Sho Hashi, que tornou-se rei designando o castelo de Shuri como centro administrativo. Invadida pelo clã feudal de Satsuma (atual Kagoshima) no século XVI, perdeu a independência e o porte de armas foi proibido entre seus cidadãos. Diz-se que o Karatê, como arte marcial, nasceu nesta época. Depois da Segunda Guerra Mundial e da Batalha de Okinawa em 1945, Okinawa permaneceu sob a administração dos Estados Unidos por 27 anos. Durante esse período, os Estados Unidos estabeleceram lá várias bases militares. Em 15 de maio de 1972, Okinawa foi devolvido ao Japão. No entanto, os Estados Unidos ainda mantém uma grande presença militar no arquipélago. 2. Geografia Próximo aos Trópicos, tem clima temperado onde cultiva-se cana de açúcar, banana, abacaxi, batata doce, etc. O Trópico de Câncer corta o arquipélago de Okinawa, por isso é uma região de clima subtropical, onde as temperaturas alcançam uma miníma de 10°C e máximas que podem atingir os 40°C. Suas praias são muito procuradas pelos japoneses de outras regiões, devido a beleza, o clima e os diversos resorts existentes. 2. 1. Cidades Ginowan Hirara Ishigaki Itoman Miyakojima Nago Naha (capital) Nanjo Okinawa Urasoe Uruma 2. 2. Distritos Distrito de Kunigami Distrito de Miyako Distrito de Nakagami Distrito de Shimajiri Distrito de Yaeyama 3. Economia 4. Demografia Pirâmide da idade de Okinawa1 Outubro 2003 (por 1000's pessoas)Idade População 0-4 84 5-9 85 10-14 87 15-19 94 20-24 91 25-29 97 30-34 99 35-39 87 40-44 91 45-49 96 50-54 100 55-59 64 60-64 65 65-69 66 70-74 53 75-79 37 80 + 55 Prefeitura de Okinawa divisão por idade e Sexo1 Outubro 2003 (per 1000's of people)Homens Idade Mulheres 43 0-4 41 44 5-9 41 45 10-14 42 48 15-19 46 46 20-24 45 49 25-29 48 49 30-34 50 43 35-39 44 46 40-44 45 49 45-49 47 52 50-54 48 32 55-59 32 32 60-64 33 32 65-69 34 24 70-74 29 14 75-79 23 17 80 + 38 fonte: Japan Statistics Bureau (??? ???) <>
1 2
Página principal | Licença
Wapédia: A Wikipédia para telemóvel
< Página principal Wiki: Caratê (1/5) Ad: New Music Search - Made for Mobile O caratê (português brasileiro) ou karaté / caraté (português europeu) (em japonês ??, karate, ou ???, karate-d?, "caminho da mão vazia"), é uma arte marcial desenvolvida a partir do kenp? chinês (em particular o kung fu da China meridional) e de métodos autóctones de lutas das ilhas Ry?ky?. O caratê é predominantemente uma arte de golpes, como pontapés (chutes), socos, joelhadas e cotoveladas e golpes com a palma da mão aberta. Bloqueios de articulações, lançamentos e golpes em áreas vitais também são ensinados, dependendo do estilo. Um praticante de caratê é denominado "carateca". O caratê é uma forma de budo (??, caminho marcial), enfatizando as técnicas de percussão atemi waza (como defesas, socos e chutes) ao invés das técnicas de projeções e imobilizações. O treino de caratê pode ser dividido em três partes principais: Kihon, Kata e Kumite. Kihon (??, "fundamentos") é o estudo dos movimentos básicos. Kata (?, "forma", "padrão") é uma espécie de luta contra um inimigo imaginário expressa em seqüências fixas de movimentos. Kumite (??, "encontro de mãos") é a luta propriamente dita. Em sua forma mais básica é combinada (com movimentos predeterminados) entre os lutadores para, posteriormente, alcançar o jyu kumite (combate livre ou sem regras). A forma desportiva, ou combate com regras, é conhecida como Shiai-kumite. Caratê Índice: 1. História 2. Graduação 3. Estilos 4. Como desporto 5. Dojo kun 6. Vocabulário 7. Referências 8. Ligações externas ATENÇÃO: Este artigo ou secção não cita as suas fontes ou referências, em desacordo com a política de verificabilidade. Ajude a melhorar este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto ou em notas de rodapé. 1. História Artes Marciais Originalmente a palavra caratê era escrita com os ideogramas ?? ("mãos vazias") se referindo à dinastia chinesa Tang ou, por extensão, a mão chinesa, refletindo a influência chinesa nesse estilo de luta. O caratê é provavelmente uma mistura de uma arte de luta chinesa levada a Okinawa por mercadores e marinheiros da província de Fujian com uma arte própria de Okinawa. Os nativos de Okinawa chamam este estilo de Okinawa-te ("mão de Okinawa"). Os estilos de caratê de Okinawa mais antigos são o Shuri-te, o Naha-te e o Tomari-te, assim chamados de acordo com os nomes das três cidades em que eles foram criados. Em [1820] Sokon Matsumura fundiu os três estilos e criou o estilo shorin (pronuncia japonesa para a palavra chinesa shaolin), que é também a pronúncia dos ideogramas ?? ("pequeno" e "bosque"). O nome shorin foi dado posteriormente, por Choshin Chibana, ao estilo idealizado pelo mestre Mastumura. Entretanto os próprios estudantes de Matsumura criaram novos estilos adicionando ou subtraindo técnicas ao estilo original. Gichin Funakoshi, um estudante de um dos discípulos de Matsumura, chamado Anko Itosu, foi a pessoa que introduziu e popularizou o caratê nas ilhas principais do arquipélago japonês. O caratê de Funakoshi teve origem na versão de Itosu do estilo shorin-ryu de Matsumura que é comumente chamado de shorei-ryu. Posteriormente o estilo de Funakoshi foi chamado por outros de shotokan por seu apelido shoto; o kanji kan (?) significa prédio ou construção, e portanto shotokan significa "Prédio de Shoto". O estilo shotokan foi popularizado no Japão e introduzido nas escolas secundárias antes da Segunda Guerra Mundial. Como muitas das artes marciais praticadas no Japão, o caratê fez a sua transição para o karate-do no início do século XX. O do em karatê-do significa caminho, palavra que é análoga ao familiar conceito de tao. Como foi adotado na moderna cultura japonesa, o caratê está imbuído de certos elementos do zen budismo, sendo que a prática do caratê algumas vezes é chamada de ?zen em movimento?. As aulas frequentemente começam e terminam com curtos períodos de meditação. Também a repetição de movimentos, como a executada no kata, é consistente com a meditação zen pretendendo maximizar o autocontrole, a atenção, a força e velocidade, mesmo em condições adversas. A influência do zen nesta arte marcial depende muito da interpretação de cada instrutor. A modernização e sistematização do caratê no Japão também incluiu a adoção do uniforme branco (quimono ou karategi) e de faixas coloridas indicadoras do estágio alcançado pelo aluno, ambos criados e popularizados por [Jigoro Kano], fundador do [judô]. Fotos de antigos praticantes de caratê de Okinawa mostram os mestres em roupas do dia-a-dia. durante a Segunda Guerra mundial, o caratê tornou-se popular na Coréia do Sul sob os nomes tangsudo ou kongsudo quando a pratica do taekwondo foi proibida pelos japoneses apos sua invasão. <>
1 2 3 4 5
Página principal | Licença
Wapédia: A Wikipédia para telemóvel

< Página principal Wiki: Língua japonesa (1/6) Ad: Mobile Content for Your HTC P3650 A língua japonesa é o idioma falado no Japão e em outros lugares do mundo onde se encontram comunidades de imigrantes e descendentes de japoneses, ou nikkei. A maior dessas comunidades fora do Japão encontra-se no Brasil, seguida pelas do Peru e dos Estados Unidos. É uma língua aglutinante e caracteriza-se por um sistema complexo de construções honoríficas, que refletem a natureza hierárquica da sociedade japonesa, com formas verbais e vocabulários particulares que variam de acordo com o status relativo entre interlocutores. O repertório de fonemas da língua japonesa é relativamente pequeno, e tem diferenciação léxica baseada em um sistema de pitch accent. O nome japonês para a língua é nihongo (????). O kanji ? designa o sol, e o kanji ?, aqui, significa "origem". Esta designação para o Japão vem da China, em razão da posição geográfica relativa entre os dois países. É daí que vem a expressão País do Sol Nascente. Os kanjis entraram na sua maioria via Coréia. A língua japonesa sofreu influência maciça da língua chinesa por um período de, no mínimo, 1.500 anos. Muito de seu vocabulário foi importado da língua chinesa ou criado com base em modelos chineses. Sua gramática é semelhante à da língua coreana e há indícios de que são correlatas. Índice: 1. Classificação lingüística 2. Distribuição geográfica 3. Sistemas de pronúncia e escrita japonesas 4. Gramática 5. Polidez 6. Fonologia 7. Números 8. Ver também 9. Referências 10. Ligações externasJaponês (???) Pronúncia: Nihongo Falado em: Japão, Brasil, Havaí, Guam, Ilhas Marshall, Palau, Peru, Taiwan, entre outros países. Região: Ásia Total de falantes: 127 Milhões-127 Milhões1 Posição: 9a no mundo
Família: Altaico (controverso)
Japônico
Japonês
Escrita: kanji, hiragana, katakana
Estatuto oficial
Língua oficial de: Japão (de facto), Angaur (Palau)
Regulado por: Governo do Japão
Códigos de língua
ISO 639-1: ja
ISO 639-2: jpn


1. Classificação lingüística

O idioma japonês forma, juntamente com outros dialetos minoritários do Japão, a família lingüística das línguas japônicas ou grupo de línguas Japonês-Ryukyuan

As línguas japônicas e o Coreano (hangugo) são classificadas dentro do grupo das línguas altaicas devido a um grande número de analogias[carece de fontes?]. Não se sabe, contudo, se as semelhanças são ocasionadas por origem comum desses idiomas ou por convergência. A gramática da língua japonesa assemelha-se muito à da língua coreana com partículas idênticas como ga e ka. A semelhança de pronúncia também é um indício de possível parentesco longínquo. Entretanto, deve-se considerar que houve influências da língua coreana no passado devido à grande imigração coreana no período Yayoi e à fuga da família real de Baekche ao Japão quando da invasão do reino por Koguryo.

Juntamente com as influências culturais que recebeu ao longo de sua História, o japonês assimilou inúmeros vocábulos do Chinês, do Português e, recentemente do Inglês.
2. Distribuição geográfica

Embora falada quase que exclusivamente no Japão, a língua japonesa tem sido, e ainda é, falada em alguns outros países. Estima-se que o número de falantes seja em torno de 127 milhões de pessoas. Quando o Japão ocupou a Coréia, Taiwan, partes da China e várias ilhas do Pacífico, os habitantes locais de tais países foram forçados a aprender a língua japonesa sob imposição de programas de hegemonização imperial. Como resultado, ainda há muitas pessoas nesses países que falam a língua japonesa, tão-somente ela ou tão bem quanto falam as línguas locais. Além disso, emigrantes, a maioria vivendo no Brasil, onde está a maior comunidade japonesa fora do Japão, na Austrália (especialmente Sydney, Brisbane e Melbourne), nos Estados Unidos (notavelmente na Califórnia e no Havaí), também falam japonês com freqüência. Também há uma pequena comunidade em Davao, Filipinas. Os descendentes dos emigrantes (conhecidos como nikkei, ??, lit. "descendentes de japoneses"), porém, raramente falam a língua japonesa fluentemente. Estima-se que cerca de alguns milhões de não-japoneses estejam estudando a língua.
<>
1 2 3 .. 6
Página principal | Licença
Wapédia: A Wikipédia para telemóvel








Choshin Chibana
(1885 - 1969)
Choshin Chibana nasceu em 5 de junho de 1885, no distrito de Torihori de Shuri.Com 17 anos de idade colocou-se sob a tutela de "Anko" Itosu, proeminente mestre do karate da época. Estudou com Mestre Itosu até este falecer com a idade de 85 anos em 26 de janeiro de 1915. Estydou sozinho durante mais cinco anos, até que abriu finalmente seu dojo no distrito de Torihori na idade de 34. Lá e em seu segundo dojo no distrito de Kumojo da cidade de Naha, trabalhou para ensinar o karate.

Mestre Chibana permaneceu em Okinawa, durante a Segunda Guerra Mundial e quando Shuri foi destruída pelos americanos em 1945, milagrosamente escapou da morte, ficando até 1948 na Península Chinen e retornando para Giho-cho (Shuri) para reabrir sua academia.


Depois da guerra, fica até 1948 na Península Chinen e parte para reiniciar suas aulas do Shorin-Ryu em Giho-cho que é uma parte de Cidade de Shuri. Inicia um itinerário em Naha abrindo academias em Asato, Jiku, Sakayamachi, Mihara e depois em Yamagawa em Shuri. Durante o mês de fevereiro de 1954 até dezembro de 1958, ele era também o Instrutor Chefe de Karate-Do do Departamento de Policia da Cidade de Shuri . Em 5 de maio de 1956, a Federação Okinawa de Karate foi formada e ele foi designado seu primeiro presidente, cargo que ocupou por dois anos.

Choshin Chibana, para melhor distinguir o estilo das outras formas de karate, e preservar os ensinamentos que foi lhe passado pelo seu mestre, Anko Itosu, ele renomeou para Okinawa Shorin-ryu. Funda e torna-se presidente da Associação Okinawa Shorin-Ryu Karate-Do.
Em 1964, foi constatado que o Mestre Chibana tinha um câncer terminal da garganta. Mas devido a sua dedicação para com a arte do Okinawa Shorin-Ryu, ele continuou ensinando, embora o seu corpo começasse a debilitar com a expansão do câncer. Em 1966 ele foi admitido no Centro de Pesquisa de Câncer de Tóquio para tratamento com radiação em uma tentativa para deter a expansão da doença.

Depois de alguma melhoria, Mestre Chibana retomou o ensino do Okinawa Shorin-Ryu com o seu neto Akira Nakazato. Mestre Chibana teve mais de 5000 alunos e entre eles o Mestre Katsuya Miyahira que foi seu auxiliar.

Afirmava sempre que o karate deveria ser praticado como uma arte marcial e não como um esporte, uma ginástica. Dizia: ¨ Eu penso que nós temos que evitar tratar o Karatê como um esporte, deve sempre ser uma arte marcial ¨. Essa filosofia manteve a verdade e a pureza do Karate de Okinawa.


No final do ano de 1968 a condição do Mestre Chibana piorou e ele retornou ao Hospital de Ohama. Apesar dos esforços dos médicos falece na manhã de 26 de fevereiro de 1969, com a idade de 83 anos.

Karateca.net
Karate => Livros, revistas, televisão, VHS, DVDs e CD-ROMs sobre Karate => Tópico iniciado por: Avi em Novembro 25, 2008, 18:05:15
Título: Vídeos de Shorin
Enviado por: Avi em Novembro 25, 2008, 18:05:15
Interessante colocação do sensei Onaga onde ele parece dizer?

"Existem momentos onde voce não deve perdwer mas também não é bom ganhar. Após viver 62 anos aprendi uma grande verdade nessa vida. Competições são sobre ganhar medalhas, ganhar torneios. A vida é sobre não perder, essa é a filosofia do verdadeiro Karate.

http://www.youtube.com/watch?v=IqIL_Wx4AnA (http://www.youtube.com/watch?v=IqIL_Wx4AnA)

Aqui um video que eu teria feito algo parecido. A mina é boa de perna.

http://www.youtube.com/watch?v=ZdzklfERFWQ&feature=related (http://www.youtube.com/watch?v=ZdzklfERFWQ&feature=related)

Shorin no ultimate????!!!!

http://www.youtube.com/watch?v=V87LdTV1xe8&feature=related (http://www.youtube.com/watch?v=V87LdTV1xe8&feature=related)


Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Avi em Novembro 25, 2008, 18:16:26
2 torneios, me parece pela legenda do youtube que um é copa do mundo, semi final.

http://www.youtube.com/watch?v=v_JNF--OOQg&feature=related (http://www.youtube.com/watch?v=v_JNF--OOQg&feature=related)

http://www.youtube.com/watch?v=i0BVu9Jbfzg&feature=related (http://www.youtube.com/watch?v=i0BVu9Jbfzg&feature=related)

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Troyman em Novembro 25, 2008, 23:45:26
No segundo vídeo vê-se uma boa apresentação do kata Itosu-no-Passai, mesclada com técnicas de bunkai desse mesmo kata. Me parece ser um take tirado de um trailer de um filme. Que filme é esse, Avi? Me parece ser bastante interessante (ou será uma montagem sua?).

A fala do sensei do primeiro vídeo é bastante pertinente. Quem é a figura?

Os demais vídeos não têm nada de interessante, nada a acrescentar.

Saudações :)

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Avi em Novembro 25, 2008, 23:59:53
Citação de: Troyman em Novembro 25, 2008, 23:45:26
No segundo vídeo vê-se uma boa apresentação do kata Itosu-no-Passai, mesclada com técnicas de bunkai desse mesmo kata. Me parece ser um take tirado de um trailer de um filme. Que filme é esse, Avi? Me parece ser bastante interessante (ou será uma montagem sua?).

A fala do sensei do primeiro vídeo é bastante pertinente. Quem é a figura?

Os demais vídeos não têm nada de interessante, nada a acrescentar.

Saudações :)

Sensei Troyman

O nome do sensei é onaga yoshimitsu, segundo you tube, oitavo dan.

O segundo video do kata nao fui eu que fiz mas avhei legal, esta na pagina desse maluco aqui http://www.youtube.com/user/vertorx (http://www.youtube.com/user/vertorx)

O cara do Ultimate perdeu a luta mas parece ser bom karateca, seu nome é Marcus Bossett.

Será que o senhor poderia indicar mais alguns videos de kumite? Tem aqueles classicos dos mestres de okinawa que eu gosto bastante mas quase não mostra kumite.

oss

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: yama em Novembro 26, 2008, 00:08:42
Oss Troyman Sensei

este Itosu no Pasai parece mais para Matsubayashi de Nagamine Sensei,veja a saída alta das mãos e as postras fundas,do que o Kobayashi da linha Shinshukai de Shinzato Sensei,mas a menina é excelente nos movimentos e na aplicação.

neste fim de semana o Sr. deve ter conhecido Daniel Sensei que foi com a equipe de Kobudo de Hirokazu Sensei aí no curso de Masahiro Sensei, no Rio de Janeiro,pois ele é Shorin-Ryu Matsubayashi e tem uns katas os mesmos kobayashi com umas variações interessantíssimas,ex no Gojushiho eles fazem um balanço de bebado,ele mesmo disse que é isso que uma coisa doida :o

Oss
alberto

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: yama em Novembro 26, 2008, 00:20:05
Oss Avi

Onaga Sensei é Shorin-Ryu Matsubayashi o gordinho é forte pra cacete e tem uma filha magrelinha que é um perigo,a menina,digo mulher além de bonita bate um makiwara e desce a mão em todo mundo em Okinawa tem um video curto Mestres de Okinawa já postado no Fórum que mostra os dois. :o :o

A Shorin-Ryu tem tres vertentes Matsubayashi/Kobayashi e Matsumura que Troyman Sensei pode explicar melhor, tudo de Okinawa que deram origem junto com a Goju a tudo que existe hoje com nome de karate :D

que nunca se juntaram a JKA que era o Funakoshi queria por questões politicas,a japonesada da ilha grande não queria aceitar os Mesters de Okinawa e os Mestres da Ilha maior ficaram de bico com a ilha menor e a coisa não andou,isso já era para ter sido superado mas parace que até hoje ficou assim cada um no seu quadrado :D

quem perde somos nós pois teria sido,bom para todo mundo esta unificação :(

Oss
alberto

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Rodrigo (Rodfu) em Novembro 26, 2008, 00:36:03
Este trecho é do ótimo documentário Three Major Schools of Okinawa. Sinceramente, só mesmo o discurso do Onaga é que presta. A parte técnica da Shorin deixa muito a desejar. Deixando claro que me refiro ao vídeo, é chatíssimo quando é com ele.

Mas reconheço, o discurso é nota 10. No vídeo completo, o pessoal da Uechi-ryu tem a melhor participação. Além deles aparece muito bem o pessoal da Shotokan do exército, vídeo também já postado aqui. Não vi ainda o volume 2, que parece ser ainda mais interessante.

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Troyman em Novembro 26, 2008, 14:43:52
Avi

Valeu pelas informações.


Yama

Realmente você prestou a atenção e fez o dever de casa. Pelas posições altas na saída do kata deve mesmo ser o Itosu-no-Passai do Matsubayashi-Ryu.

O seminário no último domingo, dia 23, dos Senseis Masahiro e Hirokazu foi excelente! Conheci o uruguaio Daniel, ele é faixa marrom de Kobu-Do Shin Shu-Kan e uma figura muito simpática, principalmente com aquele cachimbo pendurado no bico.

As linhas de Shorin-Ryu são as seguintes:

Kobayashi (Shuri-Te puro vindo do Mestre Anko Itosu, passando pelo Grão-Mestre Choshin Chibana e atualmente sob comando do Grão-Mestre Katsuya Miyahira e do Mestre Morinobu Maeshiro, com vertentes na Shorin-Kan do Grão-Mestre Shugoro Nakazato e na Shin Shu-Kan do Grão-Mestre Yoshihide Shinzato);

Matsubayashi (Shuri-Te e Tomari-Te vindo dos Mestres Chotoku Kyan e Choki Motobu) do Grão-Mestre Shoshin Nagamine;

Shobayashi (Shuri-Te, Tomari-Te com elementos de Naha-Te) do Grão-Mestre Eizo Shimabukuru, que foi aluno de Chotoku Kyan, Chojun Miyagi, Choki Motobu e Shinken Taira (Kobu-Do);

Seibukan do Grão-Mestre Zenryo Shimabukuru, que também foi aluno de Chotoku Kyan e morreu em 1969 (de apendicite), deixando o comando de sua organização com o seu filho Zenpo Shimabukuru - estes Shimabukurus, me parece, não têm nada a ver com o Eizo Shimabukuru nem com o Tatsuo Shimabukuru do Isshin-Ryu, outro estilo com as mesmas características do Shobayashi, pois Tatsuo era o irmão mais velho e professor de Eizo, que foi o karate-ka a se graduar 10o. Dan mais jovem da história do Karate-Do (aos 34 anos, em 1959 em pleno Kodokan, no Japão, por Kanken Toyama).

Saudações ;) :)

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: yama em Novembro 26, 2008, 23:55:09
Oss Troyman Sensei

Ari Sensei me fez umas correções e vai postar estas considerações sobre os katas,ele tem informações bem coerentes também...

Oss
alberto

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Arivaldo em Novembro 27, 2008, 09:27:55
Existem 4 linhas do shorin ryu:
kobayashi-ryu - Choshin Chibana
Matsubayashi - ryu - Shoshin Nagamine
Shobayashi - ryu - Shimabukuru/Chotoku Kyan
Matsumura Seito - Hohan Soken

Quanto ao kata apresentado é da linha Kobayashi, não existe Itosu no Pasai no Matsubayashi, mas apenas Passai que segue a linha do tomari-te e com ênfase nos movimentos do shuto waza.
katas do Matsubayashi, ensinados na forma apresentada abaixo;
1) Fukyugata 1
2) Fukyugata 2
3) Pinan 1-5
4) Naihanchi 1-3
5) Ananku
6) Wankan
7) Wanshu
8) Passai
9) Gojushiho
10) Chinto
11) kussanku

No total são 18 katas, que foram influenciados pelos mestres Choki Motubu, Chotoku Kyan e Ankichi Arakaki, professores do mestre Shoshin Nagamine.

Ari - Santos/SP

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Troyman em Novembro 27, 2008, 09:45:54
Ari

Tem razão, o Matsubayashi tem apenas um Passai que é bem diferente do Passai do Kobayashi, principalmente no início. Provavelmente é uma versão modificada pelos praticantes da região de Tomari. Por conseguinte, a versão do vídeo, com a garota, só pode ser mesmo Kobayashi. As posições mais altas devem ser apenas um detalhe de execução. Você deve ter olhado no livro "The Essence of Okinawan Karate-Do" do Shoshin Nagamine. Até o comentário sobre a ênfase nos movimentos de Shuto-waza você reproduziu. Valeu.

Saudações ;)

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: yama em Novembro 27, 2008, 10:59:46
Oss

Troyman Sensei e Ari Sensei ficam de brincadeira querendo que guarde todos estes nomes,eu não consigo nem lembrar se tomei e, café pela manhã :D :D :D :D

ontem a noite ainda levei um cascudo por causa deste Itosu no Pasai da menina :o :o

disse que foi falta de atenção minha ao ver o video ::) ::) pô meu doeu :'( :'( :'( :'(

Oss
alberto

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Troyman em Novembro 27, 2008, 14:23:57
Pô, Ari! Não bate no Balofinho, não! Só porque ele confundiu um Passaizinho de nada! E me induziu ao erro! Não vai traumatizar o cara, hein!

Saudações :D ;D :D

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Troyman em Novembro 27, 2008, 18:04:37
Pessoal, pelo site que o Avi apresentou como procedência do vídeo do kata Itosu-no-Passai executado pela menina, o estilo é o Kobayashi da linha Shorikan do Grão-Mestre Shugoro Nakazato. Beleza!

Saudações ;) ;) ;)

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Arivaldo em Novembro 29, 2008, 18:54:48
Abaixo kata Passai da Matsubayashi.

http://www.youtube.com/watch?v=IqgWBezNBIw (http://www.youtube.com/watch?v=IqgWBezNBIw)


Ari - Santos/SP

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Troyman em Novembro 29, 2008, 21:56:36
É isso aí, Ari. Agora dá para entender melhor as fotos do livro do Shoshin Nagamine. Valeu!

Saudações ;)

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: yama em Novembro 29, 2008, 23:58:30
Oss Troyman Sensei

sem fazer juízo de causa,ele faz um kata forte pacas,mas que é esquisito como apresenta, é .........

já o Sensei deste perfeccionista, não faz tanta força e demonstra um kata muito mais bonito,sem tirar o mérito da performance dele, pois é forte pacas ::)

Oss
alberto

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Troyman em Novembro 30, 2008, 11:32:07
Yama

Conversando com o Daniel aqui no Rio, no fim de semana passado, comentei sobre essa forma do pessoal do Matsubayashi fazer os katas e ele me disse que o princípio está baseado no efeito "ponta do chicote", que tende a aumentar o impacto dos ataques e defesas dos movimentos. Esteticamente não é lá muito bonito mas acredito que deva ter uma boa dose de efiência. Só não entendi direito o que você quis dizer com "o Sensei deste perfeccionista", você sabe quem é?

Saudações ;)

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: Avi em Novembro 30, 2008, 11:49:26
teriam algumas indicações de vídeos de kumite?

oss

Título: Re: Vídeos de Shorin
Enviado por: yama em Novembro 30, 2008, 13:05:59
Oss Troyman Sensei

o atleta Sensei Jim Sindt (Dinamarca) que apresenta o Pasai e este Kussanku Matsubayashi é meio esquisto dito até por Daniel Sensei,que já havia me passado as mesmas referências sobre os katas Matsubayashi,ele tem umas voltas de mão que parecem desnecessária,o que não tira seu mérito por ser de excelente apresentação e ainda mais que eu não sei nada ,senão teria eu apresentado os videos :D

http://br.youtube.com/watch?v=mTXzrsF0JM8

olha o que eu falei sobre a caiadinha do Gojushiho,pra mim ele o Sensei Sindt é diferene,e é o modelo de todos os katas Matsubayashi postados para estudo:

http://br.youtube.com/watch?v=UBhUwz_Ctp8

não consigo achar o video que ele se apresenta com seu Sensei,que também é um carequinha forte pra cacete,assim que achar volto aqui.

Oss
alberto


Powered by SMF 1.1.5 | SMF © 2006, Simple Machines LLC
Joomla Bridge by JoomlaHacks.com

Tese de Graduação
Submetida à Banca Examinadora da FKERJ para a Obtenção do 4o. Dan
Antonio Carlos Ramos Troyman
Membro da União Shorin-Ryu Karate-Do do Brasil
Janeiro de 1996

AGRADECIMENTOS

Ao Sensei Yoshihide Shinzato por sua imensa sabedoria no ensino desta arte maravilhosa que tem me incentivado desde o início do meu aprendizado ao longo destes 26 anos e por ter escolhido o meu país para se estabelecer, tornando o Brasil um dos expoentes mundiais nesta arte marcial que considero uma das mais completas expressões do gênero humano em muitos séculos de existência. Ao Prof. Luiz Rodolfo de Aragão Ortiz que tem praticado junto comigo desde o início e com quem tive o imenso prazer de acompanhar o desenvolvimento e a ascensão do nosso estilo no estado do Rio de Janeiro, graças a quem a divulgação criteriosa e o ensino correto e bem calcado em profundos conceitos filosóficos têm feito do Shorin-Ryu um estilo respeitado e bem posicionado no panorama desta modalidade no nosso estado. Ao grande amigo Gilberto Israel pelo enorme incentivo nos treinamentos ao longo destes anos, com quem sempre pude contar desde que veio para o Rio de Janeiro, participando junto comigo desta tarefa grandiosa que é praticar o Karate-Do, em especial o estilo Shorin-Ryu, contribuindo para a elevação deste esporte que já se tornou uma verdadeira religião para todos nós. Aos membros da Diretoria da Federação de Karate do Estado do Rio de Janeiro que, de uma forma ou de outra, têm contribuído para a formação e o desenvolvimento deste esporte, não apenas a nível estadual, mas a nível nacional e internacional, através de uma gestão consciente e responsável em prol da elevação do nível dos atletas e da qualidade do Karate-Do praticado no Rio de Janeiro e no Brasil.

A História de Okinawa

A ilha de Okinawa, a principal do arquipélago conhecido como Ilhas Ryukyu, é hoje parte integrante do Japão moderno. Com uma área de aproximadamente 1.256 km2 , Okinawa tem um comprimento de cerca de 108 km e uma largura que varia de 5 a 24 km. O clima é sub-tropical e sofre a influência da corrente Kuroshio que corre na direção norte desde as Filipinas, trazendo frequentes tufões, geralmente durante os meses de março a setembro. A região norte da ilha é coberta de florestas e pouco povoada, ao contrário da região sul, bastante povoada e tendo experimentado recentemente um grande avanço econômico, onde existem diversas cidades, sendo a principal delas a capital Naha City que engloba hoje os povoados da antiga Naha, Shuri e Tomari, berços do Karate-Do.

Historicamente, no início do século XIV, a ilha de Okinawa, que foi governada por diversos senhores feudais (anji), foi dividida nos três estados de Hokuzan (norte), Chuzan (centro) e Nanzan (sul). Os Três Reinos, como eram conhecidos, foram unificados em 1429 por um líder chamado Sho Hashi que fixou sua capital em Shuri. Algum tempo depois, outro governante, ShoShin (que reinou de 1477 a 1526) aboliu o feudalismo, formou um estado Confucionista, mudou os anji para Shuri e baniu o uso de espadas, tornando ilegal a posse de armas em grande quantidade. O Reino de Ryukyu, como o país ficou conhecido, expandiu-se e prosperou através do comércio com a China (principalmente através de Fuchou na Província de Fukien), com o Sudeste Asiático, com a Coréia e o Japão até 1609, quando foi invadido pelo clã Satsuma de Kagoshima, no sul de Kyushu. A partir de então, embora ainda uma nação comercialmente independente, com estreitas ligações com a China, as ilhas Ryukyu ficaram economicamente dominadas pelo clã Satsuma (ligado ao shogun Tokugawa), diminuindo gradualmente, assim, a sua riqueza.

Satsuma reforçou o banimento das armas imposto pelo rei Sho Shin, proibindo de vez, em 1699, a importação de armas de metal. Em 1724, devido à grande expansão das classes mais abastadas (shizoku) em Shuri, a estes foram permitidos comercializar, fabricar produtos manufaturados e tornar-se fazendeiros pioneiros nos campos ainda não explorados das ilhas. Com isso, muitos destes shizoku emigraram, levando consigo sua cultura. Os demais habitantes permaneceram em um estado de quase escravidão, até o tempo em que o arquipélago foi anexado pelo governo pró-Restauração do Japão em 1879 e o rei Sho Tai foi exilado em Tokyo. A nova dinastia Meiji fez da ilha de Okinawa parte integrante da Prefeitura de Okinawa, tentando japanizar os velhos costumes okinawanos, considerados, até então, estrangeiros. Esta tendência continuou durante as eras Taisho e Showa, à medida que o Japão se tornava cada vez mais militar, terminando apenas com a derrota do Japão no final da 2a. Guerra Mundial.

A ocupação americana das ilhas Ryukyu, que promoveu de certa forma uma revolução social e econômica, começou com a invasão da Batalha de Okinawa pelas forças armadas dos Estados Unidos em 1o. de abril de 1945, e terminou em 15 de maio de 1972 quando o controle político foi devolvido ao Japão, calcado num movimento de esperança por uma nova era de paz e prosperidade.

O Karate em Okinawa

O primeiro advento do karate, ou tode como era então conhecido, é geralmente aceito como tendo ocorrido no final do século XVIII ou no início do século XIX quando um chinês chamado Kusanku (Ku Shanku ou Koso Kun) demonstrou técnicas de boxe chinês a uma audiência maravilhada em Okinawa. To-de (também To-te ou Tuti, significando literalmente mão chinesa) pode ser entendido como ?Boxe Chinês?, embora várias centenas de anos antes fosse antecedido por uma arte marcial conhecida apenas como ti (posteriormente japanizado por te, que significa mão), a qual ainda existe e tem influenciado as técnicas e formas de luta de alguns dos estilos mais modernos do karate. A existência do ti pode ser comprovada desde o século XVII através de um poema escrito por um eminente professor okinawano nascido em 1663 chamado Teijunsoku (também conhecido como Nago Oyakata) e que diz: Não importa o quanto se esmere na arte do ti,
e nos seus esforços escolásticos, nada é mais importante que o seu comportamento e sua humanidade conforme observado no cotidiano da vida.

A história registra ainda a existência de um notável karateka chamado Sakugawa, que viveu em Shuri a cerca de 200 anos atrás e aprendeu o To-te na China e que era comumente conhecido como To-te Sakugawa, evidenciando que ele era um mestre do Boxe Chinês. Este prefixo no seu nome prova que, entre os habitantes das ilhas Ryukyu já existia uma arte marcial única, distinta do To-te, caso contrário ele seria conhecido por Te Sakugawa ao invés de To-te Sakugawa. De uma maneira geral, a introdução do To-de (karate) em Okinawa foi efetuada tanto por okinawanos que foram estudar o Boxe Chinês na China, como por chineses (tais como Kusanku) que vieram ensinar na ilha. Tode começou a ser chamado karate na primeira metade do século XX e, embora a sua introdução tenha sido uma contínua evolução, muito do karate que é ensinado hoje em dia, ao contrário da crença popular, está baseado no Boxe Chinês (principalmente da área de Fuchou) e que foi trazido a Okinawa entre 1850 e 1950, alcançando o seu pico de introdução no final do século XIX.

É necessário apontar aqui que, antes de 1879, as artes marciais em Okinawa eram reservadas apenas às famílias mais nobres, e, mesmo após esta data, poucas pessoas menos favorecidas (fosse de dinheiro, fosse de tradição) tinham capacidade ou ânimo para praticá-las. É difícil encontrar evidências de que okinawanos tenham desenvolvido técnicas de luta devido à proibição do uso de armas pelos governantes do clã Satsuma. Ao contrário, as evidências demonstram que, após 1609, o ti era praticado como defesa pessoal e como meio de desenvolvimento físico pelos membros da nobreza. To-de seguiu um caminho semelhante, desenvolvendo-se no final do século XIX e início do século XX no meio das classes shizoku e seus descendentes, principalmente aqueles que viviam em Naha, Tomari e Shuri. Por esta razão é que surgiram os termos Naha-te, Tomari-te e Shuri-te, os quais se referiam às modalidades praticadas nestas vilas, tornando-se na verdade o próprio karate. Embora o karate hoje em dia seja traduzido (ao pé da letra) como mãos vazias, muitos dos estilos modernos praticados em Okinawa incluem em seus currículos a prática com armas (conhecida como Kobujutsu ou Kobudo).

Como o karate moderno não poder ser classificado segundo essas três categorias (Naha-te, Tomari-te e Shuri-te), seria interessante adotar-se com mais propriedade os termos em acordo com os diversos estilos ou ryu, pelo simples fato desta arte marcial nunca ter sido unificada, a exemplo do que ocorreu com as várias escolas de Jiu-jutsu no Japão, dando origem ao Judo, apesar dos esforços do mestre Gichin Funakoshi, um dos pioneiros a levar o karate para o Japão. Muitos destes estilos receberam nomes após a confusão social que se instalou ao fim da 2a. Guerra Mundial, quando alguns okinawanos perceberam o valor comercial do karate e abriram uma enxurrada de academias. Durante o período da Guerra do Vietnam, Okinawa tornou-se uma importante base militar de suprimentos e o karate tornou-se bastante popular entre os homens de serviço, alguns dos quais levaram a modalidade para os Estados Unidos e outros lugares. Mais tarde, a popularidade do karate de Okinawa cresceu em todo o mundo à medida que os próprios okinawanos passaram a emigrar para o exterior em busca de melhores oportunidades, aproveitando para ensinar esta fascinante e eficiente arte marcial.

De acordo com Mark Bishop [1], os estilos podem ser divididos em três grandes grupos: aqueles baseados completamente no Boxe Chinês, tais como o Goju-ryu, originalmente chamado Shorei-ryu e localmente conhecido como Naha-te; aqueles identificados como Shorin-ryu, considerados como uma mistura do Tomari-te com o Shuri-te, com alguma influência do Goju-ryu; e aqueles onde há a predominância do kobudo ou das antigas modalidades de ti, onde algumas escolas costumam ensinar técnicas de mãos vazias como complemento às técnicas e formas (katas) com as diversas armas usadas nos treinamentos.

Os Estilos Antigos

Conforme já foi apontado, as escolas que surgiram nas vilas de Naha, Tomari e Shuri tinham uma origem comum: o templo Shaolin de Fuchou na Província de Fukien, na China, e os mestres chineses que visitaram Okinawa, ensinando sua arte, a qual foi devidamente mesclada com as técnicas de luta existentes na ilha.

Essas técnicas nativas, segundo Shoshin Nagamine [2], tinham grande predominância do uso dos punhos (seiken), levando alguns dos antigos mestres a fazer adaptações das técnicas de mão aberta, predominantes nos sistemas de luta chineses, de forma a manter as tradições da ilha, produzindo o sentimento comum de um maior apego às origens locais. Este processo foi o principal fator da formação das características do karate moderno. O aprendizado do To-te ou To-de, como era conhecido durante esse período de formação, através da prática dos diversos katas, levaram à segregação de formas quase que estanques entre si. Daí o surgimento das duas grandes escolas: o Shorin-ryu (ou Shuri-te) e o Shorei-ryu (ou Naha-te). O Shorin-ryu desenvolveu-se principalmente nas vilas de Shuri e Tomari e o Shorei-ryu nas vizinhanças de Naha. Muitas das características que diferenciam estas duas escolas têm sido classificadas de pontos de vista geográficos ou de aptidões físicas de seus praticantes. Gichin Funakoshi [3] costumava dizer que o Shorin-ryu possuia movimentos rápidos e leves e, por isso era indicado mais para pessoas magras e de baixa estatura, cujo objetivo era a ação rápida, enquanto que o Shorei-ryu era recomendado a pessoas fortes e grandes. Há quem diga que estas características se formaram porque a região de Shuri era mais montanhosa, favorecendo um maior desenvolvimento das pernas e, consequentemente, maior velocidade dos praticantes, ao passo que nas vizinhanças de Naha, onde predominavam as plantações de arroz, os praticantes costumavam praticar com água pela cintura, favorecendo um maior desenvolvimento das forças toráxicas e dando origem a movimentos mais lentos e mais concentrados.

Shoshin Nagamine discorda um pouco dessas definições, dizendo que diferenças na estatura ou da personalidade do praticante não têm importância nehuma para o karate, preferindo afirmar que a essência do karate reside mais no processo pelo qual o indivíduo se esforça mais para adquirir potência sem limites através do emprego de uma verdadeira sabedoria. Fora os pontos de vista românticos e filosóficos, estes dois grandes estilos estão, na verdade ligados a um objetivo comum que remonta à velha necessidade de auto preservação da própria espécie humana. Pode-se dizer que as diferenças entre essas escolas estão nos movimentos básicos e nos métodos respiratórios empregados. Por exemplo, no Shorin-ryu os movimentos dos pés seguem uma linha reta quando um passo é executado, seja para frente ou para trás. A velocidade e a força dos golpes devem estar bem sicronizados nos movimentos de ataque e defesa, com a respiração controlada naturalmente. As bases são as mais naturais possíveis de forma a não exigir esforços adicionais que venham a desperdiçar a energia desnecessariamente.

No Shorei-ryu os movimentos são caracterizados por bases mais baixas e trajetórias circulares dos pés nos passos para frente e para trás, com respiração artificial forçada de acordo com os movimentos dos braços nos ataques e defesas. Esta escola incorpora de forma mais veemente as característica do Boxe Chinês, tendo sofrido muito pouca influência do ti. Pode-se ainda afirmar que tanto uma como outra escola se influenciaram mutuamente, assim, por exemplo, o Shorei-ryu tem influência do Shorin-ryu e vice-versa, tendo em vista que alguns dos mestres que fundaram suas associações costumavam intercambiar conhecimentos, introduzindo técnicas baseadas nas observações que faziam das modalidades vizinhas (e não poderia ser de outra forma, já que as diversas vilas ficavam muito próximas uma das outras - cerca de 5 a 10 km de distância).

Do Shorei-ryu derivaram os estilos Goju-ryu (com suas ramificações, após ser levado para fora de Okinawa) e Uechi-ryu. Do Shorin-ryu surgiram várias linhas que pouco diferem entre si, a não ser na forma em que incorporaram os diversos katas aprendidos na China ou trazidos pelos estrangeiros à ilha. Nos dias de hoje existem diversas associações que foram fundadas numa combinação dessas duas escolas básicas, como é o caso do Shito-ryu e do próprio Shotokan do mestre Funakoshi. Apesar de tudo, um estilo tem muito das personalidades de seus mestres fundadores, principalmente pela característica de ser uma arte transmitida de pai para filho, dentro da antiga tradição das famílias Shizoku predominante na sociedade okinawana. Hoje em dia esses círculos deixaram de ser familiares, tornando-se mais abrangentes em vista da maior abertura promovida pelo desenvolvimento econômico, onde as academias passaram a aceitar alunos de outras famílias e locais (mesmo de outros países), sendo a tradição muitas vezes passada ao aluno mais antigo e mais proeminente. Estes tornam-se os novos patriarcas do estilo e a eles é, inclusive, permitida a incorporação de novas técnicas (através de novos katas) que, baseados na sua observação ao longo dos anos de prática, passam a fazer parte da cultura da escola, a qual é transmitida a todas as suas ramificações pelo mundo afora. Como diz o próprio Mestre Shoshin Nagamine, baseado em uma velha canção popular de Okinawa, ?Não importa o caminho que se toma para subir a montanha, quando se atinge o topo pode-se apreciar o luar da mesma maneira.?. O objetivo não muda entre os vários estilos, no fundo de suas filosofias eles compartilham o mesmo significado.

Os Estilos Shorin

Conforme apontado anteriormente, o estilo Shorin-ryu, ou melhor dizendo, os estilos do grupo Shorin surgiram dos chamados Shuri-te e Tomari-te, os quais se desenvolveram nas vilas de Shuri e Tomari, respectivamente. Os estilos tiveram praticamente origem em um homem. Pode-se dizer que Sokon Matsumura está para o Shorin-ryu assim como Kanryo Higaonna está para o Shorei-ryu (Goju-ryu). A maioria dos mestres da escola Shorin que deram origem às várias linhas foram alunos de Sokon Matsumura. Dois deles foram os mais proeminentes e a partir deles surgiram os dois grandes ramos do Shorin-ryu: Anko Itosu (1832 - 1916) e Chotoku Kyan (1870 - 1945). Do primeiro surgiram a linha Kobayashi e os estilos Kushin-ryu, Shito-ryu (este com influências de outros mestres do Goju-ryu), Tozan-ryu e Shotokan. Do segundo surgiram as linhas Matsubayashi, Chubu e Ryukyu e os estilos Shorinji-ryu e Isshin-ryu. De uma forma ou de outra, o surgimento destes diversos estilos está ligado a mestres que foram alunos de outros mais antigos e que, até uma dada extensão, tiveram um professor comum ou foram colegas de academias.

A Arte de Sokon Matsumura

Sokon Matsumura (também conhecido por Buseitatsu, Unyu, Bushi Matsumura ou Bucho) nasceu numa bem conhecida família shizoku do vilarejo de Yamagawa, Shuri. Era bem formado escolarmente, um notável mestre da caligrafia oriental e, desde muito cedo, como a maioria dos jovens de Shuri, aprendeu os fundamentos do ti. Mais tarde, diz-se, aprendeu a lutar com o bastão longo (bo) com o mestre Sakugawa (To-de Sakugawa) que tinha, a seu turno, aprendido a arte na China e vivia então no vilarejo de Akata, Shuri.

Tendo trabalhado como guarda-costa de três gerações sucessivas de reis okinawanos (algumas fontes garantem que ele foi também um instrutor da corte), Sokon Matsumura visitou Fuchou e Satsuma como enviado oficial para assuntos de estado. Em Fuchou visitou diversas escolas de Boxe Chinês e estudou sob a égide dos adidos militares Ason e Iwah, tendo, inclusive, a oportunidade de visitar o templo Shaolin de Fukien. Em Satsuma, Matsumura foi iniciado no sistema de esgrima Jigen-ryu pelo Mestre Yashichiro Ijuin.

Após se aposentar, Matsumura ensinou karate num espaço aberto no vilarejo de Sakiyama, Shuri. Seus alunos mais famosos foram: Anko Itosu (1832 - 1916); Anko Asato; Kentsu Yabu (1866 - 1937); Kiyuna Pechin; Chomo Hanashiro; (1869 - 1945); Sakihara Pechin; Gichin Funakoshi (1868 - 1957); Ryosei Kuwae (1853 - ?); Chotoku Kyan (1870 - 1945).

É muito difícil decifrar o temperamento de Matsumura. Segundo Funakoshi [3], Matsumura tinha qualidades sobre-humanas. Segundo uma história contada por Chotoku Kyan, certa ocasião Matsumura tinha deixado uma casa de chá em Tsuji junto com alguns discípulos e, ao retornar para casa, encontraram alguns marinheiros bêbados fazendo arruaça, chingando os passantes, e os alunos, temendo pela segurança do mestre já idoso, sugeriram a Matsumura que alterasse o trajeto para evitar um provável confronto. Entretanto, o velho mestre decidiu que não mudariam o trajeto e, como não poderia deixar de ser, os cinco arruaceiros partiram para cima de Matsumura com uma saraivada de socos e pontapés. Enquanto os discípulos pensavam no que fazer, eles observaram chocados o seu mestre executar um rolamento à guisa de uma bola no meio da estrada, aparentemente sem ser atingido pelo ataque. Ao perceberem que o velho não era um homem comum, os atacantes recuaram, enquanto Matsumura ficava de pé diante deles com o topete desmanchado, pois o grampo de prata que o prendia havia caído próximo aos pés dos marinheiros assustados. Um deles pegou o objeto rapidamente e o entregou a Matsumura com um pedido veemente de desculpas e os cinco viraram nos calcanhares e se foram embora o mais prontamente possível.

As datas de nascimento e morte de Sokon Matsumura não são muito precisas. Segundo Shoshin Nagamine, em 1897 houve uma festa de comemoração dos seus 88 anos, o que leva à conclusão de que Matsumura tenha nascido em 1809. Katsuya Miyahira (da linha Kobayashi) e outros mestres afirmam que Matsumura morreu aos 92 anos, o que permite concluir que tenha morrido aproximadamente em 1901. Documentos e cartas deixados por Matsumura constatam o tipo de mentalidade da época. Uma carta escrita para seu pupilo Ryosei Kuwae tem sido publicada frequentemente em japonês e foi traduzida para o inglês pela primeira vez por Mark Bishop [1] e o seu conteúdo é o seguinte:

Se você pretende praticar artes marciais, você deve conhecer o verdadeiro significado delas, logo, resolvi colocar alguns pontos; por favor, examine-os atentamente.

Assim, a maneira de aprender e a maneira de lutar têm um único propósito. Existem respectivamente três formas de aprender e de lutar. As três formas de aprender são as seguintes:

1. leitura, escrita e aritmética - os três R?s
2. exegética
3. o estudo do Confucionismo.

Os três R?s incluem caligrafia, composição de sentenças a partir de palavras e ser capaz de calcular o total do estipêndio de arroz requerido por pessoas importantes. Exegética é ensinar às pessoas o sentido do dever apurado através dos clássicos chineses, tendo o meio do profundo conhecimento e do ensino como exemplos. Ambas as escolas primárias de aprendizado são distintas sendo apenas artes literárias, entretanto, o aprendizado do Confucionismo leva à sinceridade, pureza de coração e o senso de propriedade de todas as coisas. Dessa forma, o bom governo de um lar (e mesmo de um país) resultará em paz mundial.

Isto é verdadeiro conhecimento, verdadeiro Confucionismo. Os três tipos de artes de luta são:

1. aqueles dos instrutores da corte
2. estilos nomeados
3. as verdadeiras artes de luta.

Os estilos dos instrutores da corte são praticados de maneira pouco usual; os movimentos nunca são os mesmos, sem forma e leves, tornando-se (como que femininos) mais e mais parecidos com uma dança conforme a maturidade dos proponentes. Os expoentes dos estilos nomeados não praticam regularmente, eles vão e vêm aqui e ali, imaginando como vencer, discutindo com pessoas talvez difíceis de se convencer. O pior de tudo é que eles causam danos ao corpo, envergonhando seus pais e familiares. Com as verdadeiras artes de luta você não se distrai, assim imagina uma busca, governa seu próprio coração e espera pelo transtorno do seu inimigo; se aquieta e espera que o inimigo fique agitado; arrebate o coração do inimigo e o conquistará. À medida que sua proficiência aumenta obterá distinção, você será capaz de tudo, não será desorientado, saberá o lugar da piedade filial. O espírito de um tigre feroz e a velocidade de um gaivão voador se desenvolverão naturalmente de forma que você será capaz de se sobrepor a qualquer agressor.

Um sábio escreveu no Chudokansha as seguintes chamadas ?Sete Virtudes Marciais?: Artistas marciais estão proibidos de agir desregradamente; soldados devem praticar a repreensão, ajudar as pessoas, se distinguirem e salvaguardar o povo de forma que a população possa viver em paz e ter fortuna abundante. Logo, no aprendizado das artes de luta está o caminho da verdade. Os estilos dos instrutores da corte e nomeados são inúteis, então considere as verdadeiras artes de luta cuidadosamente. Creio que possas agarrar a oportunidade de agir de acordo com a restrição, de tal forma que se você praticar com os pontos prévios em mente, já foi dito que o abdômem inferior se tornará o armazém da sua energia. A arte marcial original de Sokon Matsumura foi mantida inalterada por discípulos como Nabe Matsumura (neto de Sokon) e seus alunos, dentre os quais destaca-se Hohan Soken (sobrinho de Nabe), fundador de uma academia onde é praticado o chamado Shorin-ryu Ortodoxo de Matsumura. Neste estilo são praticadas técnicas de diversas armas de kobudo (em especial o kama - foice, e o sai - pequenos tridentes de ferro com o estilete central mais longo ) e os katas Naihanchi Shodan, Naihanchi Nidan, Naihanchi Sandan, Pinan Shodan, Pinan Nidan, Passai Sho, Passai Dai, Chinto, Kusanku, Gojushiho, Sesan, Rohai Jo, Rohai Chu, Rohai Ge e Hakutsuru (Garça Branca), este último executado nos velhos tempos sobre uma prancha de madeira com apenas 30 cm de largura estendida sobre as bordas de um tanque de criação de peixes. Hohan Soken emigrou para a Argentina em 1920, onde trabalhou como colono em fazendas, e retornou a Okinawa em 1952, quando começou a ensinar karate. Em 1989, devido à idade avançada, Hohan Soken já não ensinava mais, a não ser a alguns alunos mais antigos, e o estilo passou a ser ministrado por quatro de seus alunos: Seiki Arakaki, Mitsuo Inoue, Jushin Kohama e Hideo Nakazato, que formaram a Associação Matsumura de Shorin-Ryu Karate-Do, sendo seu presidente Seiki Arakaki, embora Hohan Soken não admita esta liderança, uma vez que, na opinião de Soken, os katas praticados por Arakaki são um pouco diferentes dos originais de Matsumura. Ocorre que, como a maioria dos jovens de Okinawa do período anterior à guerra, Seiki Arakaki estudou o karate de Anko Itosu com diversos outros mestres enquanto estava na escola.

Como já foi mencionado, Sokon Matsumura teve muitos alunos mas os que mais se destacaram, dando origem a linhagens de estilo que se preservaram até os dias de hoje foram Anko Itosu e Chotoku Kyan. Este dois grandes mestres deram origem a dois grandes ramos dos chamados estilos do grupo Shorin. No entanto, vale mencionar aqui que o seu aluno Anko Asato também contribuiu de forma significativa para a formação do karate moderno. Este grande mestre foi, junto com seu homônimo Anko Itosu, um dos instrutores do Grão Mestre Gichin Funakoshi que levou a luta para o Japão, criando o estilo Shotokan (nome da academia fundada por Funakoshi, cujo apelido era Shoto) e que se tornou um dos estilos mais difundudos a nível mundial.

Os Dois Grandes Ramos

Anko Itosu e Chotoku Kyan foram os grandes precursores do estilo Shorin-ryu como ele é conhecido atualmente. Tendo aprendido karate do mestre Sokon Matsumura, estes mestres o transmitiram a seus discípulos sem alterar a essência, embora com pequenas diferenças. Cada um levou à criação de linhas que deram origem a organizações locais e internacionais. Chotoku Kyan teve um número menor de alunos que Anko Itosu, mas não menos proeminentes. As linhas mais difundidas são a Matsubayashi e a Kobayashi (os caracteres kanji que representam esses nomes têm a mesma pronúncia - shorin - mas são diferentes). A seguir serão apresentados os mestres de cada uma dessas linhas, com seus alunos e suas técnicas principais, mostrando as suas ramificações que se extendem até às Américas, incluindo principalmente os Estados Unidos e o Brasil.

A Linha Matsubayashi

A linha Matsubayashi (que ao pé da letra significa ?bosque de pinheiros?) foi fundada pelo Grão Mestre Shoshin Nagamine que conferiu o nome ao estilo por volta de 1947, em homenagem aos mestres Kosaku Matsumora (um antigo praticante de Tomari-te e que também ministrou aulas a Gichin Funakoshi) e Sokon Matsumura.

Tendo sido aluno direto de Chotoku Kyan, Nagamine é bastante conhecido e reverenciado em Okinawa. A seguir serão apresentados alguns dados destes mestres tão importantes para o karate de Okinawa.

Chotoku Kyan
O pai de Chotoku Kyan, Chofu Kyan, foi mordomo do último rei de Okinawa, Sho Tai, e o acompanhou quando o rei foi exilado para Tokyo. O jovem Chotoku também empreendeu essa viagem para Tokyo, onde recebeu a maior parte de sua educação acadêmica e, mais tarde, após retornar a Okinawa, aprendeu karate de vários professores aos quais fora apresentado por seu pai, aprendendo os katas:

Sesan, Naihanchi e Gojushiho (de Sokon Matsumura - Shuri-te)
Kusanku (de Yara Chatan - Shuri-te, que imigrou de Shuri para se estabelecer no vilarejo de Yomitan)
Passai (de Kokan Oyadomari - Tomari-te)
Wanshu (de Maeda Pechin, um aluno de Kosaku Matsumora - Tomari-te)
Chinto (de Kosaku Matsumora - Tomari-te)
Ananku (de um chinês de Taiwan que visitou Okinawa na época - há quem diga que Kyan trouxe este kata de uma viagem que fez a Taiwan)
Tokumine no Kun (de Tokumine Pechin, de Yaeyama - kata de bo)

Chotoku Kyan era um homem de pequena estatura, magro e tinha o apelido de Chan-Mi-gwa ( ?Pequenos Olhos?) devido a um permanente estrabismo. Na sua vida adulta, Kyan foi muito pobre, porém diz-se que costumava frequentar os bordéis de Tsuji e gostava muito de viajar. Para levantar dinheiro para essas atividades Kyan usava diversos meios; uma vez sua esposa comprou uma porca e, toda vez que esta dava à luz, vendia os bacorinhos por quantias acima do combinado com a esposa, ficando com a diferença para si. Kyan era tido também como asmático e passava longas temporadas de cama. Dois de seus alunos mais indisciplinados, Ankichi Arakaki (que também ensinou Shoshin Nagamine) e Taro Shimabuku sempre o acompanhavam em suas viagens. Uma ocasião eles foram numa viagem de artes marciais na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, anunciando que aceitariam qualquer desafio. Durante tais disputas Kyan sempre aconselhava os discípulos a nocautear os oponentes sempre que estes os empurrassem para os limites da arena. Quando visitava Tsuji, Kyan ensinou seu dois discípulos que apenas a prática do karate sozinha não era suficiente e que eles deveriam participar de festivais de bebedeira e se associar com prostitutas para completar o treino em artes marciais ! Kyan adorava brigas de galos e frequentemente levava seus dois alunos às rinhas nas vilas vizinhas. Durante essas visitas às rinhas, onde muitos jovens se juntavam para apostar, Arakaki e Shimabuku, para testar a resistência do seu professor, provocavam brigas e saiam de fininho. Kyan, então, ainda com o seu galo preferido debaixo do braço, enfrentava os atacantes, derrotando-os apenas com o braço livre, para deleite dos alunos que ficavam observando às escondidas.
Chotoku Kyan ensinava karate em sua casa próximo à Ponte Hija, no bairro de Yomitan. Mais tarde, tornou-se instrutor da Escola de Agricultura da Prefeitura de Okinawa e da Academia de Polícia de Kadena. Entre seu alunos contam-se Joen Nakazato, Shoshin Nagamine, Zenryo Shimabukuru, Tatsuo Shimabuku e Eizo Shimabuku. Ãs vezes fazia demonstrações de karate com Choshin Chibana (aluno de Anko Itosu) e, em 1942, na abertura do dojo de Shoshin Nagamine, fez uma apresentação da sua arte para o Almirante Kenwa Kanna. Em 1943, Kyan e três de seus alunos fizeram uma demonstração nas escolas primárias de Motobu e Nakijin em prol de elevar o moral das famílias que haviam perdido seus filhos na guerra. Nessa ocasião Kyan tinha 73 anos e encantou a platéia quebrando algumas tábuas. Mas sempre negou que fosse capaz de descascar o tronco de um pinheiro com as mão nuas porque, como costumava dizer, ?a pele das mãos é muito fina?. Kyan ensinava uma adaptação do punho estendido que, como dizia a seus alunos, deveria ser usado contra oponentes mais altos. Apesar da sua baixa estatura, Kyan nunca foi derrotado em todos os desafios de que participou, porque sempre usava táticas de evasão (sabaki). Costumava ensinar a seus discípulos que, se dois arbustos novos de carvalho fossem golpeados juntos, apenas a casca seria danificada, mas, que se dois ovos frescos fossem rolados juntos, ambos se quebrariam. ?Não há nada mais assustador que o karate,?, dizia, ?assim especialistas não tentam lutar?. Chotoku Kyan sobreviveu ao holocausto da Batalha de Okinawa, mas morreu pouco tempo depois na região norte da ilha de cansaço e má nutrição, aos 76 anos de idade.

Shoshin Nagamine
O fundador do estilo Matsubayashi-ryu, Shoshin Nagamine, é um dos poucos okinawanos que escreveram consideravelmente sobre o karate. No seu excelente livro, The Essence of Okinawan Karate-do [2], Nagamine apresenta uma descrição histórica e técnica completa do estilo, bem como os seus conceitos em relação ao karate de competição. Filho de um fazendeiro, Nagamine tinha problemas de saúde durante a infância, mas, a partir dos 17 anos de idade, começou a treinar karate com Chojin Kuba, um mestre de Tomari-te, e sua saúde foi gradualmente melhorando. A seguir, Nagamine aprendeu karate com os alunos de Chotoku Kyan, Ankichi Arakaki e Taro Shimabuku, ao mesmo tempo em que praticava Tomari-te com o mestre Kodatsu Iha.

Em 1928 Shoshin Nagamine foi enviado à China para prestar o serviço militar. Em 1931, depois de retornar a Okinawa, entrou para a força policial, sendo indicado para a Academia de Polícia de Kadena por 4 anos, onde recebeu instruções de karate, diretamente de Chotoku Kyan. Enquanto estudava na Academia metropolitana de Tokyo, em 1936, Nagamine teve a oportunidade de aprender luta prática com Chokki Motobu; também conheceu os alunos de Sokon Matsumura e Anko Itosu, Chomo Hanashiro e Kentsu Yabu, que o avisaram de que os katas de karate em Tokyo tinham mudado de forma considerável e de que teria um penoso trabalho para ensiná-los na sua forma original.

Mais tarde, em 1940, Nagamine recebeu o título de Renshi (sob recomendação de Chojun Miyagi - um dos fundadores do estilo Goju-ryu) e o 3o. Dan em kendo no festival Japonês de Artes Marciais realizado em Kyoto. Em 1941 elaborou o kata Fukyu Ichi, com o propósito de ensinar o karate à crianças em idade escolar, e, em 1942, abriu seu primeiro dojo em Tomari. Após a Batalha de Okinawa, Nagamine sentiu a necessidade de ajudar a juventude desanimada da ilha e decidiu construir outro dojo (tendo o primeiro sido destruído) mas, em 1951, antes de realizar o seu sonho, foi promovido a superintendente de polícia e tornou-se chefe de delegacia de polícia em Motobu, no norte de Okinawa. No ano seguinte, treinou o time de judo que venceu o Torneio de Okinawa, então, em 1953, aposentou-se da força policial e construiu o seu atual ginásio, chamado The Kodokan (originalmente Kodokan Karate-Do e Kobujutsu Dojo), em Naha.

Na formação da Federação de Karate de Okinawa (uma organização tipo guarda-chuva) que originalmente incluia os estilos: Goju-ryu, Uechi-ryu, Shorin-ryu (Kobayashi) e Matsubayashi-ryu) em maio de 1956, Nagamine tornou-se o primeiro vice-presidente da entidade e, mais tarde, um conselheiro. Em 1969 começou a estudar na escola de Zen-Budismo Myoshinji com o monge Kensei Okamoto, e na Escola de Budismo Enkakuji com o monge Sogen Sakiyama e, a partir de então tem sempre incluído a meditação Zen como parte integral do Matsubayashi-ryu.

O Matsubayashi-ryu (cuja pronúncia alternativa é também Shorin-ryu) foi assim nomeado em 1947 por Shoshin Nagamine, em honra de Kosaku Matsumora e Sokon Matsumura cujos ensinamentos influenciaram profundamente o estilo. A linha Matsubayashi contém 18 katas: Fukyu-Ichi, Fukyu-Ni (ou Gekisai-Ichi), Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Yondan, Pinan Godan, Naihanchi Shodan, Naihanchi Nidan, Naihanchi Sandan, Ananku, Wankan, Rohai, Wanshu, Passai, Gojushiho, Chinto e Kusanku; bem como as seguintes cinco armas de kobudo: bo, nunchaku, tuifa, sai e kama (o kama - foice - é, por óbvias razões, ensinado apenas aoss detentores da faixa preta - Yudansha).

Mesmo nos dias de hoje, Nagamine ministra aulas pela manhã (de 7:30 h às 9:00 h) e à tarde (de 14:30 h às 16:00 h). Seu filho, Takayoshi Nagamine, dá aulas no horário mais popular de 18:30 h às 20:30 h, mas esteve alguns anos ensinando nos Estados Unidos, em Ohio, onde deixou ramificaçòes do estilo.

A Linha Kobayashi

A grande linha Kobayashi desenvolveu-se a partir dos principais discípulos de Anko Itosu e representa o ramo que mais tem praticantes em Okinawa e nas Américas. Este nome representa a leitura alternativa dos caracteres Shorin-ryu que é a pronúncia japonesa da palavra chinesa Shaolin (ao pé-da-letra ?pequeno bosque?). A seguir serão apresentados dados referentes aos grandes mestres precursores deste estilo.Anko Itosu.

Anko Itosu nasceu em 1832 no vilarejo de Yamagawa, Shuri, e estudou karate desde muito jovem com Sokon Matsumura. Bem versado, tanto nos Clássicos Chinêses quanto nos Japonêses, tornou-se secretário (escriba) do último rei de Okinawa, Sho Tai, até que a monarquia foi extinta em 1879. Informações concernentes aos seus próximos 20 anos são vagas, mas, segundo Katsuya Miyahira, durante esse período Itosu aprendeu karate com Gusukuma Shiroma de Tomari e de um chinês que também vivia em Tomari. Mais tarde, Itosu simplificou o kata Naihanchi de Matsumura, desenvolveu o soco chinês tipo saca-rolha na sua forma atual e criou os katas Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Yondan e Pinan Godan, a partir do kata Kusanku, que considerava muito difícil para os principiantes. Há quem diga que esses katas foram criados a partir de um outro kata que Itosu havia aprendido de um chinês chamado Chiang Nan que vivia em Okinawa naquela época, adotando os nomes Pinan porque achava que o nome Chiang Nan era muito difícil de pronunciar.

Esses katas tornaram-se os Heian de Gichin Funakoshi do estilo Shotokan, em Tokyo. Itosu também aprendeu o kata Chinto de um mestre chamado Nakahara.
Em abril de 1901 Itosu introduziu o karate na Escola Primária Jinjo de Shuri, como parte do currículo de treinamento físico. Como, a princípio, o karate era considerado arriscado para crianças, Itosu procurou remover algumas técnicas perigosas e simplificar alguns katas e kihons, criando sequências de ataque-defesa. Em 1905 Itosu tornou-se professor de karate do Colégio Municipal Dai Ichi e do Colégio Municipal de Trinamento de Professores. Três anos depois escreveu uma carta para o Departamento Municipal de Educação que dizia respeito à introdução do karate em todas as escolas de Okinawa, o que mais tarde se espalhou por todas as escolas do Japão, representando um papel essencial no programa de doutrinação militar do país. A carta dizia o seguinte:
To-de não se desenvolveu a partir do Budismo ou do Confucionismo. Em passado recente, Shorin-ryu e Shorei-ryu foram trazidos da China. Ambos têm pontos fortes semelhantes, de forma que, antes que ocorram muitas mudanças, gostaria de colocá-las em pauta.

1. To-de é, antes de mais nada, para o benefício da saúde. Para proteger os pais ou seus professores, é apropriado atacar um inimigo apesar do risco de vida. Nunca ataque um adversário só. Se se encontra um vilão ou rufião não se deve usar o To-de, mas simplesmente se defender e dar um passo para o lado.
2. O propósito do To-de é fazer o corpo rígido como pedras e ferro; mãos e pés devem ser usados como pontas de flechas; o coração (espírito) deve ser forte e valente. Se as crianças tiverem que praticar o To-de desde os seus dias de escola primária elas estarão bem preparadas para o serviço militar. Quando Wellington e Napoleão se encontraram, eles discutiram sobre a idéia de que ?a vitória de amanhã virá dos pátios de recreio?.
3. To-de não pode ser aprendido rapidamente. Como um touro lento que se movimenta, que eventualmente caminha milhares de milhas, se se estuda seriamente todos os dias, em três ou quatro anos se compreenderá o que significa o To-de. A estrutura óssea final mudará.
Aqueles que estudam como segue descobrirão a essência do To-de:
4. No To-de as mãos e os pés são importantes, de forma que eles precisam ser completamente treinados no makiwara. Assim fazendo, abaixe os ombros, encha os pulmões, mantenha sua resistência, agarre o solo com os artelhos e concentre sua energia intrínsica na região baixa do abdômem. Pratique com cada braço uma ou duas centenas de vezes.
5. Quando praticando as bases do To-de, certifique-se de que suas costas estejam retas, abaixe os ombros, mantenha a resistência, dirigindo-a para suas pernas, apoie-se firmemente e coloque sua energia intrínseca na região baixa do abdômem, cujo topo e fundo devem ser mantidos apertados.
6. As tecnicas externas do To-de devem ser praticadas, uma a uma, muitas vezes. Devido a essas técnicas serem passadas adiante de boca, tenha o trabalho de aprender as explicações e decida quando e em que contexto seria possível usá-las. Vá fundo, contra, relaxe; é a regra do Torite (literalmente, ?mãos relaxadas?).
7. Você deve decidir se To-de é para cultivar a saúde ou para melhorar seu dever.
8. Durante a prática você deve se imaginar num campo de batalha. Quando bloqueando e atacando faça seus olhos brilharem, abaixe os ombros e endureça o corpo. Agora bloqueie o soco do inimigo e ataque ! Sempre pratique com este espírito, tal que, quando num campo de batalha real, você estará naturalmente preparado.
9. Não se esforce em demasia durante a prática porque a energia intrínsica aumentará, suas faces e seus olhos ficarão vermelhos e seu corpo ficará sentido. Seja cuidadoso.
10. No passado, muitos dos que dominavam o To-de viveram até uma idade avançada. Isto é porque o To-de ajuda no desenvolvimento dos ossos e dos tendões, auxilia os orgãos digestivos e é bom para a circulação do sangue. Logo, de agora em diante To-de deve se tornar o fundamento de todos as lições esportivas da escola primária em diante. Se isto for colocado em prática, creio que muitos homens poderão vencer até cem agressores.
A razão de todas estas afirmações é que , na minha opinião, todos os alunos do Colégio Municipal de Treinamento de Professores devem praticar o To-de, de forma que, quando se graduarem a partir daqui, eles possam ensinar seus alunos nas escolas exatamente como eu os ensinei. Dentro de dez anos To-de se espalhará por toda Okinawa e para a terra principal do Japão. Isto se tornará um bem para a nossa sociedade militarista. Espero que estudem carinhosamente as palavras que aqui escrevi.
Anko Itosu, ano 41 da Era Meiji, Ano do Macaco (outubro de 1908)

Os motivos de Itosu eram óbvios, mas é duvidoso que ele pudesse envisionar a monstruosa resistência que o militarismo japonês adquiriu, ou os anos de sofrimento e devastação que seu povo e sua pátria sofreram devido a esse militarismo.

Investigando o caráter de Itosu, descobre-se que ele foi uma espécie de figura paterna para os seus alunos, enquanto que, fisicamente, possuia um peito largo como um barril, tinha uma longa barba e possuia uma grande força interior. Itosu era imensamente cauteloso, reservado e mantinha em seu dojo em Kubagawa uma disciplina espartana. Dentre seus amigos, Anko Asato (um mestre de ti e brilhante espadachim) achava que as mãos e os pés deviam ser como lâminas e que o contato com o oponente devia ser evitado a qualquer custo. Itosu, no entanto, achava que o corpo não precisava ser tão móvel, mas capaz de absorver os mais duros golpes. Choshin Chibana costumava dizer que Itosu tinha um soco muito potente, mas que Sokon Matsumura falava para ele que, apesar de ter um soco poderoso, não era capaz de atingí-lo.

Anko Itosu faleceu em 1916 aos 85 anos, mas deixou para trás uma impressionante lista de discípulos que, a seu tempo, realizaram o seu sonho. Dentre os nomes mais famosos estão: Kentsu Yabu (1866 - 1937); Gichin Funakoshi (1868 - 1957); Chomo Hanashiro (1869 - 1945); Choshin Chibana (1885 - 1969) - fundador da linha Kobayashi; Kenwa Mabuni (1889 - 1952) - fundador do estilo Shito-ryu.

Choshin Chibana

Dos alunos de Anko Itosu, Gichin Funakoshi é provavelmente o mais conhecido na terra principal do Japão, onde fez muito para popularizar o seu estilo Shotokan, encorajando a sua propagação em todo o mundo. Em Okinawa, Choshin Chibana ensinou o karate de Itosu com muita energia, conferindo o nome Shorin-ryu em 1935, adotando os caracteres chineses que significam ?pequeno bosque?, os quais têm como pronúncia alternativa a palavra Kobayashi e são os mesmos da palavra chinesa Shaolin.

Muitas fontes afirmam que Chibana era nativo do vilarejo de Torihori, Shuri, onde nasceu no dia 5 de junho de 1885, e que iniciou seu treinamento de karate aos 13 anos de idade (após ter sido encorajado por duas vezes a desistir) sob a tutela do Mestre Anko Itosu (seu único professor), com quem permaneceu durante 13 anos. Aos 34 anos, Chibana estabeleceu um dojo em Torihori e ensinou o karate de Itosu praticamente sem alteração. Mais tarde mudou esta academia para o vilarejo de Komoji, Naha e, em 1929, mudou a escola para o Paço do Barão Nakijin na vila de Gibo, Shuri, chamando o dojo de Tode Kenkyu Sho (Clube de Pesquisas do To-de).

Após a batalha de Okinawa, Chibana encontrava-se na Península Chinen, onde ensinou karate até 1948, antes de retornar a Shuri e reabrir uma academia em Gibo. Posteriormente abriu clubes consecutivamente em Jiku, Asato, Sakayamachi, Mihara (todos em Naha) e na vila de Yamagawa, Shuri, mudando de um lugar para outro.

De 1954 a 1958 Choshin Chibana foi empregado como instrutor de karate na delegacia de polícia de Shuri, tendo recebido o tão cobiçado 10o. Dan em 1957. Em maio de 1956, na formação da Federação de Karate de Okinawa (da qual foi membro fundador), Chibana tornou-se seu primeiro presidente. Dois anos depois passou o cargo e fundou a Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do, sendo seu primeiro presidente. Em 1960, Chibana recebeu do Okinawa Times Shinbun o Prêmio de Distintos Serviços à Cultura Física e, em 1968, foi condecorado com a Ordem Kunyonto do Sagrado Tesouro pelo Imperador Hiroito. Durante sua vida, Choshin Chibana fez muitas demonstrações de karate, e, na sua última em 1968, dançou para uma deliciada platéia. Faleceu de cancer facial, no dia 26 de fevereiro de 1969, do qual já vinha sofrendo a algum tempo.

Segundo depoimentos de Katsuya Miyahira, Choshin Chibana acreditava que, por ser o karate uma arte marcial, este não podia ser ensinado como um esporte ou como um mero exercício físico. ?Durante a prática,? costumava dizer, ?deve-se esquecer de tudo e capturar a energia espiritual de forma que a cabeça, os olhos, as mãos e os pés fiquem unidos; os dedos e os artelhos devem ser como arpões tal que mesmo o mais simples dos socos ou dos chutes sejam mortais. Atingir este objetivo requer tempo e prática insistente; exageros apenas resultam em ferimentos.? Miyahira diz que Chibana acreditava que deve-se adaptar e desenvolver formas que se adaptem a própria forma física e ao temperamento. Quando jovem, Chibana queria ser o mais forte e mais famoso karate-ka de todos os tempos e foi este espírito que o fez chegar aos 80 anos de idade. ?Ao envelhecer,? dizia, ?o corpo fica mais forte, mas ao chegar aos 50 ou 60 anos, deve-se moderar nos treinamentos; então uma espécie diferente de força se desenvolve.?

Chibana revelou a Mark Bishop [1] que seus princípios secretos mais importantes foram:

1.entender os katas e medir o aproveitamento físico de forma que após muitas repetições a força normal se desenvolve
2.em artes marciais a velocidade é essencial
3.com a prática dos katas de karate a percepção fica mais aguda e os golpes mais potentes.
Choshin Chibana, junto com seu Mestre Anko Itosu, introduziu muitas inovações no karate e teve mais de 5000 alunos, entre os quais vários estão espalhados pelo mundo, sendo o mais conhecido, e talvez o mais importante fora de Okinawa, o Mestre Yoshihide Shinzato, 9o. Dan, fundador da União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil e da International Union Shorin-ryu Karate-Do Federation, entidade que abriga as mais importantes federações da linha Kobayashi do estilo Shorin-ryu no mundo todo.

Katsuya Miyahira

Com a morte de Choshin Chibana, Katsuya Miyahira tornou-se o presidente da Associação Shorin-ryu Karate-Do de Okinawa. Tendo nascido a 16 de agosto de 1923, aos 15 anos ingressou no dojo do Mestre Choshin Chibana, enquanto estudava na Escola Municipal Número Um de Okinawa (hoje Escola Superior de Shuri). Estudou karate também com o instrutor da escola, Anbun Tokuda que, como Chibana, tinha sido discípulo de Anko Itosu. Enquanto trabalhava em Naha, Miyahira teve a oportunidade de treinar o combate livre com Chokki Motobu que estava nessa ocasião numa de suas viagens de retorno de Osaka, no Japão principal. Segundo Miyahira, o dojo de Motobu ficava no vilarejo de Makishi, Naha e lá os alunos praticavam ao ar livre sobre um chão de terra batida e de pés descalços.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Miyahira trabalhou como professor em escolas na Manchuria onde também ensinava defesa-pessoal. Após a guerra, retornou a Okinawa e ensinou karate no jardim de sua casa no vilarejo de Kaneku em Nishihara, auxiliando o Mestre Chibana em Asato. Em 1948, Miyahira mudou-se para Tsuboya, em Naha, inaugurando a sua primeira academia em Goeku (Koza), ao mesmo tempo que ensinava karate duas vezes por semana durante o dia na Universidade de Okinawa, em Shuri. Em Goeku, Katsuya Miyahira ensinou karate a muitos militares americanos que serviam na base, embora, segundo o próprio Mestre, ?... muitos desistiam com o passar do tempo.?

Em 1956, Miyahira construiu um dojo todo em madeira (ao qual deu o nome de Shidokan) atrás de sua residência em Tsuboya, onde tem ensinado karate desde então. Em 1958, recebeu o diploma Kyoshigo, que significa ?o que sabe ensinar?, por seu trabalho de divulgação do karate nas escolas e universidades. Em sua academia, Katsuya Miyahira ensina os katas: Naihanchi Shodan, Naihanchi Nidan, Naihanchi Sandan, Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Godan, Passai Sho, Kusanku Sho, Passai Dai, Kussanku Dai, Chinto, Jion, Gojushiho, Wankan, Wanshu e Seisan. Recentemente, utilizando uma prerrogativa de sua graduação (10o. Dan), incorporou ao estilo dois novos katas por ele elaborados, fruto de intensas pesquisas ao longo de sua vida de karate-ka: o Teisho e o Kuryu Passai. Em Okinawa, tendo mais de 200 alunos graduados com a faixa-preta 1o. Dan, Miyahira tem ramificações de sua Associação em diversas partes do mundo, as quais visita de tempos em tempos. Em 1966 viajou para Manila, nas Filipinas, para fundar novos centros de ensino do Shorin-ryu. Na Austrália possui filiais e, na América do Sul, um aluno seu, chamado Shoei Miyazato, fundou um dojo (também denominado Shidokan), na Argentina. No Brasil, Yoshihide Shinzato, discípulo de Choshin Chibana, também é muito ligado a Miyahira.

Miyahira costuma dizer que, nos velhos tempos, era hábito os alunos visitarem vários mestres de karate, de forma a aprender as técnicas especiais de cada um e os katas nos quais eram mais proficientes, mas que, nos dias de hoje, esta prática, infelizmente, não é mais utilizada. Segundo Miyahira, os ensinamentos de Chibana incluiam bastante o trabalho com o makiwara, o qual era construído pelos próprios alunos, serrando pela metade uma tábua grossa de madeira shiza na direção diagonal longitudinal. Dizia, ainda, que Chibana era pequeno e leve (tinha apenas 1,62 metros de altura), mas que, no entanto, sua resistência física era fenomenal. Isto era resultado do desenvolvimento do ki (o qual reside no tandem - baixo abdômem) obtido através do treinamento constante do karate.

O Estilo Shorin no Brasil

O estilo Shorin chegou ao Brasil com a vinda do Mestre Yoshihide Shinzato em 1954, quando este okinawano resolveu emigrar a convite de um tio que já vivia neste país. No início, Shinzato praticou o estilo que aprendera com Choshin Chibana junto com o estilo Goju que aprendeu com outro imigrante de Okinawa, Shikan Akamine. Mais tarde, com a fundação da União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, Shinzato passou a ensinar apenas o estilo Shorin. Esta União tem tido uma grande força devido principalmente ao espírito de liderança de Yoshihide Shinzato, sendo uma das organizações de karate mais coesas e bem organizadas do Brasil, mantendo uma profunda homogeneidade no curriculum de suas academias filiadas. Hoje em dia, apesar da intensa luta política que existe no Brasil neste meio, o Shorin-ryu é reconhecido e respeitado nos principais centros do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, sendo parte integrante das organizações que regem a modalidade, tais como as Federações de Karate do Estado de São Paulo (onde Masahiro Shinzato, filho de Yoshihide Shinzato já foi presidente) e do Rio de Janeiro, e da Confederação Brasileira de Karate (onde Shinzato é membro do Conselho de Graduação). Há 34 anos no Brasil, o estilo Shorin, pode-se afirmar, é um dos mais antigos a serem ensinados, junto com o Shotokan, trazido pelo pioneiro Harada para São Paulo. A história do karate brasileiro, em especial o estilo Shorin, confunde-se com a própria história da vida de Yoshihide Shinzato, um dos maiores karatekas do Brasil, da América do Sul e, porque não dizer, do mundo.

Yoshihide Shinzato

Nascido em 15 de março de 1927 na aldeia de Haebaru, Shuri, em Okinawa, Yoshihide Shinzato começou a praticar Karate aos 12 anos de idade, na escola (curso ginasial) com Anbun Tokuda (1886-1945), contemporâneo de Choshin Chibana e, como este, discípulo do Grão-Mestre Anko Itosu. Após completar os estudos, Shinzato entrou para a academia do renomado Mestre Choshin Chibana. Durante a Segunda Guerra Mundial, Shinzato serviu no exército japonês como rádio-telegrafista, em Tokyo, retornando ao fim da guerra a Okinawa, onde retomou os treinamentos com Chibana. Devido às grandes dificuldades decorrentes do período pós-guerra, Shinzato resolveu aceitar o convite de um tio que havia emigrado para o Brasil e tomou um navio, desembarcando em Santos em 15 de janeiro de 1954, onde viria a fixar residência no município de Praia Grande. Assim que chegou, imbuído do espírito de aventura, Shinzato passou a trabalhar na lavoura onde plantava principalmente agrião, tornando-se, em seguida, feirante em Santos. Neste período, Shinzato começou a praticar o karate nos fundos de sua casa, onde ensinava ao filho mais velho e aos filhos de alguns membros da colônia okinawana local. Em 1962 Shinzato fundou a sua primeira academia em Santos, que viria mais tarde a se tornar uma forte associação, e, 5 anos depois, fundou uma organização nacional, com centenas de academias e clubes filiados. Apesar de muito ligado ao espírito marcial do karate, Shinzato tem dado muita importância ao aspecto esportivo da luta, incentivando a prática do karate de competição, sem o qual, nos dias de hoje, uma arte marcial não sobrevive, principalmente com o advento do karate olímpico, após o reconhecimento da modalidade pelo Comitê Olímpico Internacional.

De tempos em tempos, Shinzato viajava a Okinawa para reciclar o seu karate com Choshin Chibana, sempre trazendo as novidades da ilha para o Brasil, procurando evitar a degeneração do estilo devido à distância em relação aos centros onde o Shorin-ryu é praticado em Okinawa. Após a morte de Chibana em 1969, Shinzato passou a manter relações mais estreitas com Katsuya Miyahira, o sucessor de Chibana no estilo Shorin da linha Kobayashi em Okinawa. Paralelamente, Yoshihide Shinzato associou-se com o Mestre Katsuyoshi Kanei (falecido em 1993), então presidente da International Okinawa Kobudo Assotciation, procurando complementar o curriculum do Shorin-ryu com as técnicas de lutas com as armas tradicionais de Okinawa. Miyahira visitou o Brasil em 1977, participando dos festejos do 15o. aniversário de fundação da Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil e do 10o. aniversário da União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, e em 1991, na comemoração do 20o. aniversário da Associação, ocasião em que fez demonstrações e ministrou cursos de kata para os karatekas brasileiros. Em 1992, Shinzato reuniu uma equipe com os melhores atletas do estilo e participou, em Okinawa, do Uchinanchu Festival, onde fez demonstrações e visitou mestres e academias famosos da ilha.

Quando indagado, Yoshihide Shinzato costuma responder que, para ele, o karate se resume em: disciplina, responsabilidade, harmonia, humildade e dignidade. Além disso, informa que, quando chegou ao Brasil, foi muito difícil se estabelecer, mas, segundo uma velha frase de seus antepassados que diz ?três anos sobre a pedra?, atingiu seus objetivos graças ao esforço e à participação de seus alunos, bem como à compreensão do povo brasileiro que o recebeu com muito carinho e entusiasmo. Com relação à técnica do karate, Shinzato explica que a prática do kata é a essência da arte. No entanto, a prática dos kihons também deve ser enfatizada para que o aprendizado seja completo, tanto que tem elaborado e sistematizado kihons ao longo de sua vida, tornando o estilo Shorin um dos mais bem fundados neste tópico. Dentro de um ano, aproximadamente, Shinzato espera terminar e publicar um livro onde vai mostrar a sua grande visão sobre o karate, apresentando o estilo Shorin e registrando para a posteridade os kihons e os katas do estilo que são os seguintes: Naihanchi Shodan, Naihanchi Nidan, Naihanchi Sandan, Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Yondan, Pinan Godan, Passai Sho, Passai Dai, Kusanku Sho, Kusanku Dai, Chinto, Jion, Gojushiho, Unshu, Teisho e Kuryu Passai (estes dois últimos incorporados recentemente pelo Mestre Katsuya Miyahira), dos quais destaca como mais importantes os Naihanchi, os Kusanku e os Passai.

Quando perguntei a Shinzato qual o professor de karate mais importante para o Brasil, ele respondeu que era o pioneiro Harada (do estilo Shotokan), já falecido, praticamente o primeiro a introduzir a luta no nosso país. Indagando, então, sobre os que ainda estão vivos e atuantes, disse, sem falsa modéstia, que era ele mesmo, pelo Shorin-ryu, Keji Takamatsu, pelo Wado-ryu e Juichi Sagara, pelo Shotokan.A Associação Okinawa Shorin-Ryu Karate-Do do Brasil.

Apesar de dar aulas nos fundos de sua casa na Praia Grande algum tempo após sua chegada ao Brasil, somente em 3 de junho de 1962 Yoshihide Shinzato fundou a sua primeira escola, a Academia Santista de Karate-Do, na Rua Brás Cubas, no. 239, 5o. andar, em Santos. Em 15 de dezembro de 1962 a academia foi transferida para a Rua 15 de Novembro, no. 198. Três anos mais tarde, em 10 de junho, passou a se chamar Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, sendo transferida mais uma vez para a Rua General Câmara, no. 146, 2o. andar. e depois para Avenida Senador Feijó, 219, 2o. andar em 15 de maio de 1976 . Hoje sua academia, (também conhecida como Shinshukan - nome derivado dos ideogramas que compõem o seu próprio nome, Shin de Shinzato e Shu ou Yoshi de Yoshihide, e Kan que significa ?academia?) fica situada na Avenida Senador Feijó, 616, 1o. andar, sempre em Santos, para onde foi transferida em janeiro de 2000. Seu dojo é frequentemente visitado por karatekas (de todas as faixas e graus), não só do Brasil como também do exterior. Nele são realizados os mais importantes cursos, dos quais participam praticantes, inclusive de outros estilos, sendo considerado a sede da União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, e reuniöes e assembléias onde são tomadas as principais decisões da entidade. Bastante espaçosa e bem equipada com makiwaras (tábua de madeira para calejamento de mãos e pés), sunatawaras (sacos de areia para treinamento de socos, cuteladas e chutes), e equipamento de musculação (apesar de utilizar ainda os antigos implementos inventados pelos professores de Okinawa, tais como os feixes de bambu e os jarros de cerâmica cheios com areia), a academia recebe mais de 200 alunos por dia.

Pelos registros já passaram pela escola mais de 7000 alunos do sexo masculino e mais de 300 do sexo feminino. Na academia são ministradas aulas pela manhã e à tarde nas segundas, quartas, sextas-feiras e sábados, e à tarde nas terças e quintas-feiras. Em quase todas as aulas o Mestre Shinzato participa com seus ensinamentos preciosos, onde fazem sucesso as técnicas de yakusoku-kumite - treinamento de defesa pessoal. O seu método de aula incorpora uma ginástica completa (com quase uma hora de duração), bases de ataque e defesa, katas, técnicas de defesa pessoal, luta de competição, prática com armas antigas e treinamento em aparelhos de fortalecimento físico e teoria de karate, onde estão incluídos o embasamento biofísico e bioquímico e filosofia zen-budista. O principal objetivo é atingir o fortalecimento físico e mental do praticante através de uma equilibrada harmonia de interação e a construção de uma perfeita ética de conduta moral.

Dentre os alunos de Yoshihide Shinzato destacam-se karatekas famosos, alguns campeões nacionais e internacionais do cenário brasileiro, sul-americano e pan-americano, outros eminentes políticos da Baixada Santista. Pelo seu grande trabalho de divulgação nacional e internacional do karate em prol, não apenas da modalidade, mas também de formação do caráter da juventude que pratica este esporte maravilhoso, Shinzato tem recebido muitos prêmios, sendo o mais famoso deles o título de Cidadão Santista, dado pela Câmara Municipal de Santos, em 1983. Em Okinawa seu trabalho foi reconhecido também e de Miyahira recebeu, em 1986, o título de 9o. Dan Hanshi. Na Confederação Brasileira de Karate Shinzato é considerado 8o. Dan.

Yoshihide Shinzato tem três filhos que também praticam o karate assiduamente. O mais velho e único nascido em Okinawa, Masahiro Shinzato, é 7o. Dan e que até 1999 era o presidente da Federação de Karate do Estado de São Paulo. O seu filho do meio, formado em engenharia aeronáutica pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica, Nelson Mitsuhide Shinzato é 4o. Dan. O caçula, Eraldo Kazuo Shinzato, é Engenheiro formado pela Universidade de São Carlos e é 1o. Dan.A União Shorin-Ryu Karate-Do do Brasil.

Em 15 de outubro de 1967, Yoshihide Shinzato uniu-se a alguns praticantes do karate de Okinawa radicados em São Paulo que, embora praticassem o estilo Goju, estavam muito interessados no estilo Shorin (alguns até já o praticavam com Shinzato), e fundou a União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, uma entidade cujo objetivo é reunir as academias de Shorin-ryu a nível nacional. Inicialmente, apenas academias de Santos e São Paulo faziam parte da União. Cerca de 8 anos depois já haviam filiadas nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Sergipe, Paraíba, Bahia, Santa Catarina e Amazonas, congregando mais de 100 academias e clubes associados.

Todo último domingo de cada mês são realizados treinamentos especiais para faixas-pretas (os quais são obrigatórios para aqueles que almejam os graus mais altos). Cursos de arbitragem são ministrados pela União com a anuência da Confederação Brasileira de Karate e da Federação de Karate do Estado de São Paulo. Nos outros estados também é grande a participação das filiadas nos cursos organizados pelas Federações locais. Diversos torneios são realizados a nível estadual e municipal, mas uma vez por ano é realizado um campeonato do estilo Shorin do qual todas as academias e clubes filiados costumam participar. No fim de cada ano a União, sob a égide de Yoshihide Shinzato, faz realizar o Shorin-ryu Karate-Do Bonenkai, uma grande festa de confraternização onde são realizadas demonstrações e cursos de atualização de kata.

No Rio de Janeiro, o Shorin-ryu é representado pela academia Associação Studio Montreal, sede da Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Rio de Janeiro, dirigida pelo delegado do estado perante a União, o engenheiro químico Luiz Rodolfo de Aragão Ortiz, 5o. Dan. Luiz Rodolfo tem participado nos últimos 10 anos dos principais eventos de karate no estado fluminense, tendo sido vice-presidente da Federação de Karate do Estado do Rio de Janeiro na penúltima gestão, ao lado do presidente Shingeme Kohara 6o. Dan (Shotokan). Hoje, Luiz Rodolfo participa da diretoria da Confederação Brasileira de Karate, mas suas atividades administrativas em torno do esporte a nível estadual têm sido bastante profícuas para o Shorin-ryu, o que tem tornado este estilo mais bem conhecido e respeitado, não só politicamente, mas também tecnicamente. A Associação Shorin-ryu carioca congrega um número elevado de academias, com diversos professores do 1o., 2o., 3o. e 4o. Dans e tem participado de forma marcante nos torneios e campeonatos estaduais promovidos pela Federação local. Graças ao empenho do Prof. Luiz Rodolfo, que matém ligações sempre muito estreitas com a sede da União, o karate Shorin-ryu do Rio de Janeiro tem sido o mais visitado pelo Mestre Shinzato, que frequentemente (pelo menos umas três vezes por ano) vem ao estado do Rio de Janeiro para ministrar cursos de atualização de kata e de Kobudo.
A International Union Shorin-Ryu Karate-Do Federation.

Com o crescente aumento do número de praticantes do Shorin-ryu Karate-Do nos países vizinhos ao Brasil, tais como Uruguai, Argentina e Bolívia, sempre sob a tutela do Mestre Shinzato, os representantes desses países resolveram fundar, em 1991, a International Union Shorin-ryu Karate-Do Federation. Embora na Argentina o Shorin-ryu já estivesse representado pelo Mestre Shoei Miyazato (8o. Dan), um discípulo direto de Katsuya Miyahira, esse okinawano deixou suas atividades relativas ao karate por motivos de saúde, fazendo com que Miyahira delegasse ao Mestre Shinzato a coordenação do estilo naquele país. Com a fundação da International Union, Shinzato passou a ter um controle mais organizado das atividades, agora não apenas na Argentina, mas também nos outros países da América do Sul onde se verifica a presença do Shorin-ryu. Existem representantes ainda nos Estados Unidos e na Austrália. Os seguintes países fazem parte oficialmente da federação:
Argentina - Hector Gonzales Ceballos (7o. Dan)
Austrália - HansYurgen Hoffmman
Bolívia - Gregory
Brasil - Yoshihide Shinzato (9o. Dan)
Chile -
Estados Unidos - Jan Moore
Uruguai - Juan Carlo

Yoshihide Shinzato espera que este organismo internacional cresça ainda mais nos próximos anos, principalmente agora que o karate foi oficialmente reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional. Durante o ano de 1996, Katsuya Miyahira pretende realizar o primeiro campeonato inter-estilos de Okinawa e Shinzato espera que haja entendimentos para uma possível associação com a International Union. Por outro lado, Shinzato já deu os primeiros passos no sentido de registrar o estilo na WKF - World Karate-Do Federation - que é a entidade internacional representante do esporte perante o Comitê Olímpico Internacional (substituta da extinta WUKO - World Union of Karate-Do Organizations), o que deverá trazer um enorme prestígio para o estilo Shorin da linha Kobayashi a nível mundial.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Okinawan Karate - Teachers, Styles and Secret Techniques - Mark Bishop, A & C Black Publishers Ltd, London, 1989

[2] The Essence of Okinawan Karate-Do - Shoshin Nagamine, Charles E. Tuttle Company, Inc., Rutland, Vermont e Tokyo, 1976
[3] Karate-Do Kyohan - Gichin Funakoshi, Kobundo Book Company, Tokyo, 1935


Shorin-ryu
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ideogramas de Karate-Do, significando Caminho da Mão Vazia

Treinamento de Karate no Castelo de Shuri, 1938.

Shorin-ryu (??? ou ??? ou ???) é um estilo de Karate originário de Okinawa e de cujo desmembramento surgiram vários dos demais estilos de Karate hoje praticados no mundo, como o Shotokan. Shorin é a pronúncia japonesa da palavra chinesa Shaolin, que quer dizer "Pequeno Bosque", sendo assim, como Ryu significa Estilo, Shorin-ryu seria o "Estilo do Pequeno Bosque".Índice [esconder]
1 História
1.1 Peichin Takahara (1683 - 1760)
1.2 Kanga Sakukawa (1733 - 1815)
1.3 Sokon Matsumura (c. 1800 - c.1890)
1.4 Anko Itosu (1831 - 1915)
1.5 Choshin Chibana (1885 - 1969)
1.6 Katsuya Miyahira (1918 - atual)
2 História no Brasil
2.1 Shinshukan
2.2 Shidokan
3 Kata
4 Progressão de Faixas
5 Outros pontos de relevância
5.1 Takahara e o conceito de "Do"
5.2 Itosu e "Os Dez Preceitos do Karate"
5.3 A Shorin-ryu e o Karate Esportivo
6 Ligações externas
7 Referências


[editar]
História

As raízes do estilo Shorin-ryu se confundem com as raízes do próprio Karate e remontam ao final do século XVIII, na ilha de Okinawa. Àquela época, a ilha era a sede do hoje extinto Reino de Ryukyu, que englobava todas as ilhas do Arquipélago de Ryukyu, hoje pertencentes ao Japão. De fato, um preciso estudo das origens do Karate não pode ser feito de forma dissociada do estudo da cultura de Ryukyu. Nesta seção, a periodização histórica utilizada será baseada na vida dos mais impotantes Mestres do estilo Shorin-ryu.

[editar]
Peichin Takahara (1683 - 1760)

Nascido na vila de Akata Cho, Takahara[1] viveu a maior parte da vida na cidade de Shuri, capital do Reino de Ryukyu, e foi o maior Mestre de Te (mão) à sua época. O Te era uma arte marcial nativa de Okinawa e cujo nome significava simplesmente "mão", por ser uma forma de luta praticada sem armas.

Bandeira do Reino de Ryukyu, berço do Karate, até 1875

O desenvolvimento do Te enquanto ate marcial se perde nas brumas do tempo, visto que o mesmo surgiu de forma secreta entre os camponeses de Ryukyu, que eram proibidos de portar armas a fim de se evitar revoltas. Dessa forma, o Te era ensinado em reuniões secretas e sua própria organização se assemelhava à das Sociedades Secretas, com iniciações e graus de hierarquia interna.

Apesar de geograficamente pequena, a ilha de Okinawa era muito segmentada em termos culturais, de forma que três micro-cosmos culturais acabaram por se desenvolver em torno das três cidades mais impotantes: Shuri (a capital), Naha (a cidade de comércio mais dinâmico) e Tomari (o principal porto). Em cada uma dessas cidades e seus respectivos arredores, desenvolveu-se um tipo particular do Te; sendo o que importa ao verbete em questão aquele desenvolvido em Shuri: o Shuri-Te.

Por volta de 1750, um monge budista chinês do Monastério Shaolin chamado Kusanku[2] foi enviado a Okinawa como uma espécie de embaixador. Àquela época, Ryukyu era um reino independente, mas cultural e comercialmente dependente da China Imperial.

Como a maioria dos monges Shaolin, Kusanku era praticante de Kung Fu (na época chamado Ch'uan Fa). Como Shuri era a capital, foi para lá que ele foi enviado e lá, entrou em contato com Takahara, já com uma idade bastante avançada. Ambos trocaram conhecimentos sobre artes marciais, mas não desenvolveram nenhuma relação Professor-Aluno.

Uma curiosidade acerca de vida de Peichin Takahara é que se atribuem a eles os primeiros mapas da ilha de Okinawa. Verdade ou não, consta que se tratava de uma pessoa muito instruída, que alguns afirmavam se tratar de um monge budista.

[editar]
Kanga Sakukawa (1733 - 1815)

Quando Kusanku chegou a Okinawa, Sakukawa[3] contava cerca de 18 anos e era o mais prodigioso aluno de Takahara. O velho Mestre percebeu que a chegada do estrangeiro seria uma boa oportunidade para obter um aperfeiçoamento de sua arte marcial, mas como já estava com quase 70 anos, não se sentia apto a aprender novas técnicas. Enviou, então, seu pupilo para ser treinado pelo monge chinês.

Templo Shaolin, em Henan, que Sakukawa teria visitado com Kusanku e cujo nome serviu de inspiração para o batismo do estilo Shorin-ryu

Sakukawa, já à época um grande praticante de Te, se tornou, então, discípulo de Kusanku, com quem se diz, inclusive, que chegou a visitar a China e o próprio Monastério Shaolin. Quando Kusanku faleceu, em 1762, Sakukawa já dominava amplamente tanto o Te de Okinawa, quanto o Kung Fu da China. Passou, então a ser o Grão-Mestre do Te de Shuri, assumindo o lugar de Takahara, falecido dois anos antes.

Em homenagem a Kusanku e também como forma de compilar seus ensinamentos de forma a passá-los para seus alunos, Sakukawa criou os dois katas que levam o nome do monge Shaolin: Kusanku Sho (Kusanku menor) e Kusanku Dai (Kusanku maior). Contudo, Talvez por azar, talvez por ter passado muitos anos na China, talvez por seu Mestre ter vivido tanto, Sakukawa não conseguiu ter um aluno brilhante e seus ensinamentos corriam o risco de não serem levados a diante após sua morte.

Por volta de 1812, contra a sua vontade, o idoso Sakukawa viu-se obrigado a honrar uma promessa que havia feito a um nobre de Ryukyu e assim, aceitou seu filho, um adolescente conhecido como encrenqueiro, como discípulo. O jovem se chamava Sokon Matsumura.

[editar]
Sokon Matsumura (c. 1800 - c.1890)

Mesmo já não sendo uma criança, Matsumura[4] se destacou rapidamente nos estudos com o Mestre Sakukawa e, quando ele faleceu, em 1815, já estava apto a dar prosseguimento a seus ensinamentos.

O treinamento de Matsumura naquela arte que vinha se configurando a partir da mistura do Kung Fu com o Te não só lançou as bases do Karate (mão vazia), mas também fez com que a prática de artes marciais, até então restrita ao campesinato, atingisse a nobreza, da qual o próprio Matsumura fazia parte.

De fato, Matsumura utilizou seus novos conhecimentos para galgar postos na administração do reino e logo se tornou o General Supremo das Forças Armadas de Ryukyu. Sua vida é, contudo, coberta por mitos que o fazem uma espécie de Miyamoto Musashi de Okinawa. Diz-se que nunca perdeu uma luta, desde o início de seu treinamento até sua velhice, sendo seu embate mais famoso (e o único que não venceu, mas empatou) contra um marinheiro náufrago oriundo provavelmente da China, cujo nome era Annan.

Annan fora o único sobrevivente do navio em que estava, na costa de Okinawa e conseguiu chegar à ilha nadando. Como não sabia falar o idioma local e como era exímio lutador, estava se aproveitando de sua habilidade para roubar comida e outras coisas das vilas próximas a Shuri. Matsumura foi, então, chamado para lidar com o problema, mas o estrangeiro se mostrou um oponente muito superior a todos os outros que já havia enfrentado ou que ainda viria a enfrentar. Num determinado momento da luta, ambos se viram impossibilitados de vencer e resolveram parar o embate, chegando a um acordo. Matsumura deixou que Annan partisse sem ter que responder pelos crimes que havia cometido e, em troca, Annan ensinou-lhe algumas de suas técnicas, que Matsumura viria a compilar num Kata chamado Chinto (Marinheiro do Leste).

Além de seus feitos militares quase-heróicos, Matsumura também deu uma grande contribuição pessoal ao nascente Karate, tendo criado diversos Katas: Naihanchi (depois dividido em três partes), Passai (depois dividido em duas versões), Gojushiho, Chinto e Hakutsuru (este não praticado pela Shorin-ryu).

Além das grandes contribuições que deu ao Karate, pelo fato de ser um nobre, Matsumura nunca abriu mão do uso de armas (Kobujutsu) e chegou mesmo a introduzir o Jigen-ryu (Estilo de luta com espadas) de Satsuma (Japão) em Okinawa.

O tempo de vida, bem como muitos dos feitos deste homem, considerado por muitos como o verdadeiro fundador do Karate, não é precisamente conhecido, mas seu aluno mais brilhante e sucessor também no posto de General Supremo de Ryukyu, foi Anko Itosu, outro membro da nobreza de Ryukyu.

[editar]
Anko Itosu (1831 - 1915)

Aluno de Matsumura, Itosu[5] esteve presente em momentos decisivos da História de Ryukyu e do Japão. Era ele o General Supremo do Reino quando de sua anexação ao Japão, em 1879. De fato, até o momento em questão, Ryukyu vivia uma situação muito peculiar. Se por um lado, seus governantes e sua população demonstravam uma ampla preferência pela China (em todos os sentidos), por outro, o Japão considerava a região como um protetorado e, inclusive, só não a tinha anexado a seu território anteriormente, porque, com o fechamento do Japão aos países estrangeiros, no século XVII, a situação de Ryukyu e seu intenso comércio com a China funcionavam como uma forma de burlar o sistema e introduzir produtos estrangeiros (principalmente chineses) no Japão. Contudo, com a Restauração Meiji, tal mecanismo já não se fazia necessário e como a China, envolvida em milhares de problemas devidos à ocupação estrangeira de seu território e à Guerra do Ópio, se encontrava impossibilitada de oferecer resistência ao expansionismo nipônico, o Japão consolidou seu domínio sobre Ryukyu.

Mestre Anko Itosu

Percebendo que era impossível resistir a um adversário tão superior, o Ryukyu se rendeu sem luta e sua nobreza passou a colaborar com os japoneses a fim de manter o status de que dispunha. Nesse sentido, Itosu trabalhou incansavelmente com o intuito de fazer o Karate ser introduzido no Japão. Acreditava que, caso fosse bem sucedido, poderia vir a gozar de uma posição influente junto às Forças Armadas do Imperador Meiji. Contudo, devido à grande influência chinesa sobre o Karate da época (até mesmo muitos dos golpes possuíam nomes em chinês), a arte marcial não encontrou receptividade num Império sinófobo como o japonês. Itosu fracassou.

A despeito de seu fracasso em tornar o Karate uma arte marcial japonesa, Itosu deu grandes contribuições pessoais a ele. Uma das mudanças introduzidas pelo Mestre no Karate foi o treinamento com Makiwara, espécie de boneco de madeira rígida, para calejar as mãos e os pés, a fim de potencializar os golpes. Outra grande inovação de Itosu foi ter tornado o Karate mais acessível às crianças através da invenção dos primeiros Kihons e da divisão do imenso Kata Naihanchi, criado por seu Mestre, em três Katas menores: Naihanchi Shodan, Nahanchi Nidan e Nahanchi Sandan. Esses Katas seriam uma forma de se introduzir as crianças ao Karate e, uma vez dominados, fariam delas praticantes de nível intermediário. Itosu, contudo, acreditava que havia uma grande diferença nos níveis de dificuldade apresentados pelos três Naihanchi e pelos demais Katas, criados por Matsumura e por Sakukawa, sendo assim, como forma de ensino intermediário, ele particionou os dois Katas Kusanku (criados por Sakukawa) em cinco Katas menores, os quais batizou de Pinan, a dizer: Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Yondan e Pinan Godan.

Há uma grande discussão histórica sobre o papel de Itosu em relação ao Karate em geral e ao estilo Shorin-ryu em particular.

Quanto ao Karate, não se pode precisar se o criador da arte marcial foi Matsumura, Sakukawa ou Itosu. Os que defendem a tese de que Sakukawa foi seu criador consideram que ele foi o primeiro a reunir os ensinamentos do Te e do Kung Fu numa só arte. Os que defendem que Matsumura tenha sido seu criador argumentam que ele foi quem mais contribuições deu àquela arte nascente e que Sakukawa teria sido um mero praticante de duas artes marciais (como hoje existem tantos). Por fim, aqueles que argumentam que Itosu teria sido o criador do Karate se apegam ao termo em si, que, ao que parece, não havia sido utilizado antes de Anku Itosu. Contudo, aos defensores dessa tese, cabe lembrar que o termo só se popularizou após a morte de Itosu, sendo que em sua época (como pode ser conferido na carta que escreveu e que hoje é conhecida como "Os Dez Peceitos do Karate"), o Karate ainda era majoritariamente conhecido como Tang Te, ou seja, Mão Chinesa e não Mão Vazia, como hoje.

Quanto ao estilo Shorin-ryu, a discussão parece mais simples. Embora pareça contracensual, visto que o Shorin-ryu é um estilo de uma arte marcial (o Karate), ao que parece, sempre houve a consciência de que aquela arte havia sido trazida da China e que advinha do Kung Fu dos monges Shaolin, sendo assim, é muito provável que o Estilo praticado por Itosu já fosse chamado de Shorin-ryu mesmo em tempos anteriores a esse Mestre (como também se pode supor através da leitura de "Os Dez Preceitos do Karate"). De qualquer forma, como sempre ocorre com fatos históricos embasados na História Oral (uma vez que a escrita era muito pouco disseminada em Ryukyu), há discordâncias sobre esse tema e, embora alguns debatam sobre se Matsumura ou Itosu seria o fundador do Estilo, o único consenso que existe é que Chibana foi seu primeiro Grão-Mestre.

[editar]
Choshin Chibana (1885 - 1969)

Ao contrário de Matsumura, que teve grande dificuldade para encontrar um discípulo à altura de suas técnicas, Itosu encontrou discípulos de qualidade em grande abundância, talvez por ter se empenhado na disseminação do Karate por Okinawa através de sua implantação no ensino público regular. Seja como for, ao menos quatro de seus discípulos merecem alguma nota de importância: Anbun Tokuda (1886 - 1945), Choki Motobu[6] (1870 - 1941), Gishin Funakoshi[7] (1868 - 1957) e Choshin Chibana[8].

Mestre Choshin Chibana

Gishin Funakoshi, fundador do estilo Shotokan

Com a morte de Itosu, seus discípulos se desentenderam acerca de sucessão do Mestre, mas coube a Chibana ocupar o título de Grão-Mestre do estilo. Muitos vêem neste ato a criação do Shorin-ryu, enquanto outros apenas vêem a consolidação de sua existência já então muito antiga. Seja como for, Tokuda e Motobu mantiveram-se fiéis ao estilo que aprenderam de seu Mestre e, embora não aceitassem plenamente a autoridade de Chibana, não ousaram criar dissidências. Funakoshi, contudo, tentou fazer o que seu Mestre não havia logrado: levar o Karate para o Japão.

Tecnicamente, com a anexação de Ryukyu, o Karate já era uma arte marcial japonesa, mas a verdade é que ele era quase desconhecido (e visto com maus olhos) no arquipélago principal; assim como tudo o que vinha de Okinawa que, até hoje, é a prefeitura mais pobre e negligenciada do Japão.

Para levar o Karate ao arquipélago principal, Funakoshi dedicou-se a alterá-lo a fim de contornar a intolerência japonesa para com costumes e idéias de origem chinesa. Assim, alterou nomes (traduzindo todas as palavras chinesas para o japonês) e algumas bases, de modo a criar diferenças sutis, mas suficientes para tornar a arte marcial palatável aos japonses. Fundou então um dojo, ao qual deu o nome de Shotokan, literalmente, "Escola do Shoto", sendo que Shoto era seu apelido. Até mesmo o uniforme de treino do Karate foi niponizado, uma vez que o primeiro Karate-Gi utilizado por Funakoshi era, na verdade, um Judo-Gi, ou seja, um kimono de Judo.

Enquanto Funakoshi fazia progressos na inserção do Karate no Japão, Chibana via seus antigos colegas, inspirados por Funakoshi, criarem Escolas próprias que, embora vinculadas ao Estilo Shorin-ryu, eram independentes em todos os sentidos.

[editar]
Katsuya Miyahira (1918 - atual)

Após a morte de Chibana, o título Grão-Mestre do estilo Shorin-ryu passou a seu mais proeminente discípulo: Katsuya Miyahira.

Miyahira assumiu um estilo em franca fragmentação, com o surgimento de diversas escolas a ele filiadas, mas independentes em termos de autoridade. Ele percebeu que se não fizesse nada, não só o eixo nuclear do Shorin-ryu estaria comprometido, como também a sua própria existência, visto que a tendência das diferentes escolas era virem a se tornar estilos propriamente ditos, como acontecera com a Shotokan de Funakoshi no Japão.

A fim de competir com as escolas nascentes, Miyahira criou ele próprio uma escola: a Shidokan ("Escola do Caminho do Coração do Guerreiro"). Com sua criação, o Mestre passou a atuar mais diretamente na disseminação do estilo e, dessa forma, pôde mantê-lo unido, como vem fazendo até hoje.

Uma recente alteração introduzida por Miyahira no estilo Shorin-ryu foi a renomeação dos dois Katas Passai: o antigo Passai Sho (Passai menor) passou a ser chamado Itosu no Passai (Passai de Itosu, em homenagem àquele Grande Mestre do passado); já o antigo Passai Dai (Passai maior) passou a se chamar Matsumura no Passai (Passai de Matsumura).

[editar]
História no Brasil

O Karate Shorin-ryu chegou ao Brasil junto com Yoshihide Shinzato (aluno de Choki Motobu), em 1954. Sua disseminação por aqui se deu no contexto do racha de escolas ocorrido no final da vida de Chibana e, sendo assim, até os dias de hoje ainda existe certa disputa entre os membros das diferentes escolas deste estilo no Brasil.

Choki Motobu, professor de Yoshihide Shinzato

Unindo, inicialmente, os imigrantes japoneses (especialmente os oriundos de Okinawa) de Santos, a Shorin-ryu começou a ganhar notoriedade a partir de 1962, quando Shinzato fundou a primeira academia do estilo e quando realizou uma demonstração pública de Karate no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Atualmente a Shorin-ryu no Brasil se divide em duas Escolas principais:

[editar]
Shinshukan

Originalmente chamada de Associação Okinawa de Karate-do Shorin-ryu, essa escola passou a se chamar União de Karate-do Shorin-ryu do Brasil e, finalmente, quando Yoshihide Shinzato alcançou o 10º Dan, Shinshukan. Seu nome deriva dos ideogramas do nome de Shinzato, sendo o Shin de Shinzato, o Shu de Yoshihide e o Kan, de Escola, sendo assim, ela é, literalmente, a "Escola de Yoshihide Shinzato".

Por ter sido fundada pelo introdutor do estilo no Brasil, a Shinshukan é hoje a escola Shorin-ryu com mais praticantes no país, algo em torno de 7000 segundo suas próprias contas. Contudo, a escola considera que todos os praticantes do estilo no Brasil tenham, de alguma forma, sido seus alunos. Daí o alto número.

Uma alteração feita por Shinzato nos costumes da Shorin-ryu brasileira foi a introdução do uso de Hachimaki (bandana de cabeça), que o próprio Mestre utilizou até o fim de seus dias, mesmo contrariando recomendações do próprio Katsuya Miyahira e diretrizes internacionais da WKF e da WUKO. O uso de hachimaki é considerado proibido porque seu significado tradicional é de vingança, o que indicaria que seu usuário estaria buscando vingança contra algo ou alguém, o que é incompatível com o ideal do Karate moderno. Seja como for, a Shinshukan não concorda com essa linha de pensamento e chegou mesmo a incentivar seus alunos a comprarem hachimakis decoradas à moda da bandeira do Japão, como as utilizadas pelo personagem Daniel San, de Ralf Macchio, em Karate Kid.

Com o falecimento de Yoshihide Shinzato, em 13 janeiro de 2008, a escola é hoje comandada por seu filho, Masahiro Shinzato, Hanshi de 9º Dan e ex-presidente da Federação Paulista de Karate - FPK[9]. Masahiro, contudo, tem sérios problemas de saúde, o que torna incerto o futuro da escola.

A principal luta da Shinshukan nos últimos anos tem sido no sentido de que o Shorin-ryu seja aceito pela WKF[10] (World Karate Federation) no rol dos estilos de Karate de competição. Isso implicaria na possibilidade de seus atletas virem a fazer Katas do próprio estilo sem terem que ser avaliados pelo embusen (padrão de movimento) similar ao do estilo Shotokan, aceito pela entidade.

[editar]
Shidokan

SEÇÃO TEMPORARIAMENTE EXCLUÍDA A PEDIDO DA SHIDOKAN DO BRASIL. APÓS RESTRUTURAÇÃO, A SEÇÃO SERÁ REEDITADA. AGADECE-SE A COMPREENSÃO.

[editar]
Kata

As técnicas do estilo são aperfeiçoadas através do treino de kihon (exercícios fundamentais), kata (exercícios formais) e kumite (luta), incorporando princípios filosóficos, tanto na teoria quanto na prática.

Há, ao todo, 21 kata, aprendidos[11] pelos praticantes do estilo nesta ordem:
01- Naihanchi Shodan
02- Fukyu-gata Dai Ichi
03- Naihanchi Nidan
04- Naihanchi Sandan
05- Fukyu-gata Dai Ni
06- Pinan Shodan
07- Pinan Nidan
08- Pinan Sandan
09- Pinan Yondan
10- Pinan Godan
11- Itosu no Passai
(anteriormente denominado Passai Sho)
12- Kusanku Sho
13- Matsumura no Passai
(anteriormente denominado Passai Dai)
14- Kusanku Dai
15- Chinto
16- Jion
17- Gojushi-ho
18- Teesho
19- Koryu Passai
20- Unshu
21- Ryuko


Ao chegar ao 5º DAN, o karateca do estilo Shorin-ryu deve saber fazer e demonstrar com maestria as técnicas contidas nestes 21 Kata.

[editar]
Progressão de Faixas

No estilo Shorin-ryu os Karatecas começam na faixa branca, como na grande maioria dos estilos de Karate e a coloração de suas faixas vai escurecendo até chegar à preta, quando se inicia uma nova contagem de progressão, muito mais lenta. Karatecas que não são faixas pretas são chamados de Mudansha ou Dangai (sem Dan), enquanto os que já atingiram a faixa preta são chamados de Yudansha. A progressão de faixas do estilo é a seguinte[12]:

Algumas das faixas (ou Obi) de Dangai

Os Dangai ou Mudansha são:
7º Kyu = Branca
6º Kyu = Amarela
5º Kyu = Laranja
4º Kyu = Azul
3º Kyu = Verde
2º Kyu = Roxa
1º Kyu = Marrom

Obs.: Alguns dojos ainda utilizam uma faixa vermelha entre as faixas branca e amarela, destinada a karatecas considerados muito jovens para progredirem à faixa amarela. Esta faixa vermelha não é internacionalmente reconhecida, assim como não o são os graus atribuídos às pontas das demais faixas dos Dangai, e era muito mais amplamente utilizada até o final do século XX, quando a idade mínima para se atingir a faixa preta era de 18 anos completos. Hoje, como a idade mínima para a faixa preta é de 14 anos, dificilmente existe a necessidade de se atribuir essa faixa a alguém, por isso, além de não ser reconhecida, a faixa vermelha (também chamada pejorativamente de vermelhinha) está praticamente extinta.

Os Yudansha são:
1º ao 5º Dan = Faixa Preta com uma listra horizontal para cada Dan
6º Dan = Faixa Preta com as pontas em Vermelho e Branco (Ponta Coral) ou apenas Faixa Preta sem ponta alguma
7º e 8º Dan = Faixa Vermelha e Branca (Coral)
9º e 10º Dan = Faixa Vermelha

Obs.: Karatecas de 1º e 2º Dan são chamados de Sensei (embora esse título possa ser usado para designar qualquer karateca de 1º Dan em diante, ele é mais comumente empregado para designar o mais graduado de um dado lugar), os de 3º e 4º Dan são chamados de Shihan, os de 5º e 6º Dan são chamados Renshi, os de 7º e 8º Dan são chamados Kyoshi e os de 9º e 10º Dan são chamados Hanshi. Karatecas acima do 7º Dan podem ser designados como responsáveis por grandes extensões territoriais, sendo os mestres de todos os Karatecas de graduações inferiores naquela área. Um indivíduo nessas condições receberá o título honorífico de Kodansha.

[editar]
Outros pontos de relevância

[editar]
Takahara e o conceito de "Do"

O nome completo do Karate é Karate-Do, ou seja, Caminho da Mão Vazia. Sendo Kara o correspondente a vazio, Te a mão e Do a caminho. O conceito contido na partícula Do permeia as artes marciais orientais e tem significados muito variados de região para região. Em geral, no entanto, ele pode ser definido como uma forma de encarar as artes marciais como uma filosofia de vida, algo com uma forte conotação religiosa, especialmente relacionada ao Budismo.

O conceito de Do encerra em si o comportamento ético esperado de um artista marcial e é o seu ensino ou não que acaba por diferenciar um bom dojo e um mal dojo (McDojo), visto que saber dominar seu corpo de modo a utilizar adequadamente as técnicas aprendidas para derrotar um oponente não deve ser o único (e talvez nem mesmo o mais importante) ensinamento de um bom sensei. Não há honra nenhuma em se nocautear um adversário inferior técnica ou fisicamente, ou em se tornar um causador de problemas, o famoso "valentão" referenciado por Anko Itosu em seus "Dez Preceitos do Karate", apenas porque se tem competência física para tanto.

Tradicionalmente se atribui, ao menos no que tange ao Karate, a criação do conceito de Do a Peichin Takahara. Vejamos seus três preceitos básicos[13]:
ijo: o caminho da compaixão, da humildade e do amor;
katsu: a completa compreensão de todas as regras e formas do Karate;
fo: dedicação - a seriedade do Karate precisa ser entendida não apenas no treino, mas no combate real.

Uma tradução coletiva considerada apropriada para esses preceitos é: "A obrigação de cada um para consigo mesmo e para com o seu próximo". Isso seria o Do.

[editar]
Itosu e "Os Dez Preceitos do Karate"

Além de sua imensa contribuição pessoal para o Karate em geral e para o estilo Shorin-ryu em especial, Anko Itosu deixou ainda um importante legado numa carta endereçada aos Ministros da Guerra e da Educação do Japão. Essa carta, de outubro de 1908, chamada de "Os Dez Preceitos do Karate" (Tode Jukun) [14] tinha o objetivo de desvincular o Karate de influências religiosas opostas ao Xintoísmo então em voga no Japão, bem como de ressaltar os benefícios militares da arte marcial. A missivia não logrou seus objetivos, mas segue transcrita abaixo:

Os Dez Preceitos do Karate
Dez Preceitos do Karate
O Karate não evolui do Budismo ou do Confucionismo. No passado, as escolas Shorin-ryu e Shorei-ryu foram trazidas da China para Okinawa. ambas têm pontos fortes, os quais eu mencionarei agora, antes que haja muitas mudanças:
O Karate não é praticado apenas para o benefício individual, pode ser usado para proteger sua família e seu mestre. Ele não é pensado para ser utilizado apenas contra um único bandido, mas sim, como uma forma de se evitar uma briga caso se venha a ser confrontado com um vilão ou um valentão.
O propósito do Karate é tornar os músculos e ossos duros como rochas e usar as mãos e pernas como lanças. Se as crianças começarem a treinar Tang Te (sic) enquanto ainda estiverem no Primário, então elas se tornarão bem preparadas para o serviço militar. Lembre-se das palavras atribuídas ao Duque de Wellington depois de ter derrotado Napoleão: "A Batalha de Waterloo foi vencida nos playgrounds de Eton."
O Karate não pode ser aprendido rapidamente. Como um búfalo que se move lentamente, ele acaba viajando mil milhas. Quando alguém treina diligentemente todos os dias, então, em três ou quatro anos, irá entender o Karate. Aqueles que treinarem dessa forma descobrirão o Karate.
No Karate, o treinamento das mãos e dos pés é importante, então faz-se necessário um meticuloso treinamento na makiwara. Para fazê-lo, relaxe os ombros, abra os pulmões, agarre-se às suas forças, prenda-se ao chão com seus pés e concentre suas energias no baixo ventre. Treine usando cada braço cem ou duzentas vezes por dia.
Quando estiver praticando as bases do Tang Te (sic), certifique-se de manter sua coluna reta, relaxar os ombros, colocar força nas pernas, manter-se firme e buscar energia no seu baixo ventre.
Pratique cada uma das técnicas do Karate repetidamente, seu uso é transmitido oralmente. Aprenda bem cada explicação e decida quando e de que forma aplicá-las quado se fizer necessário. Avançar, contra-atacar e recuar é a regra para se soltar a mão (torite).
É necessário decidir se o Karate será para a sua saúde ou para auxiliar em seus deveres.
Quando treinar, faça-o como se estivesse no campo de batalha. Seus olhos devem brilhar, seus ombros devem ficar relaxados e seu corpo rígido. Você deve sempre treinar com intensidade e espírito e, dessa forma, você vai estar naturalmente preparado.
Não se deve treinar além do limite; isso ocasiona a perda de energia no baixo ventre e é agressivo para o corpo. O rosto e os olhos enrubrecem. Treine com sabedoria.
No passado, os mestres de Karate desfrutaram de longas vidas. O Karate ajuda a desenvolver os ossos e os músculos. Ajuda na digestão, bem como na circulação. Se o Karate for introduzido logo no início do Primário, nós produziremos muitos homens capazes de derrotarem dez agressores. Eu acredito piamente que isso pode ser feito se todos os estudantes da Escola de Professores de Okinawa aprenderem Karate. Dessa forma, depois de se formarem, eles poderão ensinar nas Escolas Primárias aquilo que aprenderam. Eu acredito que isso será um grande benefício para nossa nação e para nossas Forças Armadas. Espero que o senhor considere minha sugestão.
Anko Itosu, Outubro de 1908.

[editar]
A Shorin-ryu e o Karate Esportivo

Atualmente a WKF (World Karate Federation) considera como "oficiais" apenas quatro estilos de Karate. Esses quatro são considerados os estilos de Karate tradicional japonês e, apesar de o Shorin-ryu ser mais antigo do que muitos deles; tendo, inclusive, dado origem ao estilo Shotokan; não entra nesse rol porque nunca foi aceito no arquipélago principal do Japão, sendo considerado pelos japoneses como um estilo de Karate de Okinawa.

Parece contracensual, já que o Karate enquanto arte marcial nasceu em Okinawa, mas o fato de o estilo Shorin-ryu ser batizado em homenagem a um templo budista chinês e o fato de ainda utilizar muitas palavras em chinês somado ao reconhecimento de suas raízes chinesas faz com que o Japão, sinófobo como sempre foi, tenha se recusado a aceitá-lo no rol de estilos tradicionais.

A recente aproximação entre Japão e China, com o pedido de desculpas do Japão pelas atrocidades cometidas contra China durante a Segunda Guerra Mundial aumentou as esperanças dos atletas do estilo Shorin-ryu de que seu estilo finalmente receba o reconhecimento que merece e seja aceito no rol dos estilos tadicionais de Karate japonês, podendo fazer parte da WKF.

A importância de se ser aceito como um estilo reconhecido na WKF está nas competições de Kata, onde apenas os Katas praticados pelos estilos aceitos são permitidos. Os praticantes do estilo Shorin-ryu (bem como de outros estilos não aceitos) se vêem obrigados a tomar uma dessas duas atitudes caso queiram competir nessa modalidade: ou aprendem e executam Katas de um dos estilos aceitos; ou, na hora de nomearem o Kata que irão fazer, dizem o nome japonês do correlato Kata Shotokan e são avaliados pelo embusen semelhante, já que, como foi demonstrado, os Katas da Shotokan (bem como todo o estilo em si) vêm de modificações do estilo Shorin-ryu feitas por Gishin Funakoshi a fim de fazer o Karate ser aceito no arquipélago principal do Japão.

Uma alternativa aos atletas do estilo é a WUKO[15] (World Union of Karate-Do Organizations), entidade anterior à WKF, que havia entrado em declínio no início da década de 1990, mas que vem sendo revitalizada nos últimos cinco anos. A WUKO inclui no rol de estilos por ela reconhecidos como tais, além dos também aceitos pela WKF, também os estilos Shorin-ryu, Uechi-ryu, Kyokushinkai e Budokan. Embora a WUKO conte com menos integrantes e países filiados do que a WKF, enquanto o Karate não integrar as Olimpíadas de fato, não haverá qualquer diferença real entre as duas federações, que promovem campeonatos mundiais e internacionais independentes uma da outra. Se, contudo, o Karate vier a integrar os Jogos Olímpicos, apenas atletas filiados à WKF poderão obter índice olímpico, visto que esta entidade é a única reconhecida pelo COI.

Os estilos de Karate Olímpico são:
Shotokan-ryu;
Wado-ryu;
Shito-ryu;
Goju-ryu.

Embora o Karate não tenha conseguido os três quintos de votos do Conselho do COI (Comitê Olímpico Internacional) necessários para se tornar um esporte olímpico, como obteve o voto de mais da metade dos países componentes do conselho, adquiriu o status de aspirante às Olímpíadas[16], podendo vir a ingressar nelas num futuro próximo. Daí a expressão Karate Olímpico. A principal justificativa dos conselheiros que votaram contra a aceitação do Karate como esporte olímpico foi justamente o fato de haver uma grande multiplicidade de estilos com regras diferentes, o que dificultaria uma competição unificada que ambragesse a todos. O fato é que nas competições de Shiai Kumite (luta), as diferenças de estilo não têm grande importância, mas nas competições de Kata, têm. É provável que, enquanto os principais estilos dessa arte marcial (aí incluído o Shorin-ryu, visto ser um dos mais antigos e praticados no mundo) não deixarem de lado suas disputas internas por poder e se reunirem visando um concenso acerca do Karate enquanto esporte, o Karate nunca venha a integar os Jogos Olímpicos. Um bom exemplo a ser seguido seria o do Tae-Kwon-Do, que conseguiu integar as Olimpíadas depois de acertos internos entre seus diversos estilos.

Após as Olimpíadas de Atenas, em 2004, ficou decidido que, em 2008, o Karate e o Squash integrariam os Jogos no lugar de Baseball e Softball, mas alguns países componentes do conselho interno do COI, como Estados Unidos e Japão, onde os esportes que seriam excluídos têm grande aceitação, foram contra a troca e se basearam na votação que não atingiu os três quintos para vetarem a entrada dos dois novos esportes no rol das disputas de Beijing.

[editar]
Ligações externas
Descrição do Shorin-ryu (em inglês)
Site da Shidokan do Brasil
Site da Shinshukan da Argentina (em castelhano)

Referências
? Biografia de Peichin Takahara (em inglês) [1]
? Biografia de Kusanku (em inglês) [2]
? Biografia de Kanga Sakukawa (em inglês) [3]
? Biografia de Sokon Matsumura (em inglês) [4]
? Biografia de Anko Itosu (em inglês) [5]
? Biografia de Choki Motobu (em inglês) [6]
? Biografia de Gishin Funakoshi (em inglês) [7]
? Biografia de Choshin Chibana (em inglês) [8]
? Site da FPK - Federação Paulista de Karate [9]
? Site da WKF - Federação Mundial de Karate [10]
? Katas do Estilo Shorin-ryu [11]
? Progressão de Faixas [12]
? Os preceitos do Do segundo Takahara (em inglês) [13]
? Os Dez Preceitos do Karate (em inglês) [14]
? Site da WUKO - União Mundial das Organizações de Karate-Do (em inglês) [15]
? Lista de Esportes Reconhecidos pelo COI (em inglês) [16]
Categoria: Karatê
Artigo Discussão Editar História
Entrar / criar conta
Busca

Navegação
Página principal
Conteúdo destacado
Eventos atuais
Página aleatória
Portais
colaboração
Portal comunitário
Mudanças recentes
Páginas novas
Ajuda
Donativos
Ferramentas
Artigos afluentes
Novidades relacionadas
Carregar arquivo
Páginas especiais
Versão para impressão
Enlace permanente
Citar este artigo
Outras línguas
Deutsch
English
???
Polski


Esta página foi modificada pela última vez às 04h53min de 3 de janeiro de 2009. O texto desta página está sob a GNU Free Documentation License.
Os direitos autorais de todas as contribuições para a Wikipédia pertencem aos seus respectivos autores (mais informações em direitos autorais). Política de privacidade Sobre a Wikipédia Avisos gerais

Achei Gama
Contatos
Web links







Você sabia?
A primeira copa do mundo de futebol foi realizada no Uruguai em 1930.



Historia do Karate
Escrito por Administrador
02-Aug-2006

Karate





Prólogo



A conhecida palavra Kara-te significa ?mão vazia? e Do ?via? ou ?caminho?. O nome Karate-do representa uma Arte milenar que não é simplesmente uma arte de luta sem armas mas, como todas as artes e as disciplinas orientais Zen, é um caminho de auto-conhecimento, aperfeiçoamento e crescimento. Para nós, praticantes de Karate-do, é fundamental conhecer a história desta Arte: sua origem e evolução, os principais mestres, estilos e características. Esta pequena contribuição é fruto do conhecimento transmitido pelos meus mestres e colegas e também de material escrito e publicado (em livros, revistas e na Internet). Ela tem como objetivo compartilhar um pouco dessa rica história e incentivar a busca pessoal de cada um de vocês.





As origens do Karate-do na China



Definir uma data aproximada de origem das Artes Marciais é uma tarefa praticamente impossível. Deveríamos falar das antigas artes na Índia, China e até a Grécia. Nos concentraremos aqui especificamente no desenvolvimento do Karate-do.

O Karate-do como tal é uma arte marcial okinawense criada no final do século XIX, mas as suas origens são muito mais antigas. Todas as teorias coincidem no fato de que no século VI um monge Zen-Budista chamado Bodhidharma (chamado Tamo pelos chineses e Daruma pelos japoneses) viajou da Índia à China para ensinar o budismo Dhyana aos monges chineses no templo de Shao-Lin-Tsu. A exaustiva prática da meditação revelou a fraqueza física e espiritual dos monges. Bodhidharma, então, lhes ensinou uma serie de 18 movimentos que lhes permitiria fortalecer seus corpos e a sua força de vontade. Esses movimentos derivam das artes de combate da Índia e outros países e tiveram sua origem (entre outras coisas) no estudo dos movimentos dos animais. Assim surgiu o que se chamou de ?boxe dos monges?.
Depois da morte de Bodhidharma, seus discípulos se dispersaram por toda a China. Ao longo do tempo essas séries de movimentos foram estudadas, complementadas e testadas por vários mestres chineses até se converterem no chamado Kempo Shaolin (chamado também por alguns de ?Quan fa? ou ?Kung-fu?) e ser difundido por toda a China, a partir do século XIII.


A ilha de Okinawa



Okinawa é uma ilha do arquipélago Ryu-Kyu, que pertence hoje ao Japão mas que ao longo da sua história foi cobiçada e conquistada tanto pelo império chinês como pelo japonês. Devido a isso, existiu um fluxo constante, cultural e econômico, entre a China (a grande potência cultural da época) e a ilha de Okinawa assim como com outras regiões da Ásia.

Devido ao domínio dos diversos impérios, sobre tudo o japonês, os okinawenses foram proibidos de portar e usar qualquer tipo de arma ou aprender métodos de luta. Para poder defender-se dos agressores, o povo de Okinawa desenvolveu - em segredo - uma arte de luta sem armas que era chamada simplesmente Te (?mão? em japonês) ou Okinawa-te (?mão de Okinawa?) e outra arte de luta utilizando instrumentos de lavoura, pesca e outras ferramentas, chamada Kobudo . Um dos mestres mais famosos do Okinawa-te foi o mestre Sakugawa (1733-1815), quem além de conhecer o Okinawa-te recebera ensinamentos do mestre chinês Kusankun.

Graças ao fluxo de pessoas (monges, soldados, comerciantes e imigrantes) e de cultura entre Okinawa e a China, o Okinawa-te foi enriquecido pelo Kempo chinês. Desta forma a arte de luta foi transformada e começou a ser chamada de To-de ou To-te . A palavra ?To? representava primeiro a dinastia Tang, da China, e posteriormente passou a representar a própria China; To-de significava, então, ?mão chinesa? devido à grande influência do Kempo sobre esta arte marcial okinawense.

Haviam naquela época três cidades muito importantes em Okinawa: Shuri (a capital), Naha e Tomari, e devido ao desenvolvimento do To-de em cada uma delas ser um pouco diferente, cada ?estilo? adotou o nome da cidade onde estava sendo desenvolvido. Assim surgiram o Shuri-te , o Naha-te e o Tomari-te.

O Shuri-te era um estilo considerado como derivado do ?Shaolin externo?, bastante explosivo e rápido. Um dos grandes mestres deste estilo foi Sokon "Bushi " Matsumura (1809-1901), aluno do mestre Sakugawa (e este do enviado chinês Kushankun) e alguns mestres chineses que viviam em Okinawa. Este mestre ensinou sua arte não só aos habitantes de Shuri como a alguns praticantes das outras cidades. Outro mestre reconhecido deste estilo foi Seisho Aragaki (1840-1920).

O Naha-te era um estilo forte e que fazia ênfase na respiração e como tal, foi descrito como ?Shaolin interno?, sendo seu representante mais célebre o mestre Kanryo Higashionna (1853-1915). Antes da formação dos estilos derivados foi chamado de Shorei-Ryu.

O Tomari-te era um estilo intermediário, muito similar ao Shuri-Te, mas só era praticado por poucas pessoas, a maioria militares dessa cidade. Mestres como Kosaku Matsumora (1829-1899) e depois Kokan Oyadamari e Choki Motobu (1871-1945) ensinaram esta arte que depois se misturou com o Shuri-te para gerar o Shorin-Ryu moderno.

Estes três estilos (posteriormente denominados em conjunto Karate-jutsu que significava ?técnica ou arte da mão chinesa?, por ser essa a origem desta arte) foram evoluindo, diferenciando-se até que no começo deste século, os alunos da primeira linhagem de cada um deles geraram os principais estilos do Karate-do moderno. Nos diferentes Katas (?formas?, seqüências de movimentos simbolizando situações de defesa e contra-ataque) pode-se apreciar as semelhanças e as diferenças destas grandes ramas do Karate-do.



O Shuri-te



Entre os mais famosos mestres do Shuri-te estão Yasutsune Anko Itosu (1832-1915) (na figura ao lado), Anko Azato (1827-1906), Chomo Hanashiro (1869-1945), Chotoku Kyan (1870-1945), etc. Os seus alunos viraram mestres, ao seu tempo, e criaram alguns dos estilos atuais. Esta rama do Karate-do foi originariamente denominada Shorin-Ryu (sendo que ?Shorin? é a pronuncia japonesa de ?Shaolin?) e dividiu-se em três estilos chamados Kobayashi-Ryu, Shobayashi-Ryu e Matsubayashi-Ryu.

Alguns dos mais conhecidos mestres desta rama do Karate-do são:
Chosin Chibana (1885-1969): continuou a linha de Shorin-Ryu do mestre Itosu chamando-a Kobayashi-Ryu (Shorin-Ryu). Depois da sua morte Katsuya Miyahira liderou o Shorin-Ryu Shido-kan e Shugoro Nakazato (1921-) o Shorin-Ryu Shorin-kan.

Gichin Funakoshi (1868-1957): aluno dos mestres Azato e Itosu e também do mestre Matsumura. É um dos responsáveis da difusão do Shuri-te no Japão. Apesar de não querer dar nome ao seu estilo, este ficou conhecido como Shotokan, um dos estilos mais difundidos hoje em dia. Entre seu alunos destacaram-se Shigeru Egami (1912-1981, Shotokai), Masatoshi Nakayama (1913-1987, NKK) e Hirokazu Kanazawa (1931-, SKIF).

Kenwa Mabuni (1889-1952): um dos melhores alunos do mestre Itosu. Também foi aluno do mestres Higashionna e Miyagui do Naha-te . Mudou-se para o Japão para ensinar Karate-do do estilo que primeiramente chamou Itosu-Kay até que em 1937 criou o estilo Shito-Ryu , que combina aspectos do Shuri-te e do Naha-te. O nome do seu estilo deriva dos caracteres dos nomes dos seus dois mestres Itosu e Higashionna. Após a sua morte, seu filho Kenei herdou o Shito-Ryu e seu aluno Ryusho Sakagami continuou o Itosu-Kai Shito-Ryu




Eizo e Tatsuo Shimabuku: Estes dois irmãos foram alunos do mestre C. Kyan. O primeiro continuou a linha Shobayashi-Ryu de Shorin-Ryu que se expandiu bastante nos Estados Unidos a través dos marinheiros das bases navais em Okinawa. O segundo, que também foi aluno do mestre Miyagui (Goju-Ryu), foi o fundador do estilo Isshin-Ryu que combina Shuri-te e Naha-te.

Kanken Toyama (1888-1966): começou a aprender o Okinawa-te com o mestre Itarashiki e depois foi discípulo do mestre Itosu. Junto com o mestre Funakoshi foram os denominados ?Shibaushi? (protegidos) do seu mestre. Também foi aluno do mestre Higashionna (Naha-te). Fundou do estilo Shudokan.


O Naha-te



O mais antigo e importante mestre do Naha-te foi o mestre Kanryo Higashionna (Higanuma ou Higaonna) (1853-1915). Este mestre aprendeu o Okinawa-te de S. Matsumura e S. Aragaki, de Shuri, e teve a oportunidade de viajar para a China onde viveu durante 13 anos. Ali, aprendeu o Kempo com os mestres Ryu Ryu Ko, Wai Xinxian e talvez outros mestres. Retornando à sua cidade de origem (Naha) ensinou sua arte. Alguns dos seus alunos criaram estilos de Karate-do bastante conhecidos hoje em dia e outros menos conhecidos.

Chojun Miyagui (1888-1953): foi o mais importante e provavelmente o mais conhecido discípulo do mestre Higashionna. O mestre Miyagui abrigou o mestre Higashionna na sua casa, quando este estava idoso, e continuou a escola quando ele morreu. Também viajou à China várias vezes, seguindo os passos do seu mestre. Em 1929 (na época em que a maioria dos mestres estavam dando os nomes aos seus estilos) o mestre Miyagui decidiu chamar o seu estilo de Goju-Ryu, nome que explica a característica de combinar o duro (Go) com o suave (Ju), força e flexibilidade. Foi um dos primeiros mestres a criar um sistema de ensino para o Karate-do. Alguns dos mestres criadores de escolas dentro do estilo Goju-Ryu , foram alunos diretos seus: Jin'an Shinzato (1901-1945), Meitoku Yagi (1912-, Meibukan), Seikichi Toguchi (1917-1998, Shoreikan), Seiichi Y. Akamine (1920-1995, Ken-Shin-Kan), Ei'ichi Miyasato (1921-1999, Jundokan), An'Ichi Miyagui (1931-, IOGKF), etc.

Seko Higa (1889-1966): este mestre não é tão conhecido mas foi sem dúvidas um dos melhores alunos do mestre Higashionna e um fiel seguidor da sua mística e filosofia. Após a morte do seu mestre, foi o braço direito do mestre Miyagui e o único autorizado a ensinar Goju-Ryu fora do Dojo de Miyagui. Chamou à sua escola de Shodokan. Mestres como Kanki Izumigawa (1908-1969), Seiichi Y. Akamine, Seikichi Toguchi e outros também foram alunos seus.

Chohatsu Kyoda (1886-1968): foi um dos primeiros alunos do mestre Higashionna, junto com o mestre Miyagui. Criou o estilo Toon-Ryu.

Também os mestres Kanken Toyama, Kenwa Mabuni e Tatsuo Shimabuku (1908-1975) mencionados anteriormente como alunos do Shuri-te aprenderam Naha-te com o mestre Higashionna e/ou o mestre Miyagui.

Outro grande mestre da cidade de Naha foi Kanbun Uechi (1877-1948): este mestre okinawense estudou durante vários anos Kempo na China e trouxe seu estilo para Okinawa e o Japão, ensinando-o sob o nome de Uechi-Ryu, um estilo que também faz ênfase na tensão e respiração, como o Goju-Ryu, utilizando muitas técnicas de mão aberta nos seus Kata. Após a sua morte, seu filho Kanei herdou a escola.

Mestres como Anko Itosu e Chojun Miyagui foram responsáveis pelo crescimento e difusão do Karate-do em Okinawa, ensinado-o nas escolas e na academia de polícia.

O Karate-do no Japão



O Karate foi introduzido no Japão recém na década de 1920 e sofreu algumas modificações. Como foi dito anteriormente, o significado do ideograma (símbolo da escrita japonesa) Kara significava ?Chinesa? e devido a que o Japão e a China haviam entrado em guerra muitas vezes ao longo da história, inclusive recentemente, os japoneses não iriam aceitar essa arte no seu país. Ainda, o Karate não tinha, até então, um método de ensino formal e padrão, sendo ensinado por cada mestre segundo o seu gosto particular, nem mesmo havendo um uniforme (gui) especial como os das outras artes marciais japonesas como o Kendo e o Judo, por exemplo. Tudo isto exigiu mudanças para que esta arte okinawense pudesse ser aceita pela sociedade e a cultura japonesa.



(Tode-jutsu Karate-do)



Os ideogramas japoneses podem ser lidos de duas maneiras (?kun? e ?un?) segundo o seu significado ou segundo a sua pronuncia. Existe outro ideograma com a mesma pronuncia ?Kara? do Karate, mas com outro significado que não ?chinesa?. Este outro ideograma tem origem no termo Sunya ou Sunyata do sânscrito que significa ?zero?, ?vazio?, e é muito usado na tradição Zen-Budista com esse significado. Vários dos mestres que queriam introduzir o Karate-do no Japão decidiram adotar este outro símbolo e também trocar a expressão ?jutsu? (técnica ou arte) por ?do? que deriva da palavra chinesa ?tao? (via, caminho). Este nome pareceu, então, apropriado já que descreve uma arte de luta sem armas e também duas características importantes do Zen-Budismo: a ?mente vazia? (sem preocupações, ódio, inveja ou desejo) e o ?caminho?, a ?via? que devemos transitar para chegar à iluminação.

O passo seguinte foi a adoção do karate-gui ("kimono") branco, um uniforme igual para todos, e o sistema de faixas e graduações de Kyus (faixas coloridas, da branca até a marrom) e Dans (do 1o ao 10o grau para os faixas-preta) similar ao que era usado no Judo.

No ano de 1933, o Dai Nippon Butokukai, órgão japonês encarregado das artes marciais, reconheceu oficialmente o Karate-do como arte marcial.

Posteriormente, no Japão, foram criados outros estilos de Karate-do, alguns dos quais são muito conhecidos no mundo todo:



O mestre Hironori Ohtsuka (1892-1982) era praticante avançado de Ju-jutsu e aprendeu Karate-do com o mestre Funakoshi, quando este o introduziu no Japão e posteriormente com o Mestre K. Mabuni. No ano de 1931, o mestre Ohtsuka decidiu fundar seu estilo chamando-o Wado-Ryu, sendo o primeiro japonês (não okinawense) a criar um estilo de Karate-do.

Gogen Yamaguchi (1909-1989) aprendeu Goju-Ryu com com Jitsuei Yogi e com o mestre Miyagui, quando este visitou o Japão central. Foi o criador da linha Goju-Kai no Japão.

Matsutatsu Oyama (1924-1994), nasceu na Coréia e seu verdadeiro nome era Hyung Yee. Quando criança, no seu país natal, aprendeu Chabee (uma combinação coreana de Ju-jutsu e Kempo). Depois, aprendeu Karate-do Shotokan no Japão mas buscou novas formas de treinamento e de luta criando em 1961 o Kyokushin-Kay . Também teve a oportunidade de aprender e intercambiar técnicas com Gogen Yamaguchi e outros mestres de Karate-do e Kung-fu .

Hoje em dia são muitos os diferentes estilos reconhecidos oficialmente pela federação mundial de Karate-do e falar de cada um deles seria demais para esta pequena contribuição. A idéia deste trabalho é fazer uma pequena introdução sobre a história do Karate-do e dos estilos mais antigos para compartilhar com os nossos Otogai. Cabe dizer que outras artes marciais no Japão e em vários outros países da Ásia também foram influenciados pelo Kempo chinês e tiveram um desenvolvimento muito importante.



Agradecimentos:



Gostaria de agradecer aos Shihan Raúl e Roberto Fernández de la Reguera e ao meu Sensei Radko Balcar pelos seus ensinamentos. Também aos colegas e amigos Sempai Jorge Pezaroglo, Roberto Chocho e Alexandre Zenku Garcia pelo material e as sugestões para complementar este artigo. Ao Sensei Hélio Vaz e o Sempai Cássio Shiten Franco pelo seu apoio para que pudesse desenvolver minhas atividades em Rio Grande.


[ Voltar ]



Menu
Principal
História dos Esportes
Calendarios Oficiais
Olimpíada
Aconteceu nas Olimpíadas
Esporte a Meia Noite
Noticias de Esporte
Artigos Esportivos
Livro de Visitas
Poste seu Artigos

Administrador




Copyright © 2006 Achei Gama Ltda. Todos os direitos reservados

Nenhum comentário:

Postar um comentário